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Pequeno Expediente Rodrigo Lago

18 de novembro de 2025

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Transcrição

O SENHOR DEPUTADO RODRIGO LAGO (sem revisão do orador) – Senhoras e Senhores Deputados, Senhoras Deputadas, imprensa, galeria, povo que nos acompanha pelos canais da TV Assembleia. Alguns meses atrás, vim à tribuna reclamar que o Governo do Estado, aliás, tenho feito isso constantemente, mas num caso específico o Governo do Estado retardou a entrega de um poço que já estava pronto, em funcionamento, com a ligação feita pela Equatorial, em Coroatá, na Vila Vavá. E retardou por um motivo simples: as políticas públicas do Governo do Estado são todas indexadas à política eleitoral. Só pode ir lá inaugurar, só pode fazer uma entrega se houver o casamento dessa política pública com o apoio eleitoral ao candidato sobrinho do Governador, à sua sucessão. Lá na Câmara de Vereadores, teve um movimento de vereadores da base do governo Brandão – falei correto: não é da base do prefeito, é da base do governo Brandão – dizendo que não era verdade isso. Mas eu trago hoje aqui elementos e faço um apelo ao Governo, como eu fiz naquele dia. Eu vim à tribuna e fiz um apelo ao Governo: inaugure, entregue o poço para a comunidade. Faça depois uma festa, uma solenidade. Mas o povo estava com sede, precisava tomar água. E graças a Deus, meu apelo foi ouvido, embora tenha me chamado de mentiroso. Mas eu trago aqui outro exemplo: o Maranhão Livre da Fome. Essa Casa aprovou a lei de criação do programa. Aprovou uma lei em fevereiro. O Governo depois mandou outra lei em março. Aprovamos também com urgência. Ela foi imediatamente sancionada e ainda hoje, mês de novembro, ainda há beneficiários da lei que não receberam o seu cartão do Maranhão Livre da Fome. E o pior: só recebem quando a agenda casa com a agenda do candidato, sobrinho do Governador. Ele que tem que entregar o cartão em mãos para a pessoa. E só paga daqui para frente, Deputado Ricardo. Não paga o retroativo, como deveria ser, descumprindo expressamente a lei aprovada pela base do Governo e encaminhada a esta Casa pelo Governo. Os tais tablets superfaturados que o Governo aproveitou para meter a mão no dinheiro do FNDE, o contrato foi assinado em abril. O prazo para entrega da empresa era maio. Não sei porque o Governo foi leniente, concordou com a demora da empresa. E vejam vocês agora, no final de semana, Deputado Davi Brandão, o Governador foi em Bacabal entregar uma obra, uma escola que estava tendo aula fora da sala de aula. E ele chega e diz: “Estou entregando a escola, estou entregando os tablets.” E por que ele não priorizou as escolas que estavam sem aula? Exatamente. Os alunos que não estavam assistindo aula em sala deveriam ter sido os primeiros a receber os tablets, mas não era possível, porque tinha que casar a política pública com a agenda eleitoral do Governador. Agora apara o meu espanto, já faz algum tempo que as pessoas me diziam que no pátio aqui do Clodomir Millet, sede do Governo, havia ambulâncias, muitas dezenas de ambulâncias paradas. De vez em quando a gente acompanha o drama, porque todos aqui devem receber ligação de eleitores de lideranças, de cabo eleitorais reclamando que a pessoa está no hospital, primeiro, precisando de uma vaga, que já é difícil conseguir, e às vezes, quando consegue uma vaga, não tem a ambulância para transportar o paciente. Quantos não perderam sua vida exatamente pela falta de uma ambulância? Pois tinha 40 ambulâncias aqui no Pátio do Edifício Clodomir Millet, aqui no Calhau, em São Luís. Eu consegui o documento de algumas. Está aqui uma: emplacada no dia 22 de maio de 2025. Maio, junho, julho, agosto, setembro, outubro, novembro. A ambulância está aqui há cinco meses estacionada no Pátio do Edifício Clodomir Millet, aqui no Calhau, sem entregar para a população, porque tem que casar, o governador tem que receber o prefeito, tem que exigir do prefeito aquela famosa foto com a mão uma em cima da outra, para garantir apoio eleitoral, e só depois disso, Deputado Júlio, o prefeito vai receber, na sua cidade, a ambulância. Eu faço um apelo ao governador para que coloque a mão na consciência e cuide do povo do Maranhão, foi para isso que ele foi eleito, não foi para ser cabo eleitoral do seu sobrinho. A sucessão será debatida no ano que vem, mas não pode maltratar o povo do Maranhão até lá, não pode exigir que o povo venha pelo cabresto. Então, fica esse apelo para que o governador entregue essas 40 ambulâncias ao povo do Maranhão. Muito obrigado.