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Tempo das Lideranças Rodrigo Lago

28 de maio de 2025

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Transcrição

O SENHOR DEPUTADO RODRIGO LAGO (sem revisão do orador) – Senhor Presidente, Senhores Deputados, Senhoras Deputadas, imprensa, povo do Maranhão, o que me traria à tribuna aqui era o primeiro fato que se tratou hoje da MA-320, na parte específica que liga Santa Inês a Pindaré. E eu quero agradecer muito à Deputada Solange Almeida, que deu uma informação nova para o povo do Maranhão, porque a obra teria iniciado, eu digo “teria”, porque não se iniciou, em 06 de dezembro de 2024. Semana que vem, Deputado Florêncio, completará seis meses, sexto mensário dos 15 ou 30. Sei lá quantos bois no rolete foram, as máquinas estavam lá para que o povo acreditasse. Passada a festança, as máquinas saíram, a obra não começou, e a Deputada Solange informou aqui que há problemas na licitação, que há problemas de desapropriação, mas que, em breve, sabe-se Deus quando, a obra começará. O Deputado Antônio Pereira inovou e ainda trouxe mais uma informação. O Deputado Carlos Lula trouxe esse tema à tribuna dois dias antes, ele está com uma capacidade muito grande de voltar ao passado, acho que ele descobriu e veio para tribuna, falou, e o secretário por lá apareceu fazendo algo anteontem. É algo realmente que me espanta. E eu quero dizer que eu fiz um discurso na tribuna desta Casa agradecendo por essa obra ao Presidente Lula, Deputado Carlos Lula, porque esse recurso é carimbado do BNDES. E eu mais uma vez imploro ao Governo que dê informações para a sociedade. O discurso do Deputado Carlos Lula, quando trouxe o tema da MA-320, Deputado Antônio Pereira, seria absolutamente desnecessário se o Governo tivesse dado as informações que aqui foram dadas pela Deputada Solange Almeida. Agora me fica a dúvida: quem aqui está com a razão, a Deputada Solange ou o Deputado Antônio Pereira, ou nenhum dos dois? Porque, nos discursos que foram feitos em dezembro de 2024, no dia 6 de dezembro, nas entrevistas, nos discursos do Governador, dos secretários, da própria Deputada Solange, o que se dizia, Deputado Aluízio, é que aquele sonho estava sendo realizado, inclusive o Governador disse que muitas mortes seriam evitadas porque a obra estava sendo feita. E naquela obra de apenas duas pistas e que o Governador falou que estava duplicando, mas na verdade está triplicando, porque, segundo ele na entrevista, eram três pistas de cada lado, e isso obviamente vai triplicar a capacidade daquela rodovia e evitaria muitas mortes, mas, seis meses depois, a obra não começou. Eu espero que, até o dia 6 de junho, Deputado Carlos Lula, a gente não comemore mais um mensário da obra paralisada que nem sequer iniciou. Eu não sei se é a isso que talvez tenha se referido o Deputado Antônio Pereira. E eu não disse que V. Exa. desmereceu o Governo anterior, o Governo do Ex-Governador Flávio Dino, eu só perguntei o que significava essa nova era, V. Exa. usou exatamente essas palavras, e por isso eu perguntei se havia, primeiro, uma era antes do Carlos Brandão, “a.CB”, e uma era pós-Carlos Brandão, “p.CB”. E agora fica a indagação: será que é esta a nova era ao sair lançando estradas no Maranhão todo e tirando as máquinas no dia seguinte? É essa que é minha dúvida, que V. Exa. infelizmente não esclareceu; mas, depois da tribuna aqui, ficarei no plenário, se V. Exa. quiser esclarecer no Expediente Final, ficarei muito feliz de saber se é isso. Ou será que a nova era, Deputado Carlos Lula, e aí seria muito grave, é a confusão entre Governo, portanto Poder Executivo, com o Estado? Porque ontem eu fiz daqui, desta Casa, um pronunciamento, talvez o mais duro que fiz na minha vida, mas fiz com a consciência tranquila, porque eu disse que uma pessoa que tinha muita influência no Estado me fez uma ligação que, há um ano, acreditava ser uma ligação apenas amistosa e que talvez contivesse uma ameaça política, mas refletindo sobre fatos que me chegaram ao conhecimento, começo a achar que não era uma ameaça apenas política, mas estava sim sendo ameaçada a minha integridade física e a minha vida. E falei isso com a sinceridade que sempre me é peculiar, e, como eu disse ontem, em um aparte ao Deputado Ricardo Arruda, chegará o momento que eu direi, se for o caso, nomes de cadáveres, Deputado Júlio Mendonça, que eu espero que não seja o meu, até porque se for o meu eu não terei oportunidade de vir à tribuna dizê-lo. Mas será que a nova ordem é esta? Será que a nova era, nova ordem, a partir do Governo Carlos Brandão, é a confusão entre Estado e Governo? A Deputada Mical adicionou um tempero preocupante, ela disse que, daqui a alguns dias, o Felipe Camarão, Vice-Governador, assumirá o Governo na interinidade. E aí ela estava preocupada de haver interferências no trabalho da polícia, e aí eu fico a me perguntar: será que o Governador, Deputado Florêncio, tem esta capacidade de interferir no trabalho da Polícia Civil? Será que aquele discurso feito pelo Deputado Othelino Neto, em dezenove de fevereiro ou feito ontem por ele e reforçado em duas vezes por mim, será que essa é a nova era aqui pregada pelo Deputado Antônio Pereira? Um governante que interfere na Polícia? Eu quero crer que não, mas se algum dia isso ocorrer ou se os fatos confirmarem.

O SENHOR PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DEPUTADO FLORÊNCIO NETO – Peço para devolver o microfone para o Deputado Rodrigo e peço que V. Exa. conclua seu pronunciamento.

O SENHOR DEPUTADO RODRIGO LAGO – Quero dizer ao Governo se esta é a intenção, faço a advertência. Certa vez, o Superior Tribunal de Justiça afastou, na verdade, prendeu um Governador que fez uso da máquina administrativa do Distrito Federal para barrar investigações federais. O Governador Arruda, que vinha inclusive tendo uma boa avaliação no Distrito Federal, saiu do Palácio do Governo preso, porque usou da Polícia Civil do DF para barrar investigações. Então, fica aqui só minha preocupação. Como não recebi do Deputado Antônio Pereira resposta do que vem a ser a nova ordem ou nova era, talvez explique para mim um dia, fica a minha advertência que o Governador Carlos Brandão não faça uso indevido da Polícia Civil, como sugeriu a Deputada Mical ser possível fazer por um Governador do Estado. Muito obrigado, Presidente.