Transcrição

O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO (sem revisão do orador) – Bom dia a todos, Senhoras e Senhores. Ontem, nós trouxemos aqui a situação da FMF, da Federação Maranhense de Futebol e terminamos gerando uma grande repercussão dentro do meio esportivo, porque o que nós trouxemos aqui para a tribuna foi uma opinião que foi congruente com a opinião da imprensa esportiva também, que faz a cobertura. Infelizmente, ontem, após a nossa fala, já houve um avanço, uma sinalização de que, pelo menos, há um mês do fim da intervenção. A interventora, que se autodenomina presidente da FMF, tem assinado como presidente da FMF, sendo que não é presidente, é interventora. A FMF está sob intervenção, o presidente é eleito, dentro de um processo eleitoral, obviamente, de acordo balizado com a Lei Geral do Esporte, pois bem, soltaram hoje um edital, e o edital, o dano não é total, porque ele vai precisar ser validado pelo Ministério Público e depois submetido à apreciação do juiz, mas ele, na sua gênese, quando ele nasce, ele já é um edital que direciona e que confere um amplo poder à Federação para ela, basicamente, internamente, decidir quem é considerado liga apta ou não apta. Ele nasce com o condão aparente de ser um balizador. Não, vamos agora aqui pegar as instituições e vamos ver quais são as ligas que, de fato, estão regulares. Mas ele ao mesmo tempo desconsidera uma realidade fática, que é a própria FMF que, nos anos anteriores, não deu o apoio que se esperava dentro do cenário do esporte amador maranhense, que sofre muito, inclusive, com falta de apoio dos entes públicos; municípios, Estado, Federal. A gente sabe da dificuldade. Pois bem, estas ligas, estas entidades, elas vão precisar de uma série de regulamentações. A saber, Estatuto registrado, Ata de Assembleia registrada no cartório, no ano passado. Deputado, nós sabemos como essas ligas e associações e times no interior, na cidade, nos bairros, como elas funcionam. A falta de apoio que existe é evidente. Não existe ser humano na terra capaz de dizer que uma liga de futebol no Maranhão, ela disponha de condições mínimas para operar dentro do que se espera de um arcabouço legal. É completamente insano e despropositado, desarrazoado a quantidade de elementos que precisam ser preenchidos neste edital. Cópia de pagamentos de anuidade de 2021 a 2025, relação dos conselhos das ligas, é um monte de documentação e não foi criada uma comissão eleitoral paralela. Tudo ficará atrelado ao poder discricionário da FMF, com sua interventora, que já está em campanha eleitoral, justamente fazendo um edital complexo, infelizmente, em um processo no qual o magistrado responsável, o juiz Douglas de Mello Martins, a colocou pelo laço de fraternidade na FMF, que há muito tempo não despacha em relação às várias petições que existem nesse processo. Dia 19, o Ministério Público precisou pedir, mais uma vez, dentro do processo, que sejam apreciadas as petições que nele estão, que seja saneado o processo e algum encaminhamento seja dado para que as pessoas interessadas participem. Soltam esse edital, que concentra excessivamente poderes na Federação Maranhense de Futebol, para decidir quem fica ou quem não fica como liga vigente e com prazos extremamente exíguos. Nós temos praticamente 10 dias para essas ligas cumprirem todo esse grande contingente de exigências. Eu fico pensando: a quem interessa um processo eleitoral carregado dessa forma, feito em cima da hora? Eu já soube que o Flávio Dino, sem espaço de poder, até o Galdino, o Diego Galdino, o “Severino” do Flávio, Leandro Bello, diz que é pré-candidato. Agora de onde surge o Diego Galdino em uma situação dessa da Federação para aparecer o Diego Galdino? O Galdino tem uma foto com a camisa do Flamengo na rede social dele. É a única ligação que ele tem com o esporte no Maranhão, historicamente, provavelmente é essa.

O SENHOR DEPUTADO LEANDRO BELLO – Deputado Yglésio, me conceda um aparte, por favor.

O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO – Só um instante. Então, lamentavelmente, as coisas ficam carregadas aqui no Maranhão, historicamente, provavelmente é essa.

O SENHOR DEPUTADO LEANDRO BELLO – Deputado Yglésio, me conceda um aparte, por favor.

O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO – Só um instantinho. Então, lamentavelmente, as coisas ficam carregadas aqui no Maranhão com esse viés político que termina atrapalhando as coisas. O processo claramente está sendo atropelado na Justiça. Depois que se buscou entrada no processo, teve uma virada significativa no mesmo, de não andar mais, empacou literalmente, imagina-se porquê, a gente sabe das proximidades que existem pessoais dentro de toda essa relação e, infelizmente, a coisa está aí exposta, o edital que sai vai permitir a FMF dizer: “Não, essa liga aqui não vai, essa aqui vai.” E, se tiver qualquer problema nesses dez dias, é óbvio que vai ter, porque nós vamos precisar, eu sei que é isso aqui que eles estão buscando, é que se judicialize para poder prolongar a intervenção. Todo mundo sabe como funciona a coisa aqui no Maranhão: criam o caos para poder, depois, prorrogar na Justiça a coisa de maneira interminável, e aí vai se esquecendo, vão se quebrando as resistências, quando vê, nós vamos ter uma outra gestão do Antônio Américo, daqui a pouco. Assim, nada pessoal contra o Antônio Américo, eu estou usando como elemento para dizer que ficou muito tempo, a partir de uma intervenção, e o antecessor do Antônio Américo, também a partir de uma intervenção, ou seja, só se resolvem as coisas aqui no Maranhão, na Federação Maranhense de Futebol, a partir de intervenções que terminam tendo aí uma retaguarda judicial para proteger essas intervenções. E aí se perpetuam, porque começam a utilizar a estrutura da FMF. A interventora, outro dia, estava no Instagram de uma vereadora já apoiando a atividade esportiva, fazendo visita como se presidente fosse nas atividades esportivas da vereadora. Então, a FMF está sob intervenção. A intervenção aconteceu para conduzir uma eleição. A função única da intervenção é retirar o anterior e fazer o processo eleitoral para conduzir alguém legitimado pelo voto. Mas não, a interventora está achando que é presidente e que tem direito legítimo de utilizar a estrutura da intervenção, ou para se perpetuar como interventora, ou para interesses políticos pessoais. O que é um verdadeiro absurdo. Não foi essa a missão. E eu imaginava que o doutor Douglas ia ter uma outra postura. Porque, de vez em quando, quando interessa as coisas, ele decide com base no interesse público. E está claramente configurado que não existe mais interesse público. Não existe interesse coletivo, não existe interesse difuso dentro dessa permanência da dona Susan perante a Federação Maranhense de Futebol, infelizmente. E aí volto a dizer: se fosse homem, travesti, mulher, seria a mesmíssima fala, porque eu sei como é a história. “Ah! Estão me atacando porque eu sou mulher.” Não tem nada a ver com isso. Digam aqui um argumento que eu utilizei que seja misógino ou com qualquer intenção que se pareça com isso. Nenhum argumento, dona Susan. Então, não precisa utilizar desse expediente. A gente respeita muito a participação da mulher na política, mas rejeita a participação de qualquer ser humano, homem, mulher, intersexo, o que for para perverter o processo judicial que tinha um fim eleitoral importante dentro da FMF e agora, infelizmente, está atendendo interesse pessoal.