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Pequeno Expediente Dra. Vivianne

26 de agosto de 2025

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Transcrição

A SENHORA DEPUTADA DRA. VIVIANNE (sem revisão da oradora) – Bom dia a todos. Cumprimentar a nossa Presidente Iracema, todos os deputados, toda a imprensa, ouvintes da TV Assembleia. Eu vim aqui, na tribuna, hoje reforçar o convite que eu já havia feito na semana passada sobre a exposição que estamos fazendo. Está ali no hall do Plenarinho. É uma exposição simples, mas que eu gostaria muito que os colegas se atentassem e divulgassem, principalmente as amigas Deputadas, porque vai falar dos vários tipos de violência contra a mulher, encerrando o nosso mês do Agosto Lilás. E muitas vezes a violência maior, que é o feminicídio, vem com vários sinais de antecipação, vários tipos de violência que antecedem o crime do feminicídio. E vai ter lá um QR Code. A gente vai ter dados nos painéis, a gente vai ter índices, mas vai ter um QR Code de uma mulher relatando cada caso de violência. E eu queria aqui que vocês se atentassem para alguns tipos com algumas falas que eu vou citar aqui. Violência psicológica… Eu queria a atenção de vocês aqui no plenário hoje. “Começa assim: Você é exagerada. É coisa de sua cabeça. Começou com críticas sobre minha roupa, meu cabelo, minha voz. Depois ele disse que minhas amigas me afastavam dele. Afastei-me da minha família, afastei-me de todos. Hoje não sei mais quem sou, mas ele nunca me bateu ainda.” Violência patrimonial: “Ele disse que era para cuidar melhor do meu dinheiro. No início, eu tinha minha conta, meu carro, meus documentos. Aos poucos ele pegou minha senha, vendeu meu carro e esvaziou minha conta. Meus documentos sumiram, minha herança também. Quando perguntei, ouvi ‘Você é ingrata, estou fazendo isso pelo nosso futuro’, mas ele nunca me bateu ainda.” Violência política: “Dizem que a política é cruel, mesmo no começo, eram piadas no corredor, olhares de desprezo nas reuniões, depois, os ataques, os comentários ofensivos nas redes sociais, mensagens anônimas mandando eu desistir. Cortaram meu microfone, ignoraram meus projetos, tentaram calar minha voz, me ameaçaram e duvidaram de mim. Eu sei que eu não estou sozinha. 80% das mulheres na política sofrem violência psicológica, mas dizem que isso não é violência, que é o jogo da política. Não, isso é violência e precisa acabar.” Violência doméstica: “Ele grita, ameaça, quebra coisas. Ele nunca gostou de ouvir ‘não’. Já chutou portas, jogou celular na parede, gritou na frente dos meus filhos. Quando ouço a chave girar à noite sinto medo. Ontem, ele me empurrou e me deu um tapa. Ele nunca tinha me batido. Feminicídio.