Transcrição

O SENHOR DEPUTADO OTHELINO NETO (sem revisão do orador) – Senhor presidente, senhores deputados, senhoras deputadas, eu hoje iria falar sobre uma Ação Direta de Inconstitucionalidade que o Solidariedade protocolou, Deputado Wellington, para que seja reconhecido o direito dos Deputados Estaduais do Maranhão de receberem as Emendas Impositivas levando em consideração o percentual do Congresso Nacional, mais especificamente, da Câmara. Mas este assunto vai ficar para a próxima semana porque, Deputado Ariston, eu comentava, agora há pouco, que eu estou me lembrando do período anterior em que eu era oposição e, àquela época, meados de 2012, 13, 14, era muito bem acompanhado na oposição pelo então Deputado Estadual Bira do Pindaré, pelo então Deputado Marcelo Tavares, hoje, Conselheiro do Tribunal de Contas, pelo hoje Deputado Federal, Rubens Júnior, fazíamos, àquela época, uma oposição muito respeitosa, mas muito muito rigorosa. E aí tinha dia que nós conversávamos, a bancada de oposição, e, Deputado Lula, planejávamos a semana. Eu trataria de um tema, Deputado Marcelo de outro, Deputado Bira, de um tema diferente. Acontece que entre o nosso planejamento e o início da Sessão, algum problema novo acontecia no Governo e nós tínhamos que trocar de assunto. É mais ou menos o que está acontecendo agora, Deputado Wellington. Eu, à noite, estou planejando fazer um pronunciamento sobre um determinado tema, às vezes, para fazer uma cobrança ao governo, mas quando amanheço, já tem outro tema grave para abordar. Então, eu vou deixar o tema das Emendas Impositivas, da Ação Direta de Inconstitucionalidade, que o Solidariedade protocolou no Supremo para próxima semana, para tratar de mais um caso emblemático. O escritor, jornalista, cronista, membro da Academia Maranhense de Letras, precisou ocupar a sede da Secretaria de Cultura, porque, há muito tempo esperava a emissão do certificado para a entidade, que ele coordena. Uma entidade que tem uma larga prestação de serviço da cultura do Maranhão, Cazumbá, que estava pleiteando, está, o certificado, por conta da Lei de Incentivo à Cultura e a espera cansou, os pedidos reiterados, sem surtir efeito. Os diversos pedidos, dezenas, centenas, até que este senhor de 81 anos resolveu se insurgir e acampar na porta da Secretaria, Deputado Leite, vejam só, o que foi necessário para que ele fosse recebido e ouvido, 81 anos. Podia estar acomodado em casa, mas precisou chegar a esse ponto. E eu liguei para o Américo, vindo para Assembleia, ele sereno como sempre, disse: Othelino, parece estar resolvido aqui. Era algo tão simples não precisava ter chegado a esse ponto. Mas isso é o retrato da política cultural do governo Carlos Brandão, o retrato do abandono da cultura local, o retrato do calote, o retrato de quem não respeita aqueles que produzem cultura no estado do Maranhão. É o governo que ostenta no Carnaval, que vai ostentar agora no mês de junho, com as mais caras atrações do Brasil. Nada tenho contra essas atrações, algumas das quais até gosto, mas não podem ser em detrimento da cultura local. V. Ex.ªs viram uma toada improvisada do cantador do Boi de Santa Fé reclamando que, enquanto uma atração nacional recebe R$ 1 milhão, ele recebe R$ 5 mil de cachê, e demora muito tempo para receber. As atrações nacionais, Deputado Nagib, quando vêm, se não tiver…

O SENHOR PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DEPUTADO WELLINGTON DO CURSO – Mais dois minutos, Deputado Othelino.

O SENHOR DEPUTADO OTHELINO NETO – Obrigado, Deputado Wellington, estou concluindo. As atrações nacionais, para virem, se não receberem integral, têm que receber pelo menos 50%. V. Ex.ª, que já contratou quando prefeito muitas bandas, sabe bem disso. Mas V. Ex.ª, diferente do Governo do Estado, é bom pagador e pagou todas as bandas. Não ouço falar de V. Ex.ª não pagar as bandas que contratou quando foi prefeito, mas, infelizmente, essa é a realidade, é o governo do calote e o governo da ostentação, ostenta para fazer mídia porque é o governo da propaganda e desrespeita a produção da cultura local. Governador Carlos Brandão, coloque a mão na consciência. Não é assim que se trata o povo do seu estado, a cultura do seu estado. É tempo de rever conceitos, é tempo de rever posturas. V. Ex.ª se comporta como um coronel. Quando nós o conhecemos na campanha, V. Ex.ª tinha outro perfil. Repense! Ainda dá tempo. Tem menos de dois anos de governo para que V. Ex.ª possa rever essa história triste que está construindo. Finalizo minhas palavras dizendo que quem não respeita o povo, a resposta vem. Ela pode demorar um pouco mais ou um pouco menos, mas ela vem. Ela é dura. E o povo é inteligente e paciente o suficiente para dar a resposta proporcional ao tratamento que o governante, que o político lhe proporciona. Muito obrigado.