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Pequeno Expediente Mical Damasceno
13 de agosto de 2025
Transcrição
A SENHORA DEPUTADA MICAL DAMASCENO (sem revisão da oradora) – A Deus seja a glória! Querido povo do Maranhão, a cena se repetiu. Eu repito, a cena se repetiu. Lamentavelmente, e desta vez protagonizada por um canalha, por mais um canalha que ocupa o cargo de vice-prefeito na cidade de Afonso Cunha. Ontem à noite, eu falei com a vereadora presidente da Câmara Municipal, liguei para ela, a Vereadora Júlia Maria, e ela me contou, com voz ainda embargada, abalada da situação, que foi vítima de tentativa de estupro, de agressão física e verbal, injúrias e ameaça de morte. Ela me disse que o Vice-Prefeito Floriano Pereira, esse é o nome do canalha, lhe deu um soco enquanto insultava com palavras de baixo calão. E para completar a covardia, ameaçou até tirar a vida dela se o caso viesse à tona. Eu dei uma palavra de ânimo dizendo para ela que já aconteceu comigo um fato parecido, não chegou a ter violência física, mas teve realmente agressão verbal. E eu quero aqui, já que este assunto veio à tona, novamente, já por outro fator, e quero perguntar aos senhores deputados e ao povo maranhense, a quem interessa um estado sem memória? A quem serve o silêncio diante da violência política? A quem interessa o esquecimento de crimes contra a honra de uma parlamentar. A quem interessa o esquecimento de ofensas proferidas e de provas confirmadas? A quem interessa? A quem interessa calar a verdade e permitir que o desrespeito contra as mulheres se repita outra vez? Apesar de não me apegar ao passado, é necessário lembra dele, é, exatamente, por isso que estou aqui hoje e me solidarizando com a Júlia Maria, que é Vereadora e Presidente da Câmara de Afonso Cunha, e, repito, aqui, de novo, a cena de uns dias atrás, no dia 15 de maio, deste ano, mensagens ofensivas e criminosas foram divulgadas partindo de quem? Do Vice-Governador do Maranhão, palavras que não se limitam a um ataque pessoal, mas que carregam em si o peso de um ato misógino, capaz de ferir e humilhar todas as mulheres. Um conteúdo incompatível com qualquer cidadão de bem. E mais ainda, e mais ainda com alguém que por ora ainda ocupa um cargo de relevância no Estado. Mas está com um prazo determinado para sair, está com um prazo aí com uns dias contados para terminar. Quando tomei conhecimento deste caso aqui, que foi o que me aconteceu, eu representei formalmente para que fosse instaurada a uma investigação. E aí a Polícia Civil realizou diligências e solicitou perícia no celular do blogueiro o laudo confirmou a autenticidade das mensagens. A verdade foi registrada, preservada e está diante de todos nós. Todo o povo maranhense sabe dessa história ficou registrado que o Vice-Governador chegou a pedir de forma insistente que a publicação fosse retirada, chegando a questionar se o blogueiro precisava de algo, para fazer o quê? E aí o blogueiro passou a ameaçar, ser ameaçado se não retirasse a matéria que ele colocou. Ele começou a dizer: “Não saia na rua não. A qualquer hora vão te matar”. Assim está o registro, que o blogueiro registrou, o BO. Até aqui tudo estava claro. Havia uma ofensa, havia uma prova, havia vítima, mas, então, surgiu o debate jurídico sobre o chamado foro por prerrogativa de função, que busca o trancamento do inquérito pessoal. E aqui eu volto a questioná-los: a quem interessa um estado sem memória? A quem interessa apagar provas e registro de um crime contra a honra de uma parlamentar? Quem se beneficia quando se apaga o rastro de uma ofensa comprovada? A anulação de atos investigatórios não apaga as palavras ditas, não apaga a humilhação sofrida, não apaga a violência manifestada, e não podemos aceitar.
O SENHOR PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DEPUTADO ANTÔNIO PEREIRA – Peço que liberem o som da oradora para que ela possa concluir o pronunciamento.
A SENHORA DEPUTADA MICAL DAMASCENO – Só mais uns minutos, Presidente. Não podemos aceitar que a memória desse crime se perca. Amanhã outros crimes, como aconteceu esse crime agora em Afonso Cunha. Por isso, Presidente, eu acredito que a sociedade maranhense irá proceder com sensatez e justiça. E irá dizer sabe o quê? Vou aqui. Sem diálogo, sem diálogo pelo Maranhão quem é a favor da relativização de valores cristãos. Sem diálogo pelo Maranhão quem é contra a anistia. E a anistia lá dos presos do 8 de janeiro. Não tem salteadores de banco. Não foi pego ninguém com arma. Não tem bandidos. Tem idosos, pessoas de família, de bem. Sem diálogo quem é a favor de ideologia de gênero nas escolas. E projeto meu foi aqui vetado por esse senhor. Sem diálogo quem é a favor da legalização de aborto. Sem diálogo pelo Maranhão quem é a favor da restrição da liberdade de expressão.
O SENHOR PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DEPUTADO ANTÔNIO PEREIRA – Peço que liberem o áudio da Deputada Mical, para que ela possa concluir o pronunciamento. Deputada.
A SENHORA DEPUTADA MICAL DAMASCENO – Sem diálogo pelo Maranhão quem é a favor da legalização e descriminalização das drogas. Sem diálogo pelo Maranhão quem é contra o desarmamento da população. Sem diálogo, também, aqui no Maranhão quem é a favor da flexibilização de leis de segurança pública. Sem diálogo pelo Maranhão, aproximação com o regime socialista. Então, o maranhense que é sensato, o maranhense que é conservador, o maranhense que é defensor da família, que é defensor dos princípios cristãos não vai dar oportunidade para canalha aqui no Maranhão. É por isso, eu não vou citar o nome aqui, mas só está em quarto lugar porque não existem outros candidatos, porque, se tivesse, seria o último, o último local, o último lugar que ocuparia.
O SENHOR PRESIDENTE DEPUTADO ANTÔNIO PEREIRA – Obrigado, Deputada. Vossa excelência já dobrou o tempo. Um minuto para a Deputada Mical concluir.
A SENHORA DEPUTADA MICAL DAMASCENO – E eu peço ao povo maranhense de bem que reflita em tudo o que nós falamos aqui, não esqueçam do que aconteceu comigo. Isso aí é a prova de que jamais poderemos dar oportunidade para esse tipo de pessoa ocupar espaço público. São essas minhas palavras, Senhor Presidente. Muito obrigada.