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Tempo dos Blocos Antônio Pereira

14 de novembro de 2024

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Transcrição

O SENHOR DEPUTADO ANTÔNIO PEREIRA (sem revisão do orador) – Obrigado, Senhor Presidente Roberto Costa, Senhora Presidente de Iracema, secretários presentes à Mesa, caros colegas deputados e deputadas, que as bênçãos de Deus continuem nos atingindo hoje, assim como nos protegeu ontem. Eu quero tratar desse assunto, e que todos nós tratamos, hoje, que foi a eleição da Mesa Diretora para o biênio de 2025/2026, que aconteceu nesta Casa, ontem, eu quero colocar com muita calma, com muita tranquilidade, com muito respeito a todos. Primeiro, agradecer a todos os colegas, quarenta e dois, eu olhei para o nosso painel eletrônico, e eu observei tudo amarelo, hoje já não está, a presença dos quarenta e dois deputados estaduais, na Casa, pelo interesse do tempo, pela a importância da eleição, eu quero agradecer a participação de todos os colegas deputados e deputadas, ontem, nessa eleição tão importante, tão esclarecedora, de que nos dá, e nos deixa o exemplo de que precisamos, sim, fazer uma reflexão sobre ela. Muito obrigado em especial àqueles que compreenderam o trabalho da Iracema Vale, presidente; o trabalho da Mesa Diretora, o nosso trabalho, portanto, todos da Mesa Diretora; e que nos honraram com o seu voto. Mas tenho a obrigação de agradecer àqueles outros que participaram da eleição, como estou agradecendo. Foi uma eleição republicana, democrática, como deve ser. E, presidente Iracema, na democracia, a maioria vence, a maioria governa e respeita a minoria. Eu tenho absoluta certeza – até porque conversamos depois em particular, eu, deputada Iracema, deputado Roberto, governador Carlos Brandão –, e esse é o nosso entendimento, não mudamos nenhum pensamento em relação à Casa no sentido de buscarmos a reunião, como foi muito bem aqui conversado, pronunciado pelo Júlio, o entendimento entre nós, deputados e deputadas, parlamentares dessa Casa, porque somos os representantes legítimos do povo do Maranhão. Eu quero dizer que, nessa eleição, como eu falei, democrática, que a presidente Iracema conduziu, eu não tinha visto, presidente Iracema, nenhuma eleição ser conduzida de uma maneira tão transparente, tão tranquila e tão calma, sem compromissos maiores, não republicanos. Talvez até tenhamos romantizado muito a eleição, porque nós sabemos das outras eleições aqui, em que se faziam alguns compromissos não tão republicanos, muitos republicanos, outros não tão republicanos. Mas V. Exa. teve a intenção de adquirir os votos dos seus pares pela sua história de gestão, pela sua história de compromisso, pela sua história de companheirismo, que teve com os deputados dessa Casa. Eu já tenho alguns anos aqui e posso dizer, com respeito ao Othelino, com respeito ao nosso querido Arnaldo Melo, são ex-presidentes dessa Casa, com o respeito aos que não estão aqui mais, como Humberto Coutinho, como João Evangelista, os que ainda continuam vivos, como Tatá Milhomem, que todos esses, Manuel Ribeiro, dentre todos esses presidentes, não estou aqui “puxando seu saco”, porque não preciso “puxar o saco” de ninguém. É dizer que, sem dúvidas, a senhora reúne as melhores qualidades que eu já vi em um presidente nesta Casa, em todo o tempo que eu estou aqui. E eu chamava a atenção disso aos meus colegas, principalmente no segundo turno da eleição ontem, na segunda chamada: “Precisamos reconduzir a Iracema, porque ela escuta os nossos funcionários, porque ela respeita os nossos gabinetes, porque ela sabe dividir aquilo que a Casa pode dividir, republicanamente, o que pode dividir com os colegas, coisa que eu não vi em outros presidentes desta Casa, com todo respeito a todos. Cada um fez a seu modo, cada um a sua maneira, mas a senhora, com o seu coração, fez e faz diferente e vai fazer, e eu espero que esse episódio de ontem não tenha endurecido seu coração porque foi este coração que lhe deu a vitória, ontem nós fomos salvos pela glória e pela vontade de Deus, e a Ele hoje eu fiz a minha oração e ontem também de agradecimento. Vou fazer, Mical, um culto de ação de graça na minha casa em agradecimento porque entendo que esta Casa continuou e continuará nas mãos de uma pessoa que tem compromisso com os seus colegas, tem compromisso com o povo do Maranhão, que é a Iracema Vale. Estou muito feliz com o resultado, como acho que o deputado Othelino também está muito feliz com o resultado. Eu estou feliz, deputado Júlio Mendonça, pela maneira como Vossa Excelência me enfrentou aberta e explicitamente, sem esconder. Estou feliz com a posição e não poderia esperar diferente dele, porque pé de caju dá caju, não dá limão. Eu sou um grande amigo do pai dele, Fernando Braide, da maneira como ele se comportou desde o início ao dizer que não podia e colocando os seus motivos. Porém, eu não posso concordar, mesmo conhecendo a natureza da Casa e a natureza política com os adversários invisíveis, porque quando nós enfrentamos Arnaldo Melo, adversário da altura do Júlio Mendonça, da altura do Othelino, da altura do Fernando, nós sabemos quem estamos enfrentando. Agora, aqueles que vão e que fazem uma conversa republicana, decente, séria com a Iracema e até com outros talvez, não sei, componentes do governo do estado, como foi colocado aqui que talvez alguns tenham conversado com nosso diretor institucional Marcos Brandão, que é um grande homem, que recebe os nossos colegas deputados e deputadas quando precisam e procura resolver dentro do possível, claro, os seus problemas. Em nenhum momento, essas pessoas se colocaram contra, foram convidados, convencidos pelo que nós achávamos da Iracema, da nossa presidente, pelo seu trabalho, por sua história, e depois apareceu como apareceu aqui o resultado. Quanto à reunião lá em cima, deputado Othelino, eu peço vênias a V. Ex.ª no sentido de que fui eu que chamei para ir lá para cima, era uma reunião de grupo político. Eu não entendi aquela reunião que o Arnaldo foi como ele estava ali, porque estava presidindo a eleição, não. Acredito que ele tenha ido lá como membro do grupo político, como eleitor da Iracema que ele foi e que ele é, como eleitor desse grupo político, e aí é aquela história de lá no interior: sou de uma cidade que no passado, graças a Deus não é mais, Imperatriz foi muito violenta, o camarada mandava matar e ia para o velório. Lá apareceram trinta e três deputados dizendo que votaram na Iracema, sendo que nós tínhamos acabado de sair daqui, tínhamos deixado na urna vinte um votos. É esse tipo de comportamento que esta Casa precisa aplicar, deixar de lado. Eu quero, Deputado Júlio, eu quero reconhecer os meus erros, enquanto primeiro-secretário, enquanto membro da Mesa. Sei que não fiz tudo longe disso, hoje de madrugada não dormi, fiz um texto desse tamanho, um jornal, mandei para Iracema, comecei duas hora da manhã a fazer esse texto, quatro horas, mandei para ela, reconhecendo que nós podemos melhorar, podemos fazer muito ainda, fazer melhor, assim como nós, na Casa, que eu falo pela Casa, não falo pelo governo, acredito também que o governo possa melhorar, acho que precisamos estar abertos a novas transformações, não posso aqui desacreditar, apesar de que, infelizmente, esta Casa tem pessoas que pensam desta maneira, de se dar bem em tudo. E por tudo e, acima de tudo, não importa quem ofenda, não importa quem prejudica, infelizmente, são contumazes nisso, tem algumas pessoas que são contumazes nisso, mas o povo os escolhe e eles têm que estar representando aqui o povo, mas tirando essas pessoas, eu acho que principalmente, os de primeiro mandato, que talvez possam, na minha avaliação, não é de vocês não, a de Othelino, com certeza, não, ter cometido algum erro com a nossa presidente Iracema, ou algum desvio com a presidente Iracema. Que eles possam compreender em sã consciência numa reflexão, até pedindo ajuda e a sabedoria de Deus, para que eles possam refletir, possam compreender e nós, outra vez, nos reunamos. Reunir, quando perguntaram o nome da chapa, eu falei: Olha, União e Continuidade. Eu ali achei que nós estávamos mais unidos. Mas, no final, Iracema nós estávamos unidos, os 21 estávamos unidos e demonstramos isso ao povo do Maranhão. Quero aqui discordar em relação ao governo do Estado. Sei que muitos acertos precisam ser feitos porque todos os governos são assim. Precisa estar fazendo correções sempre de rumo, correções na gestão. Tenho absoluta certeza que haverá, nos próximos meses, como até é de praxe, renovações nas Secretarias, assim como o governo federal faz o governo estadual faz os governos municipais fazem também, para que nós possamos colocar pessoas com mais capacidade que possa também atender a sociedade maranhense, continuar atendendo, atender melhor e especialmente atender também esta Casa. Mas o que nós não podemos fazer amigos. E aqui grande exemplo dado é por Othelino, Fernando e Júlio é de mostrar aquilo que somos. Eu gosto de combater o bom combate com o adversário visível, com quem a gente pode saber que armas eles vão usar. A única coisa que eu fiquei triste com nosso querido amigo deputado Júlio, isso não diminuiu meu reconhecimento a V. Exa., foi num texto que V. Exa. colocou, pedindo voto para os colegas, e colocou a palavra “mercantilismo”, que quem conhece a tipologia da palavra sabe o que significa. Isso Iracema não fez, nós não fizemos. Pelo contrário, se alguém fez, não fomos nós, não foi o nosso grupo que fez. As eleições municipais deste ano mostraram que o nosso grupo político, mandado pelo Carlos Brandão, saiu não foi muito, foi extremamente fortalecido nas urnas. E a Iracema fez uma colocação que eu julgo importante, que nós temos que ter cuidado com as nossas ações aqui, porque aqueles que nós representamos estão de olho em nós, prestando atenção nos caminhos que nós tomamos. E, muitas vezes, até por necessidade, fazemos algumas coisas que contradizem exatamente aquilo que o nosso eleitor pensa, que a sociedade maranhense pensa. Já estou terminando, agradecendo a presença, na eleição, do Othelino. Othelino, V. Exa. engrandeceu esta eleição. V. Exa., com seu modus operandi, nos fez fazer uma reflexão, e vamos fazê-la mais profundamente, estreitamente, mas, com a sua história política, que nós respeitamos, V. Exa., sem dúvida nenhuma, engrandeceu essa disputa. Eu tenho absoluta certeza de que, a partir de hoje, esta Casa, com o exemplo que tivemos ontem, ela só tende a melhorar. A deputada Iracema, eu espero que o seu coração, esse bom coração. E ela disse aqui uma grande verdade: faz a política do interior, do povoado, do distrito, da cidade pequena, da cidade média, da cidade grande, mas também faz a política conosco, nós, colegas deputados e deputadas. Eu vi como ela tratou os nossos colegas deputados durante essa eleição municipal. Quem chegou à Iracema pedindo algum tipo de ajuda que ela pôde fazer, ela fez. Isso eu não posso esquecer. Portanto, que possamos sair daqui fortalecidos na democracia, fortalecidos nos princípios republicanos. E, mais uma vez, agradeço aquelas 21 pessoas que votaram na deputada Iracema Vale e também agradeço os meus eleitores que votaram e me fizeram estar hoje como primeiro-presidente, a partir do dia 1º de fevereiro 2025. Muito obrigado.

O SENHOR DEPUTADO JÚLIO MENDONÇA – Deputado Antônio Pereira, o senhor poderia conceder um pequeno aparte? Dá tempo ainda?

O SENHOR DEPUTADO ANTÔNIO PEREIRA – Concedo, com prazer.

O SENHOR DEPUTADO JÚLIO MENDONÇA (aparte) – Deputado Antônio, eu me refiro ao que V. Ex.ª se reportou, a um texto que coloquei a alguém, falando de mercantilismo. Bem, eu não me lembro direito do texto e para quem foi, mas eu posso, eu geralmente, eu assumo sim as minhas posições com muita clareza, com muita transparência e com muita coragem. Na verdade, eu quero dizer que eu considerei, quando no momento que anteviu a eleição aqui, eu fui apertar a sua mão e lhe desejar boa sorte. Como V. Ex.ª mesmo se referiu, nós combatemos um bom combate, tanto eu quanto V. Ex.ª. Na verdade, eu sempre deixei claro que a minha trajetória política não é melhor nem pior do que a de ninguém, eu não sou absolutamente melhor do que ninguém, mas foi sempre pautada por priorizar as bandeiras que eu defendo, sempre pautei a minha ação política como uma ação desprovida de qualquer interesse econômico, fora do que eu estou fazendo. Não estou aqui julgando a, b ou c. Achei que foi uma violência política quando eu fui retirado da chapa, não sei se foi pela presidente, que eu acho que não foi, tenho clareza de que não foi, não sei se pelo governo do estado, não sei por quem foi, vamos desmaterializar esse processo, porque já passou. Eu acabei de fazer um discurso que eu acho que a gente tem que olhar para frente. Desejei sorte à deputada Iracema, eu espero e vou lutar para que fique a amizade e o respeito que eu tenho por ela após todo esse processo, não sei se ela vai querer em relação a mim, mas eu vou lutar, porque eu acho que a gente tem que combater um bom combate. Mas o que eu quero dizer para V. Ex.ª é que eu não tive nenhuma intenção de lhe ofender, eu não mandei de forma pejorativa, vou até rever e ver onde foi, para quem foi que mandei. De qualquer forma, se Vossa Excelência se sentir ofendido, eu lhe peço desculpas.

O SENHOR DEPUTADO ANTÔNIO PEREIRA – Incorporo o aparte de Vossa Excelência ao meu pronunciamento e agradeço por sua explicação. Muito obrigado.