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Pequeno Expediente Neto Evangelista
25 de novembro de 2025
Transcrição
O SENHOR DEPUTADO NETO EVANGELISTA (sem revisão do orador) – Presidente Iracema, Senhores Deputados e Senhoras Deputadas, eu não ia trazer este assunto à tribuna, mas a Presidente Iracema trouxe o tema sobre a violência contra a mulher, Deputada Ana, e foi, ao longo da fala dela, foi me trazendo uma revolta, uma revolta, porque tem muita gente trabalhando para a gente acabar com isso no Brasil. Só que ao mesmo tempo, tem muita gente atrapalhando isso no Brasil. Olha, eu, Deputada Daniella, há anos, eu lembro que eu entrei nesta causa de violência contra a mulher quando uma funcionária minha, que trabalhava comigo, foi esfaqueada pelo ex-marido com 18 facadas, em 2016, de lá para cá, eu venho militando nisto, junto com vocês deputadas dessa Casa, que a todo instante se colocam à disposição, trabalham em cima, apresentam Projetos de Lei, eu tenho vários Projetos de Lei, V.Exa. tem Projetos de Lei Deputada Daniella, o Governador Carlos Brandão agora sanciona está. Aí, me vem bem aqui em Imperatriz um ato de violência cruel, cruel, o cara botava a mão dentro da boca da mulher, montado em cima dela e desferia tapas na cara dela. A sorte, o filho filmou e mandou para polícia. A polícia foi lá e prendeu em flagrante. No outro dia, o cara foi preso à noite e de manhã o cara estava solto. Ontem, eu tentava, Deputado Catulé, li a decisão, estudava a doutrina, e eu dizia a mim mesmo, não cabe a mim discutir, fora dos autos, uma decisão judicial. Tem que ser discutida nos autos. Mas é revoltante, por quê? No Direito brasileiro, tem brecha para você fazer de um jeito ou de outro. A mensagem que ficou, escutem a mensagem que ficou, é que para esses cretinos, agora na mente deles, está assim: eu posso dar umas bolachas na minha mulher, que eu vou só dormir lá na delegacia. Estou apresentando um projeto de lei, Senhora Presidente, para que aqui, no Maranhão, mulheres que têm medida protetiva de urgência recebam do Governo do Estado, junto com o treinamento, o direito de utilizar aquela arma de choque e o spray de pimenta. Quero ver o caboco desse montar em cima de uma mulher de novo se ele não vai ter os olhos todos queimados, se ele não vai ficar todo paralisado no chão. Esses machões em cima de mulher, que para homens são “tchutchuca”, mas para mulher querem ser machões. Eu fiquei, Deputado Lula, sabe aquela hora que você assiste àquela cena, V. Exa. é pai de menina também, e você fica pensando: a gente cria a filha da gente para um marginal desse fazer isso? Não, meu irmão! Eu faço um apelo aqui ao Tribunal de Justiça do nosso Estado para que a gente deixe apenas de fazer palestras e efetivamente cumpra o nosso dever social também no meio judiciário, porque o recado foi muito ruim. Agora imagina, Deputado Aluízio, se esse vagabundo, que foi solto, amanhã mata essa mulher? E aí? É revoltante, Deputada Ana. É revoltante. Como eu disse, não vou discutir decisão judicial aqui porque não me cabe, não é o espaço, não é o foro aqui. Mas, assim, Deputada Daniella, nós, enquanto Assembleia, daquela forma que nós fizemos quando à época uma procuradora de Justiça pediu a soltura do assassino da mulher, em Dom Pedro, e nós nos mobilizamos aqui, todos nós assinamos um documento, levamos à PGJ, e aquilo foi modificado. Eu acho que nós temos que ir juntos, a Assembleia, o Poder Legislativo, nos sentar também com o Poder Judiciário…
A SENHORA PRESIDENTE DEPUTADA IRACEMA VALE – Libere o áudio para o Deputado Neto concluir.
O SENHOR DEPUTADO NETO EVANGELISTA – Nos sentar com o Tribunal de Justiça, em uma conversa institucional, não é tratar de um caso isolado porque, repito, não é o local adequado, mas tratar de forma institucional para, dentro da nossa legislação, que a legislação brasileira permite, termos o entendimento do endurecimento dentro da legislação que já existe, para que esses safados durmam um pouquinho vendo o sol nascer quadrado.