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Pequeno Expediente Júlio Mendonça
23 de outubro de 2024
Transcrição
O SENHOR DEPUTADO JÚLIO MENDONÇA (sem revisão do orador) – Senhora presidente deputada Andreia Rezende, satisfação, bom dia, demais membros da Mesa, deputado Fred Maia, que está cada vez com a saúde mais em dia, deputado Jota Pinto, demais servidores, colaboradores da Casa, deputados e deputadas, imprensa aqui presente, internautas. É um prazer voltar aqui à tribuna, porque hoje eu quero falar de algo que precisa da nossa atenção. Ontem, deputado Ricardo Arruda, eu fui acionado, já tarde da noite, pelos moradores da Comunidade Mata Velha, em São Bernardo. Já estive lá, ano passado, com a Diocese de Brejo, onde todos nós somos conhecedores, deputado Ricardo Arruda, do grave problema no Baixo Parnaíba sobre a questão fundiária. A pressão fundiária advinda de grileiros sobre as comunidades que vivem ali há mais de 60 anos. E na comunidade de Mata Velha, onde já estive, inclusive, no ano passado, a convite da Diocese, a convite dos moradores, nós temos ali um caso de violência que eu explico já, mas eu gostaria de chamar a atenção dos deputados para que tentem escutar esse áudio aqui: “Deputados, nos ajudem. Deputado, a gente está aqui muito nervoso e aperreado. O Edio, que quer tomar as nossas terras, estava agora à tarde aqui nas portas, encostando nas portas da gente com a polícia, querendo proibir a gente de trabalhar, porque a gente tem que trabalhar e ele querendo proibir com negócio de justiça, questão e aquela coisa. Deputado, a gente não aguenta mais tanto sofrimento, tanta humilhação, faça alguma coisa por nós, nos ajude, deputado, porque até as crianças já vivem tudo assombradas. Meu irmão, que agora já tem mais de 60 anos e é aposentado, nunca andou na justiça, nunca viu a polícia na porta dele. Quando Edio chega agora à tarde com a polícia na porta dele, meu irmão ficou passando mal e eu também fiquei passando mal, a pressão baixou. Eu fiquei tão ruim, Júlio, porque a gente não tem mais o que fazer e vocês, que estão no poder, é que podem fazer alguma coisa por nós, porque a gente não aguenta mais tanto sofrimento e humilhação desse povo humilhando a gente, sem querer deixar nas nossas terras. Essas terras são nossas…”. Senhoras e senhores deputados, o vídeo é maior e só tenho 5 minutos, mas eu tenho certeza: se cada um de V. Exas., das senhoras, dos senhores aqui, deputados, recebessem um vídeo altas horas da noite, V. Exas., com a sensibilidade que todos têm, não ficariam indiferentes à situação. Mas eu, que tenho minha vida pautada na defesa dos trabalhadores e trabalhadoras deste estado, tanto como secretário de agricultura familiar, como, toda a minha vida, enquanto militante, enquanto, de fato, cidadão de nosso querido Maranhão. Essa situação trata de 63 famílias na comunidade Mata Velha que, mais uma vez, foram atingidas por uma ação, do início do ano, mas que só agora chegou, de reintegração de posse. Acontece que essas famílias, por A mais B, provados já inclusive com relatório da COECV, do qual eu falei ainda há pouco com o doutor Daniel Formiga, da Secretaria de Direitos Humanos, repassou o relatório alegando, mostrando que essas famílias vivem lá há mais de 70, 80 anos. E que esse proprietário, que se diz proprietário, comprou as terras recentemente e está instalando um verdadeiro terror nas crianças, nos idosos, que não têm mais como sobreviver ali. E olha, vejam bem, ele alega, deputado Fernando Braide, o proprietário, tendo em vista que levou ao erro na decisão da doutora Luzia Nepomuceno, alegando que os moradores estão vendendo lote. Que estão demarcando com saco plástico, demarcando com garrafa, deputado Zé Inácio. Na verdade, ali são moradores que precisam fazer as suas roças – concluindo, senhora presidente, me dê só mais um minutinho, por favor –, ali o que eles estão fazendo é demarcando para brocar, porque está na época de fazer suas roças, e, se essas 63 famílias não fizeram suas roças, elas vão passar fome, porque não têm de onde tirar. Então, não é possível. E, por fim, eu quero fazer um apelo ao desembargador Dr. Ricardo Tadeu Bugarin Duailibe, que tem uma ação, um recurso na sua mesa há muito tempo, que, de fato, tome uma decisão, que aja, porque está havendo violência, essas pessoas estão sendo violentadas no seu direito de trabalhar, de ir e vim. O que nós queremos, doutor desembargador, é que o senhor possa decidir, possa decidir à luz na verdade. Mas é necessário que, enquanto demora a justiça, pior fica e as pessoas que mais precisam são as mais prejudicadas, então nós não podemos…