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Pequeno Expediente Júlio Mendonça

10 de junho de 2025

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Transcrição

O SENHOR DEPUTADO JÚLIO MENDONÇA (sem revisão do orador) – Senhor Presidente Deputado Osmar, demais Membros da Mesa, aqui presentes, Deputados, Deputadas, internautas, servidores desta Casa, as pessoas que nos assistem nesse momento. Hoje eu volto aqui à tribuna para falar de um tema extremamente delicado que é a reintegração, a desocupação da área da Fazenda Jurema, remarcado agora pela justiça após a liminar emitida pelo Ministro Fachin. A Suzano recorreu e está remarcada para que mais de 500 famílias deixem a área em que trabalham há mais de 40 anos nos municípios de Vila Nova dos Martírios e São Pedro da Água Branca. O que está em jogo, nesse momento, é a vida de mais de duas mil pessoas e a sua forma de sobreviver com dignidade. É necessário que, de fato, essa situação não passe despercebida, porque se caminha para se ter uma tragédia anunciada, e é totalmente responsabilidade da empresa Suzano, que, em nome do desenvolvimento, não leve em conta a vida das pessoas. Reclama o direito de posse dessa área de uma forma que o que menos importa nesse momento são as 2.000 mil pessoas que dependem do trabalho e da vida que levam lá. Então, aqui nesta Tribuna, quero comunicar à empresa Suzano que assuma a responsabilidade por uma eventual tragédia que, por acaso, aconteça no dia 30 de junho. Nós estaremos lá. Vamos continuar lutando, por meio do meio jurídico, levando a questão para que o Incra se manifeste declarando a área de interesse social. A luta não parou, não sou só eu, tem vários outros deputados federais, estaduais, como o Deputado Cléber Verde, Deputado Márcio Jerry. A população de Vila Nova dos Martírios, que não aceita uma solução arbitrária e que vá de encontro ao que, de fato, pode e deve acontecer para resolver a questão de uma forma negociada. A Suzano se nega a negociar. A Suzano entende que, mesmo após, mesmo tendo quase 70% da área geográfica destes dois municípios, as terras em que ali moram estas famílias, são fundamentais para a sobrevivência da empresa. Reconhecemos a Suzano, enquanto geradora de emprego, mas nós temos que nos perguntar: à custa de quê? A Suzano não consegue sobreviver sem aqueles hectares que ali atendem a estas famílias? De fato, esta área é primordial para a sobrevivência da Suzano no Estado do Maranhão? Nós sabemos a resposta. Sabemos que, perfeitamente, se a Suzano, de fato, tiver interessado no desenvolvimento sustentável deste Estado, ela sentaria à mesa de negociação. Atenderia a estas famílias que ali dependem. Nós não estamos defendendo os chacreiros da beira do rio. Tirem os chacreiros da beira do Rio Tocantins. Agora, respeitem o direito destas famílias que vivem e produzem lá há mais de 30 anos. Não usem os chacreiros da beira do Rio Tocantins como uma narrativa para justificar que ali só tem ricos. Eu estive na área. A Secretaria de Direitos Humanos já esteve na área. A Defensoria Pública já se manifestou. Os órgãos de Direitos Humanos já estiveram lá. Somente a Suzano entende que aquela área, de fato, tem que ser somente e somente para produção de eucalipto e benefício da sua empresa.

O SENHOR PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DEPUTADO OSMAR FILHO – Eu peço que libere o microfone do Deputado, só para ele concluir.

O SENHOR DEPUTADO JÚLIO MENDONÇA – É um absurdo o que está acontecendo ainda no nosso Estado, e isso é um reflexo do que está acontecendo em vários locais, que é a questão dos conflitos fundiários, que nós precisamos trazer sempre para o bom debate. Muito obrigado, Senhor Presidente.