Transcrição

O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO (sem revisão do orador) – Presidente, eu vou deixar a parte… Eu não sei se o deputado Carlos Lula está escutando. Eu vou tratar de outras questões aqui. Como o gabinete dele fica a menos de 5 minutos no plenário e eu tenho 10, eu vou deixar a parte que iria falar dele aqui, caso ele queira vir para o plenário eventualmente para rebater. Para depois não ser acusado pelos colegas comunistas de covarde, covardia. Em relação a essa questão, já há expectativa de uma ação, e a imprensa, a sociedade aguardam pelo ajuizamento de ação perante o TJ provavelmente e STF. Acredito que deve ser um desmembramento, uma dupla tentativa, um duplo twist carpado no TJ em relação à interpretação do regimento, em relação aos 15 minutos. Ao meu ver, está muito claro que isso é um excesso de interferência do Judiciário na Casa, provavelmente o Judiciário não vai se manifestar a respeito disso. E a outra questão no STF em relação a tratar do princípio da simetria. Também não adentraria nesse mérito, a não ser que caia na mão do Flávio Dino para fazer um duplo twist carpado em relação a isso, até porque lá em cima, no Congresso Nacional, nós temos um sistema bicameral e aqui há um sistema unicameral, monocameral. Então, não dá para a gente fazer uma interpretação total, uma simetrização total do que vem lá de cima ter que ser exatamente aqui embaixo, até que porque ao passo, deputado Antônio, se alguém justificar que tem que ser entre os com mais mandatos, eu poderia justificar que o mais velho, por ter teoricamente menos tempo de vida, deve ter o privilégio de assumir. Então, é uma coisa que é muito dependente de quem está analisando, e não se consegue formar um consenso claro. O fato claro é que as Casas têm o direito de se autorregularem também, claro com limites balizados, mas aí adentrar numa questão tão específica seria um excesso de interferência do Supremo. Aí realmente a gente teria essas supremas digitais dentro do processo político do Maranhão, não bastando já a questão das videochamadas feitas pelos assessores, ex-assessores do ministro, para fazer a interlocução dele como deputado da Casa nessas videochamadas. Peço inclusive, presidente, já prestando compromisso enquanto parlamentar, que fique à disposição da Casa este pronunciamento para ser enviado eventualmente ao TJ e ao STF como eventual depoente, prova, qualquer constituição de provas dentro do processo. Eu me coloco à disposição inclusive para separar este trecho aqui do meu discurso, tratando da questão da sala de reunião ontem. Fico pensando que, se não existisse o Marcos Brandão, que o deputado Othelino trouxe aqui como uma coisa ruim, eu acho que não existiria articulação no governo Brandão de jeito nenhum, interlocução com a Casa dos deputados, porque, como eu falei, não tem Casa Civil e não tem secretaria, articulação política e nada disso funciona, já foi descartada a hipótese de nepotismo cruzado aqui na Casa, isso está muito claro, a presidente não tem ninguém dentro do governo nomeado. O Marcos estar aqui enquanto diretor não configura nepotismo cruzado sob nenhuma forma, muito menos nepotismo, porque, até onde eu sei, a senhora não é parente do Marcos Brandão, então isso aí devidamente afastado. Eu devo dizer que, naquela sala ontem, não ocorreu nenhum tipo de pressão em relação a deputados, eu inclusive achei o Marcos muito calado ali, em um dado momento ele disse: “Se tivermos que perder, vamos perder, mas nós não vamos nos entregar”. Então dou como uma pessoa que sempre sobe à tribuna para falar a verdade, esse testemunho de dizer que não teve nenhum tipo de coerção, nada disso, inclusive quem conversou com os deputados foi a presidente Iracema, candidata, normal, assim como o deputado Othelino conversou com os que são dele. Até tivemos aí a felicidade de ter 12 votos do deputado Othelino na reunião com a presidente Iracema. O que é uma coisa muito especial, que, além dos que votaram nela, ainda tivemos a gentil presença de 12 deputados que votaram com o presidente Othelino. Alguns ainda com a desfaçatez de dizer que votaram com ela, mas que agora, por terem sido questionados, iam votar com Othelino. Rapaz, mas é cada coisa, é cada conversa para boi dormir, que eu fico impressionado nessa Casa. Mas assim, a política é bonita e ao mesmo tempo tragédia, porque ela permite que as traições ocorram e no outro dia, as pessoas estejam dialogando e tentando repactuar. E eu estou vendo isso muito claramente na Casa. Alguns que votaram contra ontem, que são verdadeiros Judas, porque estão do lado da presidente, e a gente sabe que não votaram nela, mesmo tendo posições de destaque aqui, hoje não vieram, obviamente, envergonhados, aqui na Casa. Eu sei quem são. Às vezes, ela até não acredita, mas eu sei quem são. Linguagem corporal é 83% da comunicação entre os seres humanos. Então, a gente vê pela linguagem corporal, a gente sabe quem votou, quem não votou na presidente, ontem. Para finalizar, já deu 5 minutos e 20 que eu tinha dado aqui para o deputado Carlo Lula, caso ele viesse aqui para tratar em relação ao nome dele, na fala. Então, vou falar aqui. Ele, de maneira recorrente, presidente, tenta fazer o que aqui? Ele virou fiscal de pronunciamentos em geral dos meus pronunciamentos. Nós temos umas prerrogativas que estão no artigo 53 da Constituição Federal, em relação à imunidade, inviolabilidade, quaisquer palavras. Mas é muito estranho o tempo todo aqui ter um advogado, dito constitucionalista, o tempo todo querendo cercear pronunciamento, aí eu fico assim pensando, qual o problema do deputado Carlos Lula comigo, o que que eu fiz para ele, por que que eu incomodo tanto, por que dói tanto a ele? Porque ele estudou, ele sabe que existe linguagem coloquial, e que é uma linguagem conotativa, ou seja, é um expediente linguístico figurado, não estou chamando o Rubão e o Madeira, de múmias caquéticas, eu utilizo o sentido figurado da múmia, da não reação, isso aí está em qualquer dicionário da internet, de expressões figuradas, está lá, múmia, aquele que não reage, que ontem não reagiram, como não têm reagido, como o Madeira tem dormido mesmo em sessões, porque a idade pesa, infelizmente, e faz parte isso, agora errado está o governador em manter, por quê? Porque perde aqui articulação com os deputados, mas isso até uma prova de boa conduta do governo ao final, como bem salientou ali o Roberto Costa para mim, em discussão, que mostra que não teve interferência, que não teve mão pesada de ninguém, que não teve ameaça, não tem ameaça, não teve mesmo ameaça, aquela sala ali não teve nenhuma ameaça, não teve nenhuma reprimenda, conversou com a presidente, inclusive, quem quis conversar, quem ficou esperando ali para ouvir dela alguma coisa. Então, de toda forma, subiram trinta e três, votaram vinte um, voltaram com os vinte um votos. Isso que aconteceu ontem, foi a primeira parte dos atos preparatórios do que eu já venho dizendo há um bom tempo, eles vão tentar tirar o governador, por 90 dias, numa ação de improbidade, está para acontecer, ontem tentaram tomar o controle da Assembleia para garantir o Legislativo aqui amarrado dentro da história, depois vai vir uma operação da Polícia Federal para tirar a capacidade de quem ainda tem uma boa relação com o governo, de defendê-lo, para constranger e tentar afastar o governador do estado. Esse é que é o jogo que está sendo jogado em Brasília, vocês da imprensa têm a missão institucional de repercutir isso aí. Eu peço a vocês que entendam que isso é uma quadra histórica importante, porque está sendo desenhado um afastamento de governador democraticamente eleito, inclusive pelo grupo que tenta tirá-lo hoje, e que aqui terá uma voz para sempre denunciar isso, vai ter, porque eu não vou, diferente do que o Rodrigo Lago disse, que o Flávio Dino foi o melhor governo da história, eu afirmo que foi um dos piores. Porque foi o que inchou a folha do estado, que dimensionou o Maranhão para ter um ICMS de 30,5%, maior do Brasil, que hoje o governo está arrebentado porque ficaram as contas para pagar e o ICMS era de 30% é de 22. Mas não é por isso que eu estou dizendo que o governador está certo, não. Porque eu acho que ele tinha que cortar um monte de coisa aí, e ele não corta. Então, eu divirjo completamente em relação a isso e não voto, adianto aqui para o governo, não voto e vou fazer campanha contra qualquer tentativa de aumentar 1% que seja de qualquer imposto para o cidadão maranhense, daqui para frente. Não cola mais isso aí! Ou corta secretaria ou zero imposto a mais aqui nessa Assembleia. Sob a minha vigilância, aqui não vai ter. Muito obrigado!