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Tempo da Liderança Dr. Yglésio

13 de novembro de 2025

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Transcrição

O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO (sem revisão do orador) – Bom dia a todos, Senhoras e Senhores. Ora, eu tenho alguns assuntos que são extremamente importantes hoje para tratar na tribuna são eles: um para comentar a situação em relação a uma decisão do Ministro Flavio Dino, que invalida todo o esforço da segurança pública. Aqui nós temos imprensa, mas, ao mesmo tempo, nós temos policiais aqui no plenário. Nós temos policiais assistindo. Nós temos policiais nas ruas, civis e militares. Nós temos delegado de polícia. Nós temos investigação. Mas ontem o Ministro Flávio Dino conseguiu se superar. Ele já havia dito aqui numa palestra que, como ele diz quando ele liga o modo apresentação pública: “Vocês acham que o crime são aqueles meninos e meninas? Não, o crime está nas grandes rodas, no mercado financeiro, na Faria Lima. E aqueles jovens não são criminosos, aqueles meninos e meninas.” Ele já mostra bem aí a visão que ele tem e, ao mesmo tempo, ele comete um crime, porque ele disse taxativamente numa palestra. E o Ministro do STF quando fala tem presunção de verdade que ele sabe onde estão os verdadeiros criminosos. E se ele sabe e não denuncia, ele é conivente com o crime. Mas ele conseguiu ir mais além de tudo que é possível fazer. Ontem, Presidente, ele deu uma decisão num processo em Santa Catarina, de uma delegada, de uma mulher num concurso de delegada de Polícia, onde um dos critérios era idoneidade moral. A mulher casada com um homem condenado por tráfico de droga, mulher de traficante, passou na primeira fase do concurso. Quando forem fazer os critérios de idoneidade, tem que investigar porque um concurso para polícia, Flávio Dino, não é um concurso para a pessoa fazer limpeza, não desmerecendo a função de quem limpa o chão, porque tem uma função importantíssima, mas dizendo que a polícia se baseia nos mais altos padrões de moralidade, não que para limpar o chão não precise, mas a polícia está no meio de investigações de necessidade de grande de sigilo, de não comunicação, de ter o crime como inimigo e não ter o crime como parceiro de cama. A mulher que se deita com o traficante não pode ser delegada, Flávio Dino, e isso não é cerceamento de direito individual, não é “prejuízo in mora”, “in dubio pro societate”, supremacia do interesse público. Será que o interesse público, principalmente na segurança pública, que o Deputado Othelino subiu aqui ainda agora para dizer que o Governador Brandão… O ex-Governador Flávio Dino, que é Ministro da Justiça, foi Ministro da Justiça, é Ministro do Supremo, Othelino, está legitimando uma mulher de um traficante ser delegada de polícia, ter a chance. E é esse cidadão que vocês têm como padrão de comparação para dizer que o Brandão não presta. Então, é uma vergonha para o Brasil, é uma vergonha para vocês também. Quando ele faz isso, descredibiliza o esforço de V. Exas. de fazer uma oposição qualificada. Reclamem com ele, é uma coisa absurda. Eu nunca vi isso na minha vida, botar num concurso de volta a mulher de um traficante, desconsiderando todo o interesse público envolvido. É como o delegado de polícia de Santa Catarina postou no Twitter: é muito difícil combater o crime neste País com esse tipo de ministro do Supremo Tribunal Federal. Não é à toa, meus amigos e minhas amigas, que o nosso País é pobre, não é à toa que o nosso País é inseguro. São as autoridades, que dele tomam conta, que conduzem a isso. Segundo ponto aqui, importantíssimo, vou mostrar o milagre da matemática, o milagre matemático aconteceu em Fernando Falcão recentemente, parece muito com um concurso que nós tivemos aqui na Assembleia na primeira vez: estranho. Esse conseguiu ser mais, porque Fernando Falcão tem 11.500 habitantes, aproximadamente, abriu um concurso para 66 vagas. Na aprovação preliminar do concurso de Fernando Falcão para os melhores cargos, para os cargos de mais alto salário, 18 parentes, pessoas relacionadas à prefeita. Está muito mais para lista de nomeação do que para concurso público. Quando é que isso vai mudar? Será que um dia a gente vai conseguir sair desse parafuso de imoralidade no Estado, em que parentes de quem manda no município se apropriam dos sonhos das pessoas. Porque vamos pensar, qualquer família dentro de um município de 11.500 habitantes, qualquer família, por maior que seja, ela só vai representar, no máximo, 2% da população do município pequeno. Mas, estranhamente, eles ocupam, preliminarmente, já 27% das vagas. Isso aqui vai ser encaminhado para o Ministério Público, pelo amor de Deus, é demais. Eu não sei nem quem é prefeito de Fernando Falcão, falei prefeita aqui, de fato, eu fiquei impressionado. Alguém sabe aí o nome do Prefeito Fernando Falcão ou prefeita? É. É prefeita? Prefeita, pronto, pelo menos, confirmaram ali que é prefeita. Que não me interessa a pessoa, não me interessa saber quem é. Me interessa ver essa bagunça, essa verdadeira baderna. Parente de vereador, fizeram o loteamento bem direitinho. Vamos lá, passamos isso aqui. Ontem, a gente trouxe aqui uma denúncia sobre o Edmundo Luz, aqui na Assembleia. Obviamente aconteceu o que a gente já sabia que ia acontecer. Ele ia fazer um vídeo com uma série de montagens para tentar desqualificar a filha. Por quê? Isso é uma técnica muito usada de argumentação que chama de espantalho, strawman. Eu falei aqui da filha e da pedofilia. Ele se concentrou hoje, as pessoas relacionadas a ele, em tentar montar um vídeo contra a filha. Por quê? Porque ele sabe, primeiro, que essas histórias de pai com filha vão ter muito mais atenção do que fotos de pedofilia. Então, o que ele pegou? A esposa dele, que era contra ele, mas no curso da situação se tem relatos de que houve entendimento, inclusive financeiro, em cima da questão e a esposa dele, que cuidava da filha dele, em termos de trocar impressões, revolta em relação ao que tinha acontecido, a esposa pegou todas as conversas com a menina, que se abriu muito com ela e entregou todas para o Edmundo. Todas as conversas foram entregues e, a partir daí, ele iniciou a fazer as montagens. Ele pegou e colocou lá que ele pagou trezentos mil para ela. O escritório dele faturava milhões, ela trabalhava para ele, ela tem participação de lucro. Quem trabalha na advocacia recebe, onde está o crime disso? Justifica ele ficar vinte e três minutos penetrando a filha, desacordada? Eu acho que não, eu tenho certeza que não. É salvo conduto para quantidade de fotos dele com menores de idade, fotos de crianças, em posições ginecológicas, que nós mostramos na internet, porque eu não trouxe isso aqui para o plenário para não escandalizar. Também não justifica. Mas, hoje, a internet acordou assim. E eu vou manifestar minha preocupação com o mundo, de fato, porque não bastem ou não bastassem os problemas que a gente tem, ainda tem as pessoas que não conseguem compreender, para além da dimensão da política, o aspecto humano das coisas. Olha esse tipo de comentário aqui de militante do PSOL, impressionante: João Tec sabor churrasco Elisiário real, no X. Nem sempre é do X, mas sempre no X vai ser ex Twitter: “Yglésio achou de bom tom mostrar vídeo de uma mulher sendo estuprada no Instagram. Ainda tem gente que defenda esse doente, mas essa justificativa se torna mais ridícula por ser o próprio campo político do Deputado que age sempre descredibilizando as vítimas.” Aí o cidadão tem uma foto aqui na Secretaria Geral da Presidência com o Boulos. Vou mostrar na minha rede social para não perder a atenção de V. Exas. O outro aqui que deu asa a ele. Olha a foto do cidadão. Só pessoas assim, desequilibradas. Alucad Edia não vi, porque felizmente esse vagabundo é bloqueado no meu Instagram. Aí você abre militante de esquerda, várias páginas replicaram o vídeo. “Meu Deus, podre! I’m not that deep.” Carlos não sei o quê, militante LGBTQIA+. “Esse lixo de pessoa devia estar preso.” Eu deveria estar preso não o estuprador da filha, o pedófilo. Liguem os pontos e entendam o nível de doença que temos na nossa sociedade. Acho que por hoje é só, porque, desde terça-feira à noite, quando eu tive a conversa com a moça, eu estou muito mexido em relação a isso aí, desenergizado de fato. Terça para quarta, eu dormi 3h da manhã. Ontem eu cheguei em casa, dormi 23h da noite, que normalmente eu durmo meia-noite, 1 hora da manhã. Mas ontem eu nem aguentei no horário que eu consigo, não tive nem energia para estudar. Mas, de fato, eu quero pedir aqui o que a gente ainda não teve, e eu espero que a gente tenha, apoio da Bancada Feminina da Casa. Ninguém acha que eu acho bom conduzir um negócio desse sozinho. Isso aqui é um peso muito grande. Gente, tem uma Procuradoria da Mulher na Casa, Presidente, que não se manifestou, que não falou absolutamente nada. E eu não quero ser deselegante com ninguém, mas eu tenho que cobrar aqui da tribuna, pelo amor de Deus! Por que eu tenho que ficar sozinho toda vez que é um assunto dessa gravidade aqui na Casa? Então, eu peço que pelo menos, gente, que as Deputadas…

A SENHORA DEPUTADA DANIELLA – Alto lá!

O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO – Não, eu estou falando a verdade. Estou falando a verdade, se incomodou, aja, aja. Não, toda vez, não, mas toda vez que é grave, toda vez que é uma coisa que atinge alguém que não seja ofendido aqui dentro da Casa, é sempre assim. E pode se chatear, porque gosto de todas as minhas amigas aqui, mas preciso de ajuda. Ontem eu pedi, ninguém falou, ninguém conversou comigo a gravidade da situação. Desde ontem que eu peço, Andreia estava no Plenário, Ana do Gás estava no plenário. Com todo respeito, gosto de todas as minhas amigas, mas… Dra. Helena estava. Precisamos formar uma frente aqui contra isso, cara! E eu sou homem aqui, não é meu lugar de fala. Não é, mas eu estou tendo que fazer. Estou tendo que fazer por conta disso. E eu peço desculpas aí se acham que me exaltei, mas é porque isso tem mexido muito com a cabeça, para uma pessoa fazer isso sozinha. Não há intenção de ofender, eu estou pedindo ajuda. Pedindo ajuda, de verdade. Eu estou pedindo ajuda. E é isso. Espero que a imprensa tenha compreensão também de não levar isso aqui como principal da coisa.

A SENHORA DEPUTADA DANIELLA – Deputado Yglésio.

O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO – Só um instantinho, Deputada, porque vai desvirtuar.

A SENHORA DEPUTADA ANA DO GÁS – Um aparte Deputado Yglésio, também.

O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO – Não. Podem usar o Expediente Final para falar. Meu tempo já está no final, vocês fiquem à vontade aqui. Agora eu peço… Vai transformar a sessão, tirar o foco da situação da menina, para dizer que Deputados discutem na Casa no final. Se vocês acham que isso aí é ajudar na situação, venham e digam que eu estou errado, que eu estou sendo injusto. Agora, se querem resolver a situação, ajudem. Muito obrigado, Presidente.