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Pequeno Expediente Janaína
11 de novembro de 2025
Transcrição
A SENHORA DEPUTADA JANAÍNA (sem revisão da oradora) – Bom dia a todos, Senhora Presidente, Senhoras e Senhores Deputados. Hoje, eu subo a esta tribuna para tratar de um assunto grave, urgente e que não pode mais ser silenciado. E aqui eu chamo a atenção de todos os colegas deputados e deputadas. Nos últimos dias, repercutiu bastante o pedido de esclarecimento que eu fiz ao Hospital Regional Materno Infantil da cidade de Imperatriz, que é a maternidade de alto risco de Imperatriz, a Mari, sobre o caso da jovem Erelaine Costa Souza, que ela sofreu uma verdadeira mutilação durante o parto realizado no início desse mês E o que mais me chocou, colegas deputados, não é somente esta ação isolada contra esta jovem, mas foi a avalanche de relatos, de denúncias reais de mulheres, de jovens, de mães, de meninas que passaram por violência obstétrica dentro daquele hospital. E aqui eu chamo a atenção de vocês para este comentário. “Yasmin Santos, eu estava sendo atendida, aí eu perguntei para a enfermeira se a mulher podia escolher a via de parto, já que é direito dela, e se ela não aceitasse a indução, por que seria feito? E a resposta, a resposta da enfermeira, vai ficar com o menino na barriga até morrer, aí depois, elas tiram. E apesar da ignorância dela, ela falou o que realmente acontece aí direto, esse hospital é triste”. E dentro deste contexto, eu também aqui quero relembrar a Região Tocantina, o caso da jovem Diana Monteiro, que, infelizmente, perdeu sua vida por decorrência da negligência dos profissionais que atuam dentro desse hospital. É uma perda irreparável de uma jovem, de uma mãe, que tinha sonhos, uma família linda, Diana, moradora da Estrada do Arroz, da Coquelândia, e deixou os filhos órfãos de mãe. Então, senhores, senhoras deputadas, a maternidade, ela deve ser um lugar de vida e não de medo, ela deve ser um espaço onde os sonhos começam e não onde são interrompidos e transformados em traumas. Quantas e quantas mulheres que me procuraram e disseram que hoje estão traumatizadas por terem dado entrada naquele hospital em trabalho de parto. E eu quero aqui ressaltar que eu reconheço e valorizo os profissionais que atuam dentro desse hospital, que trabalham com amor, com responsabilidade e com ética profissional e dedicação, mas é urgente afastar aqueles profissionais que infelizmente atuam com descaso, com negligência médica – que eles sejam imediatamente afastados. Nós não podemos ignorar outro ponto fundamental que é a superlotação desse hospital. O hospital atende cerca de 64 municípios de toda a região, então é uma sobrecarga à estrutura, comprometendo o atendimento e colocando em risco a vida das mães e consequentemente desses bebês. Mesmo diante dessa realidade, é inaceitável que a resposta à superlotação seja sofrimento e violação de direitos. Como mãe, como mulher e como Deputada, eu somo minha voz à da sociedade imperatrizense, da Região Tocantina, das mulheres, para exigir providências imediatas da Secretaria de Saúde, da direção do hospital e da Emserh. Nós queremos não apenas explicações, nós queremos mudança de postura, afastamento desses profissionais que atuam com descaso, mudança de conduta e mudanças reais. Então, relatos como esse que eu li e que eu recebi, quando fizemos a solicitação de esclarecimentos do hospital, não podem mais ser tolerados. Nós não podemos aceitar que vidas continuem sendo colocadas em risco. A violência obstétrica existe, é real e precisa ser combatida com coragem, com políticas públicas e com responsabilização. E aqui eu também solicito a sensibilidade, inclusive já passamos o caso específico do Hospital Mari para o nosso Governador Carlos Brandão, e eu acredito na sensibilidade dele, que trará uma solução para tantos relatos e tantas denúncias neste hospital. Bom dia.