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Pequeno Expediente Mical Damasceno
19 de março de 2025
Transcrição
A SENHORA DEPUTADA MICAL DAMASCENO (sem revisão da oradora) – A Deus seja a Glória! Senhor Presidente, Deputados e Deputadas, funcionários da Casa, imprensa. Mais uma vez, eu venho a esta Tribuna e me dirijo com a nobre missão de expressar a minha gratidão a Deus pela honra de, no último dia 13, celebrarmos aqui, pela terceira vez, aqui na Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão, o Dia da Fundação do Círculo de Oração. Esta Casa aqui ficou repleta, lotada de pessoas, e um número maior de mulheres, onde nós exaltamos a Deus, ali, aqui, e glorificamos pela Fundação do Círculo de Oração. Uma coluna forte da Igreja de Cristo, aqui na Terra. Quero aqui agradecer a todas minhas irmãs, a todos os meus irmãos que compareceram aqui, que se fizeram presentes. Para mim, foi uma alegria, uma satisfação em recebê-los aqui. E o ano que vem, se Jesus não tiver voltado, nós vamos fazer ainda mais lindo, para a glória do Senhor Jesus. E não obstante o sentimento de gratidão, também gostaria de tratar sobre a manifestação que ocorrera, no último dia 16, em Copacabana, pró-anistia, que, segundo a Polícia Militar, reuniu aproximadamente 400 mil pessoas. Era gente, muita gente que deu para gente observar pelas imagens. Assim, meus colegas Deputados, eu subo a esta Tribuna, com o coração apertado, e a alma inquieta, porque, diante de nós, a história se repete, mas com um viés distorcido, forjado, pela conveniência de quem hoje detém o poder. Se vê agora aí, o nosso colega Deputado Eduardo Bolsonaro. Eduardo Bolsonaro, um Deputado eleito pelo povo, se vê forçado a se licenciar do mandato, por medo de perseguição política, represálias, e até da apreensão de seu passaporte. Isso não é da democracia, isso é autoritarismo disfarçado. Então, eu venho aqui para tratar sobre que, no passado, há cerca de 45 anos, Senhores Deputados, era a esquerda, que tomava as ruas e clamava por anistia. Anistia ampla, geral e irrestrita. A mesma esquerda que, hoje, luta contra a anistia para idosos, mulheres e pais de família, foi a mesma que pediu anistia para assassinos, ladrões, sequestradores, assaltantes de bancos, terroristas e gente condenada por crimes hediondos. Tem imagem até do Presidente da República entregando folheto pedindo anistia. Entre os beneficiados por esta anistia, estavam nomes que hoje figuram nos mais altos cargos da República Federativa do Brasil. O Senhor Presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi anistiado em agosto de 1979, no Governo General Figueiredo, e, hoje, ironicamente, recebe todos os meses, pasmem, Deputados, todos os meses, o Presidente atual, Luiz Inácio Lula da Silva, recebe R$ 10 mil como anistiado político. A ex-Presidente Dilma Roussef, que empregou grupos revolucionários armados, que assaltou bancos, sequestrou, organizou ataques ao Estado brasileiro, também foi beneficiada pela anistia e construiu sua trajetória política a partir disso. Mas o que vemos hoje, Senhores Deputados? Os mesmos que foram anistiados, que saíram às ruas para exigir o perdão do Estado, agora se recusam a estender a mão para aqueles que estiveram no dia 8 de janeiro. Um golpe que nunca aconteceu. Um golpe sem armas, sem estratégia militar, sem apoio das Forças Armadas. Um golpe cujos acusados foram pegos com bandeiras e com camisetas verdes e amarelas; outros, com a Bíblia nas mãos. Senhor Presidente, mais uns minutos aí. O Brasil de hoje prende, condena cidadãos comuns que simplesmente estavam lá se manifestando e os condena de forma desproporcional. A história prova isso: Dilma Roussef, que pegou em armas, que participou ativamente de ações violentas, cumpriu apenas 6 anos de prisão, mas uma mulher que pintou de batom uma estátua do STF foi condenada a 17 anos. A que ponto chegamos!
O SENHOR PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DEPUTADO DAVI BRANDÃO – Para concluir, Senhora Deputada.
A SENHORA DEPUTADA MICAL DAMASCENO – A anistia de hoje não é um favor, é um dever moral. E o que está acontecendo no Brasil não é justiça, é vingança política, e vingança não constrói uma nação, vingança não apazigua corações, não pacifica um povo. Estamos dividindo ainda mais uma nação já ferida. Eu faço um apelo aos Senhores Parlamentares desta Casa, ao povo do Maranhão, ao povo do Brasil: reflitam. A justiça não pode ter dois pesos e duas medidas. Se a anistia foi concedida a assassinos, a sequestradores, a guerrilheiros, como podemos negar a anistia a pessoas que sequer pegaram em armas? Essa é a minha pergunta. A história cobra coerência. E, um dia, aqueles que hoje negam a anistia poderão ser os que clamarão por ela. Muito obrigada, Senhor Presidente.