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Pequeno Expediente Mical Damasceno
05 de junho de 2025
Transcrição
A SENHORA DEPUTADA MICAL DAMASCENO (sem revisão da oradora) – A Deus seja a Glória! Senhora Presidente, Mesa Diretora, colegas Deputados, funcionários da Casa, imprensa. Tenho sido alvo de críticas por levar meus discursos impressos à tribuna. Minha Presidente, só queria um pouco da atenção dos colegas Deputados. Alguns dias, eu venho recebendo críticas por levar meus discursos impressos à tribuna. Mas saibam que isso não é falta de preparo, nem de coragem, é respeito ao rito parlamentar. Grandes nomes da política, eu vou citar só um nome, o do José Sarney, sempre valeram dessa prática para garantir clareza e responsabilidade em suas palavras. Eu não me represento, eu represento um segmento e quero me expressar aqui de modo alinhado, tudo é conversado antes, para que eu não possa me atropelar em palavras, para que eu não possa me exceder. Eu sigo esse exemplo de prudência e não me envergonho disso. Desde o meu primeiro mandato, alguns colegas que já me conhecem e que estão aqui desde o primeiro mandato, eu sempre trouxe meus discursos assim. Mas, para agradar aqueles que me criticam ou que me criticaram, eu quero dizer que hoje eu trouxe de maneira digital, Presidente. Eu me modernizei agora, já que eu não posso mais trazer impresso, está aqui aos Deputados aí que me criticaram. Agora, Deputado Yglésio, como V. Exa., eu me modernizei e trouxe no formato digital. Eu pergunto aos colegas que me criticaram: gostaram? Aqui, agora, de maneira digital. Porque aí até insinuar e dizer que alguém está fazendo o meu discurso para mim. Olhe bem para a minha cara e veja se eu sou uma mulher que alguém faz os meus discursos. Se eu sou fantoche ou marionete na mão de qualquer pessoa. Agora o que me causa espanto não são as críticas sem fundamento, mas a postura de alguns colegas que parecem mais fantoches do que parlamentares. Soube, Presidente Iracema, uma coisa muito grave, soube que tem um Deputado aqui nesta Casa, vejam só, colegas deputados, que chegou ao cúmulo de tentar sondar agora quem são as minhas lideranças e quem é a minha base. Eu quero dizer para esse colega Deputado, porque ele não é meu inimigo, é um colega, é só adversário político, nós divergimos ideias: sabe quando é que V. Exa. vai descobrir as minhas lideranças e a minha base? Nunca V. Exa. vai descobrir. Por quê? Porque eu não dependo de coronéis políticos, meu colega, de barganhas ou de favores. O que me sustenta são homens e mulheres de fé, voluntários que acreditam no meu trabalho e no propósito do que eu defendo na minha missão. Eu estive, há poucos dias, em Lago da Pedra, Deputado Antônio Pereira, quando de repente chegou ao púlpito uma irmã que me chamou e disse: “Mical, eu vou votar contigo e vou trabalhar para ti”. Voluntários, tudo de graça, são pessoas que não são conhecidas, são pessoas que realmente não exercem mandato nenhum, vão de graça porque querem, porque os meus votos sabem quem são, é um povo especial, zeloso e de boas obras. Esses são os meus eleitores que pertencem à Igreja de Cristo. Agora, mudando de assunto, eu quero aqui expressar, ficou até legal aqui, nesse negócio, Yglésio, ficou legal. Ficou melhor do que o papel mesmo. Eu gostei. As críticas servem para alguma coisa, gente. Presidente, já vai terminar já?
A SENHORA PRESIDENTE DEPUTADA IRACEMA VALE – Conclua, Deputada. Eu concedo o tempo para Vossa Excelência se concedi a outros, concedo para Vossa Excelência concluir.
A SENHORA DEPUTADA MICAL DAMASCENO – Mudando de assunto, eu quero expressar a minha indignação com o uso distorcido de uma ferramenta que deveria servir para salvar vidas, proteger doentes, garantir o mínimo de dignidade para o povo maranhense, que é a tutela de urgência. Deputado Yglésio, essa medida deveria ser reservada para casos de saúde, de cirurgias urgentes, de fornecimento de medicamentos essenciais e foi utilizada – e pasmem – para proteger a imagem política de um pré-candidato, enquanto o povo segue na fila do SUS sem remédio e sem atendimento digno. A decisão que causou essa inversão de valores tem nome e assinatura, se chama “Ariane Mendes”, juíza de Direito, titular da 13ª Vara Cível. Uma mulher que, em vez de demonstrar sensibilidade para com outra mulher, uma mulher de vida ilibada, como eu, de ficha limpa, que representa milhares de famílias conservadoras, decidiu proteger o Vice-Governador do Maranhão, mesmo sem prova cabal de que aquilo que foi publicado seria falso. E por quê? Porque, segundo ela, e cito o que ela disse: “Tal urgência se acentua ao se considerar sua condição de Vice-Governador do Estado do Maranhão e pré-candidato ao cargo de Governador, o que torna sua imagem pública particularmente sensível a ataques desta natureza”. Ou seja, a imagem de um político tem mais urgência do que a vida do nosso povo. Isso é uma lástima. A honra de um homem público vale mais do que a dor de uma mulher que levanta a voz em nome da verdade. Meu querido amigo Edilázio, eu respeito a justiça, mas não posso aceitar calada que uma mulher, investida na função de juíza de Direito, use de maneira arbitrária um instrumento tão sério, a tutela de urgência, para silenciar outra mulher, que jamais teve sua honra questionada. Essa é a contradição que me causa revolta: uma mulher que deveria proteger outra mulher, ao contrário, prefere proteger o poder. Portanto, eu registro aqui o meu repúdio à decisão da juíza Ariane Mendes, que foi equivocada, injusta, desproporcional, porque, no Maranhão que eu sirvo, a verdadeira urgência não está na vaidade…
A SENHORA PRESIDENTE DEPUTADA IRACEMA VALE – Conclua, Deputada, por favor.
A SENHORA DEPUTADA MICAL DAMASCENO – Na vaidade política, mas na saúde e no bem-estar do nosso povo. E reforço: não se trata de um ataque ao judiciário; trata-se de defender o princípio maior que nos une, o dever da justiça, de proteger os mais vulneráveis, de jamais se curvar diante do poder político e, mais, de erguer a voz em favor do que não tem voz. Presidente, não vai dar tempo de terminar, e eu vou pedir no Tempo dos Blocos. Obrigada pela tolerância.