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Pequeno Expediente Mical Damasceno
04 de setembro de 2024
Transcrição
A SENHORA DEPUTADA MICAL DAMASCENO (sem revisão da oradora) – A Deus seja a Glória! Senhora Presidente, deputados e deputadas, só para iniciar aqui, isso aí já para falar sobre a dívida pública federal que encerrou o mês de maio, em quase cerca de 6,912 trilhões. Representando alta de 3,10% em relação ao mês de abril. Então é balela dizer que o Brasil voltou aos trilhos do desenvolvimento. Iniciando aqui a minha fala, nunca se esqueça de que tudo que Hitler fez na Alemanha era legal – Martim Luther King, durante a Segunda Guerra Mundial, os nazistas tomaram medidas extremas para silenciar qualquer voz discente, ele dizia isso, eles baniram as rádios inglesas e perseguiram aqueles que ouviam transmissões, como as da BBC. A Gestapo, incapaz de monitorar todos os ouvintes, recorreu a um sistema de denúncias entre cidadãos, onde qualquer pessoa que ouvisse uma rádio proibida poderia ser reportada e severamente punida. Hoje, pasmem, senhores deputados e deputadas, estamos testemunhando uma situação semelhantemente em nossa própria democracia. O Ministro Alexandre de Moraes tomou a decisão de implementar o primeiro exílio da liberdade de expressão na era pós-democrática, ao criar um ambiente em que os brasileiros não podem mais publicar no X. Aqueles que desejam expressar-se precisam recorrer a estrangeiros, em países onde a liberdade ainda é garantida. E, para piorar, aqueles que utilizam aplicativo de VPN para contornar essas restrições enfrentam multas diárias de até cinquenta mil reais. Senhores e senhoras deputados, estamos presenciando uma erosão de nossas liberdades fundamentais e pouco se tem falado sobre isso. Eu não vejo nenhum dos deputados que são apoiadores do governo Lula falando sobre isso, sobre essa censura que está acontecendo no nosso Brasil. Em tempos como esse, é crucial que lembremos das palavras que ecoam, a advertência de que, ao não reagirmos diante das pequenas invasões de nossas liberdades, acabamos por perder tudo o que temos de mais precioso. Como é dito no poema de Eduardo Alves que sempre me inspira: “Na primeira noite, eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim e não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem, pisam as flores, matam o nosso cão e não dizemos nada. Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, roubam-nos a luz e, conhecendo o nosso medo, arrancam a voz da garganta e já não podemos dizer nada”. Devemos nos unir na defesa de nossas liberdades e direitos e garantir que a nossa voz não seja silenciada. Aqui não é uma questão de direita ou esquerda, é uma questão de liberdade de expressão. É a nossa responsabilidade proteger o princípio fundamental da liberdade de expressão, que é a base de nossa democracia. Muito obrigada, Senhora Presidente.