Transcrição

O SENHOR DEPUTADO RODRIGO LAGO (sem revisão do orador) – Senhora Presidente, senhores deputados, senhoras deputadas, membros da imprensa, pessoas que nos acompanham pelos canais da TV Assembleia, professores e professoras da rede pública estadual. Volto novamente a este tema, que é o desconto indevido dos honorários advocatícios dos abonos dos professores. Professores que aguardaram, presidente Arnaldo, por mais de 20 anos, para receberem esse recurso, que não é muita coisa, deputado Ariston, mas, para eles, é um sonho. E, ontem, finalmente, receberam esses valores em suas contas, mas receberam com um percentual de 15% a menos, deputado Carlos Lula, V. Exa., que tem acompanhado junto comigo essa pauta, essa agenda. E volto à tribuna para fazer um apelo aos colegas deputados, às colegas deputadas, à Presidência da Casa, à Direção da Casa, ao Primeiro e ao Segundo Secretário da Casa, para que hoje, daqui a mais alguns minutos, entrará, na Ordem do Dia, o recurso que interpus na sessão de ontem, da decisão que indeferiu uma audiência pública que pedi para ser realizada pela Comissão de Educação da Casa. Pedido este que foi protocolado ainda no início da semana passada. Mas só ontem foi incluído na Ordem do Dia, infelizmente foi indeferido e eu recorri ao plenário. Faço esse apelo à Casa. Eu peço que os colegas, peço muito humildemente, deputado Neto Evangelista, deputado Roberto Costa, deputado Antônio Pereira, deputada e presidente Iracema, peço muito humildemente a esta Casa, porque acho que o debate… Essa casa é, deputado Júlio, um parlamento. É exatamente esta a essência do Poder Legislativo. E eu me recordo que, no dia 02 de maio deste ano – já se vão quase 15 dias –, quando me deparei com aquela decisão que reputa injusta. E, ao avaliar o que fazer sobre ela, me lembrei obviamente das lições de Fernando Pessoa ou das lições do nosso Gonçalves Dias, ou mesmo daquela que é a maior de todas as lições, que são as Escrituras, a Bíblia Sagrada. Me lembrei de Fernando Pessoa, quando diz que “tudo vale a pena se a alma não é pequena”, se reportando aos navegadores que saíam pelo mar e deixavam, às vezes, as suas mulheres, os seus filhos à sua espera. Quantas noivas não concluíram seu casamento em razão disso? Lembrei-me também de Gonçalves Dias que diz que “viver é lutar, a vida é combate que os fracos abate, os fortes e bravos só há de exaltar”. E me lembrei finalmente da segunda Epístola de Paulo a Timóteo que ele, Paulo, já se despedindo desse plano, disse que “combateu o bom combate, que guardou a sua fé”. E é isso que eu pretendo dizer ao concluir cada etapa da minha vida. Que ao trabalhar, ao militar em favor de uma causa eu fiz aquilo que estava ao meu alcance. E eu acho que Assembleia não pode se furtar a esse debate. Por isso que eu faço o apelo. É necessário que o Parlamento maranhense diga às autoridades federais que é contra esse absurdo que se está tentando fazer com os professores, que é tomar aquilo que lhes é devido, aquilo que aguardaram há mais de 20 anos, e que advogados que não atuaram na causa querem indevidamente receber honorários. É este debate que eu quero que a Casa faça. Pode ser na Comissão de Educação, pode ser com qualquer protagonista, mas o que eu quero é que o Parlamento faça esse justo debate. Ontem, recebi, e aí eu fico muito feliz, muitas palavras de solidariedade, porque talvez em razão dessa causa, eu não sei qual é o motivo exato, fui atropelado aqui por alguns colegas. Talvez aguardassem de mim uma reação, muito enérgica hoje, todo mundo me conhece, sabe que não sou de guardar desaforo, de levar desaforo para casa. Não gosto de briga, mas quando convidado, vou para briga. Mas também digo o seguinte: respeito muito na rua quando, por exemplo, um cachorro me morde. Eu jamais vou agredir o cachorro. Se eu resolver brigar, eu vou brigar com o dono do cachorro. Então, não vou reagir a esses ataques de ontem, não vou reagir, porque as pessoas que me atacaram não merecem de mim uma reação. Mas faço, novamente, este apelo aos colegas deputados, à direção da Casa que reflitam e que aprovem o meu recurso, aqui ao Plenário, para que façamos aqui nesta Casa o bom debate acerca dessa justa causa dos professores, que a gente consiga emitir às autoridades federais a posição unânime dessa Casa, que é em defesa dos professores. Meu muito obrigado.