Transcrição

A SENHORA DEPUTADA MICAL DAMASCENO (sem revisão da oradora) – A Deus seja a Glória! Senhor Presidente em Exercício, Deputado Wellington; colegas deputados; funcionários da Casa; imprensa. Mais uma vez, eu venho a esta tribuna e dessa vez para fazer apenas uma reflexão, uma análise das eleições municipais 2024. Recentemente, queridos deputados, o Brasil concluiu uma etapa das eleições municipais, e os resultados falam por si só. Em São Paulo, Guilherme Boulos, do PSOL, destacou-se como um dos candidatos com mais recursos partidários, recebendo, pasmem, Senhores Deputados, R$ 80 milhões do PT e do PSOL. Uma campanha milionária aí do candidato Guilherme Boulos, sem contar outros tipos de doações. Ainda assim, Boulos não obteve vitória, sendo derrotado até mesmo em regiões periféricas, o “cabra” perdeu até lá no bairro dele, isso foi uma vergonha. A derrota da esquerda não se limitou a São Paulo, mas se espalhou por todo o Brasil. Em Porto Alegre, com Maria do Rosário, do PT, também não obteve êxito; Natália Bonavides, do PT, perdeu em Natal; Lúdio Cabral perdeu também, que era do PT, foi derrotado em Cuiabá; Luís Roberto, também da esquerda, do PDT, não venceu em Aracaju. Então, no próprio Nordeste, tradicional reduto do Lula, a esquerda enfrentou uma derrota ainda mais definitiva, com 7 das 9 capitais escolhendo candidatos da direita e do centro; só duas a esquerda levou. Então, antes das eleições, o presidente Lula, acreditando que a esquerda sairia vitoriosa nas eleições municipais, declarou que seria uma disputa entre ele e Bolsonaro. E o que vimos, senhores deputados, foi o povo deixando bem claro, deixando bem claro nas urnas que a agenda da esquerda já não encontra o mesmo apoio de antes, que a maioria quer mudança, quer respeito aos seus valores e a sua liberdade. O que eu percebi é que o Lula arregou. O Lula é um arregão! Isso é que ele é. Eu penso que eles chegaram a uma conclusão, o presidente Lula com seus assessores políticos, que a eleição municipal ia ser muito ruim para a esquerda e ele se manteve a uma certa distância para que a derrota não colasse nele. Isso aí já é um reflexo, senhores deputados, para as eleições em 2024. Por isso, aqueles que têm pretensão de se candidatar com o partido da esquerda pensem bem que os que foram candidatos tiveram muitas dificuldades e a maioria foi derrotada. O certo é que Lula não se empenhou na eleição lá na campanha de Boulos, então essa estratégia que ele fez juntamente com seus assessores políticos, não tendo uma presença ostensiva, foi simplesmente para que a essa imagem como de derrotado nas eleições municipais não colasse nele. Simplesmente, ele desistiu de ir nas campanhas e de subir nos palanques dos seus “companheiros”, como ele gosta de falar. Abandonou os companheiros o presidente Lula e aí desistiu, mas é isso mesmo. A desculpa que ele deu, não sei se V. Exas. viram essa desculpa que ele disse: “eu tenho muita tarefa como presidente da República e levo em conta a diversidade ideológica no meu campo de apoio.” Ele está pensando agora que precisa dialogar com os outros segmentos, não é chegar de maneira ditatorial. Então ele diz que não quer arrumar briga com ninguém, porque na campanha não se pode construir inimigos e, sim, amigos. Isso é uma conversa esfarrapada que ele usou porque ele sabe, a esquerda sabe que foi derrotada aqui nessas eleições. Ele está pensando nos seus dois anos ainda, porque ele sabe que ele já é minoritário dentro do Congresso, então ele não quer ter dificuldade ali, porque sabe que o centrão ganhou.

A SENHORA PRESIDENTE DEPUTADA IRACEMA VALE – Concedo, deputada, para concluir.

A SENHORA DEPUTADA MICAL DAMASCENO – Então, ele está com medo de eventuais derrotas, de ter algum problema também no Congresso Nacional com o retorno desses parlamentares com as suas derrotas nas eleições municipais. E é isso, senhora presidente. Muito obrigada.