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Tempo dos Blocos Dr. Yglésio

29 de abril de 2025

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Transcrição

O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO (sem revisão do orador) – Bom dia a todos, Sras. e Srs., eu subo a tribuna com alguns temas a tratar. É importante começar falando uma coisa que me chamou atenção, Deputado Othelino, e eu faço questão de V. Exa. prestar atenção aqui no que eu vou falar: eu não tenho procuração para defender ninguém, mas eu acho que o ambiente da política não deve ser tomado pelo lado pessoal das coisas. Eu vejo, por exemplo, um incômodo constante do Deputado Othelino com o Governador Carlos Brandão, em eventos, em questões até muito pessoais, criticar o Governador por ele fazer um vídeo tomando uma cerveja. Caramba! Ó, eu me considero um amigo do Deputado Othelino, já fui à casa dele várias vezes, eu não bebo, mas vários colegas iam à casa do Deputado Othelino para celebrar eventos aqui da Assembleia e tomar uma cerveja. Eu não bebo, mas qual é o mal que tem quem gosta de beber? Eu acho que não faz muita diferença em fazer isso, no público ou no privado, principalmente, como todo mundo sabe, porque o Governador é um cara muito simples. Mas, volto a dizer, eu acho que a discussão deve ser sempre pautada em ações de governo, mas há um incômodo muito grande em relação à postura pessoal do Governador – parece na verdade que isso aí é um certo recalque. Besteira! Eu acho besteira isso aí, com todo o respeito e carinho que eu tenho ao Othelino. Chamar o Brandão de ditador, pô. É brincadeira! Ontem, no programa do Minard, o pessoal estava até dizendo: “Olha, Brandão, ele parece que está deixando correr a coisa tão solta, que está todo mundo aí se lançando candidato, candidato, candidato.” E porque o Brandão é assim mesmo. Ele deixa as pessoas tomarem as suas decisões e construir. E óbvio que quem estiver construindo com ele vai estar ao lado do grupo, e quem não estiver vai procurar o seu próprio grupo. Foi falado aqui um desagravo ao Camarão, que eu tenho simpatia pelo Camarão, mas sou impossibilitado de apoiá-lo e de votar nele, sob qualquer hipótese, ele sendo do PT. Se você perguntar para o Camarão quem é o líder político dele, ele vai dizer que é o Flávio Dino, o ministro do Supremo, então há algo errado aí. Então, assim, eu tenho que fazer essas ponderações, porque eu acho que é um pouco injusta a forma. Se quiser cobrar, por exemplo, como eu cobrei o Governador ontem: “Governador, essa história do complexo lá do Castelinho já devia ter iniciado, porque realmente o Sr. se comprometeu, então veja isso aí porque precisa, porque está errado mesmo”. Ele disse: “Olha, teve atraso no projeto. Não deveria ter o atraso no projeto, mas teve o atraso do projeto”. É um Governo perfeito? Não é, mas eu nunca tive chance de dizer isso aí para seu Flávio Dino quando era Governador. Tinha que ficar mandando por recado porque, quando a gente cruzava com ele em evento, ele dizia: “Deputado, fale com o Secretário Marcelo”. Então, ditador a gente sabe quem que é; e para não dizer que eu estou só falando de flores, de defender o Brandão, vim fazer aqui um apelo realmente ao Governador para que seja feita uma força-tarefa de resolutividade nos hospitais do interior, porque assim está insustentável hoje aqui no Maranhão. Deputado Othelino, eu concordo com o Sr. que a Saúde do Estado passa por problemas porque os municípios pararam de fazer medicina, virou tudo hospital do Estado, não se consegue ter nos hospitais do Estado especialistas em número suficiente, porque fizeram a rede, criticaram Ricardo Murad porque abriu muito hospital um perto do outro, depois, quando vieram os que criticavam Ricardo Murad, fizeram um monte sem critério geográfico e aí foram criando serviços sem uma estruturação lógica de sistema de saúde. Bateram no peito para dizer que foi o Estado que menos morreu gente por Covid – morreu menos gente por Covid aqui proporcionalmente por subdiagnóstico. Eu provo isso na hora que quiserem. Eu peço ao IML, aos cartórios uma análise às certidões de óbito para a gente ver a quantidade de síndromes respiratórias agudas que não foram diagnosticadas por falta de teste. Mas, de toda forma, é preciso que o Governador olhe agora, direcione esforços para organizar essa rede de saúde, porque não está funcionando bem. Eu vivo hoje tendo crise, Deputado, de ansiedade de todo dia receber dez, quinze pedidos de leito de UTI para poder ver se as pessoas saem dos hospitais do interior para cá, mas é um hospital que poderia ter uma resolutividade maior. Então, o Governador precisa, faço o apelo aqui ao Sr. Publicamente, para que melhore o serviço de saúde do interior.

O SENHOR DEPUTADO OTHELINO NETO – Deputado Yglésio, quando puder, me conceda um aparte.

O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO – Ao final, se sobrar, Deputado Othelino, porque tem muitas pautas aqui, mas será uma satisfação. Se ficar, volto no Expediente Final e dou o aparte também, não tem problema algum, a gente faz sempre a discussão aqui muito polida. Então, assim, a Prefeitura de São Luís não amplia leito, ela faz reforma nos hospitais. O Hospital Universitário está fingindo há bastante tempo que está fazendo o seu papel, e não está. E aí, eu, como funcionário do Hospital Universitário, podem se zangar se um dia eu voltar para lá ainda e estiver a mesma direção que está há um tempão, gosto pessoalmente, mas, se quiserem se chatear também, não estou preocupado porque tem mais preocupação, de fato, em melhorar o sistema de saúde. Não vim para a política para fazer amizade, já falei isso, quem quiser ser amigo do jeito que eu sou, maravilha, serei amigo até o fim, mas hoje aqui em São Luís a rede não cumpre. Então tudo está sobrando hoje para o Macieira, para o HTO e para o Hospital da Ilha. É Macieira, HTO e Hospital da Ilha. Cria leito de UTI no interior, mas não tem resolutividade. Então, tem que criar aí alguma itinerância em termos de subespecialidade para ter uma equipe itinerante para ir resolvendo as coisas desses hospitais, porque trazer todo mundo para cá não dá, e óbvio que a Prefeitura de São Luís tem que fazer o papel dela, não é só fazer viaduto do Valparaíso que vai resolver o problema da cidade. Foi feita uma fala aqui sobre o Deputado Hemetério, e ele também não tem relação pessoal nenhuma com Deputado Hemetério, mas eu só faço um alerta para os colegas em relação à questão de mandato de colega. Aqui é uma Casa e o Parlamento cada vez mais está sendo apunhalado pelos outros Poderes, sendo cada vez mais diminuído, então eu recomendo que essas questões em relação a perdas de mandato de colega sejam sempre vistas com muito cuidado, porque hoje o ameaçado de perda de mandato, e aqui tem vários, e eu torço para que nenhum perca o mandato, do fundo do meu coração, porque conquistou isso aí, Deputado Fernando, você é meu amigo, V.Exa. sabe que é sincero o nosso desejo de que você continue aqui, até porque sei que não teve nenhuma intenção de fraudar cota de gênero de vossa parte, nem de nenhum dos outros colegas, mas, infelizmente, estão aí sendo processados. Então, não desejo a nenhum colega uma perda de mandato, por quê? Porque todo mundo tem o seu sangue, suor e lágrimas para chegar até esta Casa. Diante disso, nos últimos meses, eu estive mudando já aqui um pouco para comunicar à sociedade o que nós tomamos aí de resolução nos últimos dias. Eu venho falar um pouquinho sobre o momento que o País está passando, nós vivemos um momento em que o Supremo Tribunal Federal atravessa diariamente, passa por cima como um trator das garantias e liberdades das pessoas, das garantias processuais. Hoje o Supremo Tribunal Federal tem desespero, chegando a um ponto de fazer uma citação de um moribundo, enfermo, dentro de um hJHHospital, com a justificativa: “Ah, ele fez uma live, ele está em condição de receber uma citação”, ou seja, a pessoa que está se recuperando, o artigo 244 do Código de Processo Civil fala sobre citação quando ela não é possível ser feita: a pessoa está em uma igreja rezando, orando, ela não pode ser citada; a pessoa que está em um leito de hospital, em estado grave, não pode ser citada – o intestino do Bolsonaro ficou 13 dias sem funcionamento, ninguém queira saber o que é isso. O Bolsonaro está na nutrição parenteral sem saber o que é um sabor de um alimento há 14 dias já e foi citado nesse período sob a justificativa de que “ele falou numa live, ele está ótimo”, para quê? Para ser citado. Ele vai receber os advogados dele na UTI para fazer o fechamento dos detalhes da defesa dele da resposta à acusação. Então, isso é um verdadeiro absurdo. Essa criminalidade imposta ao STF, porque cometem crimes de responsabilidade, pode não estar tipificada no Código Penal propriamente dito, mas são crimes de responsabilidade dos Ministros do Supremo, em especial Flávio Dino e Alexandre de Moraes – Flávio Dino, por exemplo, está sentado há meses aqui no processo do TCE, vai fazer quando quiser. Já mandou avisar que, no dia que ele quiser, ele diz quando o Maranhão volta a ter conselheiro do Tribunal de Contas, e não tem nenhum respeito à chamada “duração razoável do processo”. Por que não despacha? Está tão esquisito, semana passada nós vimos aqui, Alexandre de Moraes deu um voto errado teratológico, tomou o voto. E aí, no meio do processo, estranhamente ele pede vistas, tendo em vista que já estava 4×0 no julgamento em relação à eleição da Casa. Gente, que coisa feia está acontecendo, Deputado, no STF! Isso é feio o que está acontecendo lá. Então, é preciso ter um freio realmente no STF, e hoje aqui, na Assembleia Legislativa, além dessa dificuldade, nós padecemos também de um momento de representatividade de pautas que são caras para a sociedade. Aqui nós não conseguimos reformar Código Penal, Código Civil, nenhuma dessas situações. E, ao mesmo tempo, nós não vemos bancada maranhense no Senado atuando em nenhum desses temas, na direção de nenhum desses temas. E o campo político de que hoje eu sou representante – um dos representantes, porque são vários representantes, cada um com seu espaço, com sua importância –, vejo que tem uma lacuna necessária a ser preenchida, e por isso que ontem eu coloquei à disposição uma pesquisa em que nós já largamos com quase 16% dos votos em São Luís, na região metropolitana de São Luís, para a candidatura ao Senado. Hoje eu tive aqui, e eu não recebo isso com muita com muita alegria até e bom humor, colega já chamando de senador, um tom mais um tom jocoso. O que é normal, Fernando, eu lembro, acredito e tenho certeza de que, quando Eduardo Braide começou aqui no PMN, colocando a candidatura dele, ele recebeu aqui tapinha nas costas, o pessoal jocosamente o chamando de prefeito. Provavelmente, o Lahesio, quando começou a se colocar como candidato a governador, vindo de uma cidade minúscula, como ele foi prefeito, provavelmente disseram que era um maluco. E nós vimos aí o que aconteceu na eleição passada, o crescimento da candidatura. Eu digo a todos aqui: a coragem, ela leva a lugares que as pessoas não conseguem visualizar naquele momento, em especial quem não tem a coragem de se posicionar. E eu, graças a Deus, tenho coragem de me posicionar. E hoje, no Maranhão, o fato é inequívoco: existe uma carência de representação no Senado para pautas do dia a dia da população, lei de alienação parental, porte de armas para mulheres vítimas de agressão física, que era uma coisa que eu duvido que teria alguém partindo para cima de uma mulher, se soubesse que ela porta uma arma, tu acredita que ia ter esse essa quantidade de feminicídio, de agressões, que estão cada vez aí mais notórias? Provavelmente, não, por quê? Porque o Estado não consegue proteger as crianças, as mulheres, os idosos, mas são discussões que não chegam à Câmara alta do Congresso aqui pela representação no Maranhão, então por que não tenho o direito de pleitear? Tenho Partido, tenho apoio do Presidente nacional do Partido, tenho apoio do maior líder político da América Latina, e nosso nome está posto, e nós vamos buscar construir. Óbvio que nós não vamos fazer o que nossos inimigos querem, ficar sem mandato, perder o direito de representar a população, porque Gilberto Leda, ó bem aqui ó, eu fui, acabei de receber aqui na lateral, foi quase o Bolsonaro na UTI, a citação dum processo do Senhor João Felipe Miranda Demito, aquele, ex-companheiro da Paula Guea, que foi aquela moça que foi vítima de violência processual e judiciária aqui no Maranhão. Infelizmente. Aqui, calúnia, difamação, sendo que eu apenas reproduzi coisas que foram trazidas a mim e à imprensa de larga escala. Eu fico perguntando se o Senhor João Felipe Miranda Demito, se ele vai pedir reparação a Ana Hickman, porque ele alega que eu tenho 145 mil seguidores; a Ana Hickman falou sobre o caso, ela tem mais de 5 milhões, Deputado Carlos Lula. Será que ele vai processar criminalmente a Ana Hickman ou ele acha que ele vai conseguir me intimidar com um processo como esse aqui? Isso aqui é uma vergonha. Isso aqui ó, isso aqui é uma afronta ao exercício parlamentar, à liberdade de o Parlamentar tecer críticas a um sistema processual injusto. Isso aqui é um ataque às prerrogativas de cada Deputado desta Casa. E, mormente, por conta de a decisão ter sido revertida pelo STJ. O Superior Tribunal de Justiça deu a razão processual naquele momento em virtude da competência a Paula. O STJ decidiu em favor da Paula, mostrando que é um equívoco do TJ Maranhão. Está aqui, tudo que eu falei é verdade, ele nem em Balsas mora. Está aqui representado por uma advogada de Goiás.

O SENHOR PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DEPUTADO DAVI BRANDÃO – Conclua, Deputado.

O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO – Então, ele não mora nem em Balsas. Está aqui a prova, nem os advogados ele arrumou de Balsas dessa vez, não sei se alguma estratégia processual para ficar em silêncio em relação às companhias jurídicas que ele tem. Enfim, e para finalizar, é importante nós lembrarmos o que aconteceu no INSS, esse escândalo, que o Maranhão sempre é destaque em escândalo, é impressionante como o Maranhão é escândalo sempre. O Senhor Carlos Lupe, que infelizmente não foi exonerado do cargo, por quê? Porque Lula é um igual. A Presidência do Lula não consegue ficar sem macroescândalo de corrupção, estava até demorando, mas está aí, pelo menos R$ 10 bilhões usurpados. E, nesse momento aqui, aproveitar e me somar…

O SENHOR PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DEPUTADO DAVI BRANDÃO – Finalize, Deputado.

O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO – E, ao final, me somar aqui aos colegas que compartilharam com o Deputado Catulé, Deputado Wellington, me somar a todos os brasileiros que estão indignados com essa questão de a camisa nº 2 do Brasil ter a cor vermelha. Não tem racho, não tem razão, não tem nada. Me empresta aqui, por favor, favor, vou trazer aqui rapidinho. Isso aqui deve ser algum aceno ao patife chamado Ednaldo Rodrigues, que comanda a CBF e que aumentou agora para R$ 215 mil o salário dos dirigentes esportivos das Federações de estado de futebol. Está aqui, isso deve ser algum aceno por conta da corrupção dele ao PT. Isso aqui, a nossa bandeira nunca será vermelha, e a camisa da nossa seleção também, jamais! Obrigado, Presidente. Muito obrigado.