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Tempo dos Blocos Dr. Yglésio

12 de novembro de 2024

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Transcrição

O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO (sem revisão do orador) – Bom dia a todos! Hoje, nós protocolamos um Projeto de Lei, aqui na Assembleia Legislativa, importantíssimo. Um Projeto de Lei que vai fazer com que as Requisições Médicas Particulares, elas sejam aceitas, dentro da Rede Pública de Saúde, para fins de marcação de consulta. Isso é extremamente importante, é uma pauta que eu venho defendendo não é de agora, desde 2020. E vendo a sinalização que, em nível federal, o tema passará a ser debatido, só reforça a nossa certeza a respeito da constitucionalidade da ideia. Hoje, um paciente caminha, por meses, muitas vezes, entre a primeira consulta na Unidade Básica de Saúde e a consulta num especialista. E depois, meses e meses e meses, para que ele consiga realizar um exame e voltar àquele especialista. Às vezes, o dinheiro que o paciente tem é possível pagar a consulta. Tem estudos que mostram aí, nos últimos meses, que até os beneficiários do Bolsa Família têm conseguido. Vejam vocês, as pessoas que ganham 600 reais têm gasto, em média, 100 reais com aposta. Isso é um tema que nós vamos trazer, daqui a pouco, também à Tribuna da Assembleia Legislativa. A pessoa gasta com aposta e tem a oportunidade agora de simplificar também o seu tratamento, como? Através dessa ponte feita com a medicina popular privada e o Sistema Único de Saúde. Então, o projeto que nós pedimos aqui o apoio dos pares, a todos os colegas de CCJ para que nós possamos aprová-lo e, claro, caminhar para um SUS ainda mais acessível e com uma dinamicidade também muito maior. Não poderia deixar de destacar aqui a ação acertada do procurador-geral da República, Paulo Gonet, em que pese ter sido escolhido pelo atual presidente, mas ele, no dia da sabatina que foi feita junto com a do atual ministro do STF, provou que estava lá, de fato, para exercer o cargo com técnica, com zelo. Tanto que, diferentemente das ações do ministro do Supremo Tribunal Federal maranhense, Gonet nunca exacerbou do direito, dentro das suas decisões, nunca passou do entendimento consolidado da jurisprudência. E ontem decidiu ingressar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade contra a lei que regulamentou as apostas no Brasil. As apostas são um vício, hoje, que consomem as famílias e retiram mais de 130 bilhões de reais da nossa economia, todos os anos. O governo, na sua sanha de buscar aumentar as arrecadações, as receitas, alguns parlamentares, na sanha de garantir o pagamento de suas emendas, infelizmente, colocaram as famílias sob a mira do vício das apostas. O que pareceu, deputado Ricardo Arruda, no início que as apostas em cota fixa, até as esportivas, seriam uma coisa mais controlada, viu se transformar, essas apostas, em verdadeiras destruições de ambientes familiares, de ambientes de negócios, de ambientes de emprego e de ambientes de convivência também. A vida ficou mais difícil para os brasileiros depois dessas apostas. Eu desafio qualquer um a chegar e dizer que ficou rico não sendo influenciador ou dono de banca, no caso de aposta. Agora, realmente, a pessoa do dia a dia, o usuário do dia a dia, apostando o tempo todo, sempre vai perder para as bancas, infelizmente, e ainda há políticos que se aliam a esse pessoal, dentro do Maranhão. Nós vimos vários exemplos aqui durante as eleições municipais, infelizmente, político batendo foto com blogueiro de jogo, político ligado a quem tem casa de aposta, recebendo dinheiro da casa de aposta, nós vimos até o próprio governo do estado, infelizmente, fazer uma loteria, terceirizar uma loteria que faz isso aí e que gera uma arrecadação mínima para o estado, infelizmente! E aí nós temos hoje a sociedade entregue a esse mercado tão cruel. Então, fica aqui o nosso apoio, nossa felicidade, nossa torcida, a relatoria dessa Ação Direta de Inconstitucionalidade está com o ministro Luiz Fux e “in Fux we trust”, como dizia o Deltan Dallagnol na época da Lava Jato, que tive as críticas na época, mas também do jeito que foi desmontada, não foi certa a forma que foi. Deputada Mical, gostei da cor do cabelo, ficou esse tom de louro, ficou bom na senhora, parabéns. Subo aqui à tribuna também para continuar falando do Liceu Maranhense que na verdade é um espelho do que acontece na educação no Maranhão. Essa revolução educacional que a esquerda, que ficou comandando por anos a nossa educação do estado, diz que trouxe, nós não conseguimos ver na prática. Olha só a denúncia de uma aluna sobre um professor do Liceu: “Há cerca de dois meses, Jorge já tentou me abraçar, mas sabe aquele olhar que o homem dá quando deseja uma mulher?! Eu até ignorei e abracei, mas mantive uma distância. Um pouco depois, ele fez uma prova na minha sala, prova que eu não fiz porque não fui no dia. Fui no dia seguinte chamá-lo para conversar, pedir para fazer uma recuperação, e ele falou que só irei fazer a recuperação se ela fosse oral e me deu o mesmo olhar de novo. Aí eu disse para ele me explicar direito porque não tinha entendido. Ele perguntou se eu não sabia o que era oral, que ele podia me explicar, perguntou se eu já tinha feito antes. Aí eu não respondi, ele colocou a mão na minha cintura, tipo em um abraço, aí disse que podia me ensinar e que para tudo tinha uma primeira vez”, deputada Daniela, “disse que eu podia gostar. Eu saí da sala na mesma hora. Comecei a ficar mal, fiquei com muito nojo dele, porque já sofri abuso, e na hora foi um gatilho muito grande. Nunca mais entrei em nenhuma aula dele e nem chego perto, morro de medo dele. Morro de medo dele”. Isso aqui é um relato de uma aluna do Liceu Maranhense contra o professor de geografia, que também é advogado, que tem esse tipo de conduta aqui com as alunas em sala de aula. É a isso aqui que a esquerda, que tomou de conta da educação por muitos anos aqui no Maranhão, chama de revolução da educação. Uma revolução da educação que deixa os alunos 4 horas da tarde fora da sala de aula. Uma revolução da educação em que está aí, a biblioteca, à tarde, do Liceu, fechada, há dois anos. Que acabou com a merenda, o refeitório, há 1 ano, dentro do colégio; acabou, há um ano, dentro do colégio, com a questão da alimentação. Que criou um estado de coisas em que os professores acham ruim eu subir aqui e falar. Tem grupo de professor me detonando: que eu subo à tribuna para falar disso aqui porque quero curtidas em Instagram. Eu gostaria realmente é que a pessoa fosse para a escola tranquila e voltasse com conhecimento. Isso aí que eu gostaria, mas parece que tem gente que quer só ganhar o seu salário ao final do mês e não ser incomodado em nada, em achar que está tudo bem dentro da escola, que estão fazendo o melhor possível com as condições que tem. A revolução educacional, Davi Brandão, em que o aluno vai para o terceiro ano, para o segundo ano, sem livro. A revolução educacional em que o aluno paga R$ 0,30 por folha de xerox para ter acesso à sua prova. A revolução educacional em que o aluno paga R$ 130 num uniforme para assistir aula na rede pública. Essa revolução educacional que tem sido feita no Maranhão nos últimos anos. Olha, não basta apenas nós abrirmos escolas, não basta nós acharmos que entregar uma reforma e deixar a escola do jeito que está, sem pessoas competentes e dedicadas à frente, vai fazer com que essas escolas sejam conservadas. É possível, é necessário, é indispensável que nós caminhemos numa educação muito mais protetora, acolhedora aos nossos jovens, aos nossos adolescentes, e até mesmo os nossos adultos. Muito obrigado.