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Pequeno Expediente Soldado Leite

07 de maio de 2024

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Transcrição

O SENHOR DEPUTADO SOLDADO LEITE (sem revisão do orador) – Bom dia a todos e a todas! Quero cumprimentar a Mesa, na pessoa do Presidente, onde eu cumprimento toda a Mesa Diretora; na pessoa do Deputado Wellington do Curso, eu cumprimento os demais parlamentares que estão aqui durante a sessão; na figura do Soldado Torres, eu quero cumprimentar os militares que estão aqui presentes, que vieram prestigiar esse momento único de posse; e na figura do sargento Adriano, todas as associações que estão aqui representadas; cumprimentar minha família, por meio do meu pai, Cláudio Leite, se encontra presente; minha mãe, e professora, Josélia Cabral; minhas filhas, Eloá, Olga e Helena, que estão presentes no Plenário; cumprimentar meus irmãos e irmãs de farda. Quero aqui começar meu discurso com uma reflexão. Aqui no Maranhão, é comum as pessoas serem identificadas por sua profissão ou por sua origem, dito isso, hoje eu quero me apresentar: eu estou aqui nessa Casa do Povo, na Assembleia Legislativa do Maranhão, e vou trazer aqui uma poesia do Salgado Maranhão, poeta maranhense: “Eu sou o que mataram e não morreu. O que dança sobre os cactos e pedra bruta, eu sou a luta”. Eu sou o Soldado Leite, agora Deputado Estadual do Maranhão. Estou aqui muito honrado de estar nesse espaço e quero agradecer a Deus por ter oportunizado. Quero também falar da importância que se deu o Deputado Aluízio, que nos possibilitou a nossa candidatura pelo PSC, um partido que estava organizado através do nosso primeiro suplente, que é o Júnior Vieira, que muito gentilmente permitiu que a gente estivesse nesse momento na condição de segundo suplente tomando posse. Quero agradecer ao Deputado Fernando Braide por ter nos possibilitado. Agradecer ao Prefeito Eduardo Braide também que tem contribuído para que esse momento venha a ocorrer. Agradeço a minha família por seguir junto comigo, independente de qualquer situação, pois são eles que me dão força a continuar em busca de um mundo melhor. Agradeço a minha esposa Tátila Porto, que não pôde estar presente, por questões de trabalho, que não mediu esforço nenhum para pensar nossa campanha, para criar as estratégias, para caminhar juntamente conosco para que esse momento se tornasse possível. Quero agradecer aos meus amigos e amigas policiais militares, pais e mães de família que deixaram o conforto de seu lar para nos apoiar e ajudaram, por diversas vezes, até nos representando em momentos, onde nós não poderíamos estar. Agradeço, principalmente a meus amigos e amigas eleitores que depositaram seu voto de confiança no projeto do Soldado Leite nos dando a oportunidade de estar aqui na tribuna podendo representar o nosso Estado e o nosso povo do Maranhão tornando este dia 07 de maio de 2024, um dos dias mais marcantes da minha vida. Peço licença aos nobres colegas para escutar um pouco da minha trajetória. Porque fiz praça e também farei na Assembleia Legislativa. Eu fui transferido, perseguido, preso, nunca porque roubei, nunca porque matei e tão somente porque eu decidi romper as barreiras dos grilhões que a mantinham os militares aprisionados no Maranhão. Quando este militar ousou, por meio das associações, se organizar, questionar, buscar melhorias, inclusive salarial, para essa categoria que é tão importante ao estado do Maranhão, toda a força política se voltou a esse que até então estava organizando os trabalhadores. Eu tinha uma grande preocupação, porque há uma foto muito emblemática nas redes sociais, quem bota no Google, e pesquisa, Soldado Leite, talvez vá futuramente aparecer essa do Soldado Leite tomando posse como Deputado Estadual, mas a que aparecerá nesse momento é o Soldado Leite fardado, preso, em um presídio militar. E eu tinha muita dificuldade em saber como eu diria para minhas filhas, que ali, embora fosse o pai delas, preso, fardado, humilhado, ele não estava lá porque tinha roubado, não estava lá porque tinha assassinado, ele estava lá porque ousou lutar pelos direitos dos militares do Maranhão. Assim como eu farei nesta Casa, diuturnamente. Estarei aqui nessa tribuna para trazer a realidade dos militares do Maranhão, a realidade da segurança pública do estado do Maranhão. Esses trabalhadores que estão aqui contribuindo para que o estado melhore seus índices frente ao cenário nacional. E, por vezes, ao que parece, está esquecido. Estão ficando na fileira, no fundo da fila, até agora, não chegou a nossa vez. Essas perseguições, elas me trouxeram alguns problemas. Eu fui acometido de depressão, uma doença hoje que, infelizmente, nesse último mês, perdemos alguns amigos militares. Uma doença que se manifesta, silenciosamente, principalmente, dentro da caserna militar, onde há aquela questão de que, se você disse que está adoecido, Deputado Yglésio, se o militar diz que está adoecido, a primeira coisa que ele encontra, não é uma mão de conforto, é um dedo de acusação de que aquele militar está querendo enrolar, que aquele militar está querendo dar o famoso jargão militar, macete. E isso faz com que os militares, muitas vezes, doentes, vão para o trabalho, doentes, e lá doentes estando no trabalho chegam em casa e vão buscar fuga no álcool, vão buscar fuga muitas vezes em situações que fazem com que…

O SENHOR PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DEPUTADO RICARDO ARRUDA – Pode concluir com tranquilidade, Deputado. Fique à vontade.

O SENHOR DEPUTADO SOLDADO LEITE – Então, senhores, a gente está hoje com uma polícia, com os militares…

O SENHOR DEPUTADO WELLINGTON DO CURSO – Soldado Leite, depois me conceda um aparte por gentileza.

O SENHOR DEPUTADO SOLDADO LEITE – Tudo bem, Deputado Wellington. Estão adoecidos nesse momento que estamos passando. Eu quero inclusive, pedir aqui aos colegas que fique registrado nessa Casa que nós precisamos tratar da saúde mental dos militares do Maranhão. E hoje estou aqui com a missão de continuar a reivindicar melhorias para os profissionais da segurança pública. Faça chuva ou faça sol, estou à disposição da população. Aquele que sabe a hora de entrar… Eu sou aquele que sabe a hora de entrar de serviço. Nós militares sabemos, mas nós não sabemos se daquele serviço nós retornaremos para casa vivos. Aquele que muitas vezes não pode demonstrar em seu próprio local de trabalho que padece de problemas psicológicos, pois corre o risco de ser julgado como macetoso e segue no serviço mesmo adoecido. Quantos profissionais da segurança pública temos nessa situação? Quantos cometeram suicídio nos últimos anos? Não sabemos ao certo, porque não se debate a política pública, a saúde pública dos militares que estão no exercício das suas atividades. Venho para esta Casa com o objetivo de continuar reivindicando por melhorias não só para os profissionais da segurança pública, mas para toda a população maranhense. Estou à disposição, e o Soldado Leite segue na luta. Muito obrigado. Deputado Wellington pediu um aparte.