Transcrição

O SENHOR DEPUTADO SOLDADO LEITE (sem revisão do orador) – Bom dia, Presidente. Bom dia, demais deputados. Bom dia, nossa galeria de imprensa que acompanha o nosso trabalho. Bom dia aos assessores dos nossos parlamentares aos funcionários desta Casa. Eu venho aqui trazer hoje uma informação e apresentar alguns projetos. O Fórum Brasileiro de Segurança Pública demonstrou que, no ano passado, nós perdemos 110 profissionais, policiais militares e civis, profissionais da segurança pública, para o adoecimento mental, para o suicídio, e morreram em combate no Brasil todo, apenas 107. É notório, apenas não, foram muitos, muitos policiais que morreram, mas o que eu quero chamar atenção, é que nós perdemos mais policiais para o suicídio, do que para a criminalidade, que tombaram em serviço. Esses dados, eles trazem algo preocupante, e algo que a gente precisa ter a sensibilidade para tratar sobre essa questão. Eu sou um policial que passei por um processo de adoecimento, dentro da nossa instituição, e sei que, a primeiro modo, no primeiro momento, o que a instituição acha, é que aquele adoecimento não existe, que o policial está achando uma forma de não trabalhar, que o policial está dando macete. E o adoecimento mental é algo real, dentro da nossa instituição. Nós trabalhamos sob uma forte carga de stress, o nosso serviço, ele demanda muita atenção, muitos riscos e muitas vezes você chega em casa muito estressado. E o acúmulo desse estresse, ele ocasiona e leva muitas vezes até a ansiedade, que leva até a depressão. Então, é um tema relevante que nós devemos ter uma atenção, até porque, no Maranhão, de 2022 para 2023, houve um acréscimo de 50% nos casos de suicídio de profissionais da segurança pública. Atento a essa questão, eu protocolei, nesta Casa, dois Projetos de Lei. Um que estabelece as diretrizes para a Política de Proteção à Saúde Mental dos Profissionais da Segurança Pública do Estado do Maranhão. O objetivo dessa política é promover o bem-estar dos profissionais da segurança pública, buscando prevenir doenças psiquiátricas e psíquicas e garantir uma oferta de tratamento adequado. A gente vai e proponho nesse projeto desenvolvimento de campanhas de sensibilização, a garantia de condições de trabalho que minimizem o estresse e a sobrecarga. A promoção de atividades e programas que favoreçam a qualidade de vida e o bem-estar. A criação, e esse é o principal, a criação de um canal de comunicação seguro para as denúncias e orientação sobre as questões de saúde mental. E o público que a gente visa atender com essas demandas: são os policiais, os bombeiros, policiais civis, peritos, delegados, guardas municipais e à polícia penal. Somado a esse projeto a gente apresenta outro também, também direcionado a esse ponto. Que estabelece diretrizes para a Política Estadual de Valorização e Cuidados para os Policiais e Bombeiros Militares. Esse programa irá garantir parcerias com as instituições de ensino para concessão de bolsa de estudo, oferta de curso de capacitação e aperfeiçoamento, acesso a programas de educação à distância, sessões regulares de terapia e acompanhamento psicológico, campanhas de prevenção e combate ao estresse e à depressão. É um tema que eu chamo atenção desta Casa, dos demais pares, para que a gente possa ter esse cuidado. Eu, como disse, fui um policial que adoeci, por conta da atividade, desenvolvi ansiedade, pensei, sim, em cometer suicídio, precisei buscar tratamento e a resposta inicial da instituição foi não dar assistência, foi virar as costas. E, assim como eu, outros militares, policiais e bombeiros passam pelo mesmo tratamento. Então, nós precisamos entender que a saúde mental dos profissionais da segurança pública precisa ser prioridade, nós precisamos tratar como prioridade a saúde mental dos nossos profissionais. Que possamos reduzir a zero o número de policiais que cometem suicídio, e, para isso, a gente apresenta projetos que vão na direção do tratamento e do cuidado da saúde mental desses profissionais. Muito obrigado.