Transcrição

O SENHOR DEPUTADO JÚLIO MENDONÇA (sem revisão do orador) – Sr. Presidente Deputado Antônio Pereira, volto aqui a esta tribuna justamente para dar voz às famílias enlutadas que têm nos procurado, vítimas da onda de violência que se instalou no Maranhão, mas principalmente nos municípios da Baixada. Para expressar essa tragédia, trago aqui o fuzilamento de uma jovem de dezenove anos em um dos bairros de Viana com o bebê de três meses no colo sendo amamentado. Esta moça levou mais de seis tiros. Graças a Deus a criança não foi atingida. Esta tragédia se soma a outras, no mínimo, onze mortes nos últimos cinco dias. Tendo os municípios de São João Batista, de Penalva, de Bequimão, de Santa Helena e de Viana, conforme eu falei, além de São Vicente, como os municípios que tiveram fuzilamentos publicados, publicizados, causando o sentimento de impotência, de tristeza, de depressão de parte da população. E aqui é necessário que a minha voz, que nesse momento é a voz de centenas de mães, de jovens que não têm espaço para serem escutados, é necessário que, de fato, a nossa voz aqui represente o clamor que essas pessoas estão fazendo e pedindo socorro. Não podemos achar que isso é normal. Nós não podemos conviver com esse tipo de coisa. O nosso povo, que já tem tantas dificuldades, tanto desafios a serem superados, não pode perder o que se tinha de mais sagrado no interior do Estado, que á a capacidade de se sentar na porta, de conversar com o vizinho, que na simplicidade dessa vida é um patrimônio que nós temos que preservar, que nas grandes cidades não temos mais. Por isso, trago aqui a minha indignação para que possamos nos unir a um amparado policial, ao Secretário de Segurança, ao Governador do Estado. Para que possamos tomar providências urgentes para que principalmente os jovens, os pretos, os mais pobres estão sendo, de fato, as principais vítimas. Eu quero aqui relatar que, há quatro meses, estive aqui falando sobre a violência na cidade de Matinha. E quero também registrar a operação policial com inteligência, desenvolvido pela Secretaria de Segurança, trazendo uma certa tranquilidade para a população de Matinha. Agora, o problema vem e, no mínimo, seis municípios de forma muito contundente. E volto aqui fazer esse apelo ao Secretário Maurício, ao Governador Carlos Brandão, que acima de tudo possamos agir com inteligência, utilizando a inteligência que dispõe à Secretaria de Segurança, usando o corpo policial e a Polícia Militar e possamos dar uma resposta. Porque é necessário que essas ações se tornem efetivas, permanentes e urgentes. Por isso, finalizo a minha fala neste momento para que a gente tenha ideia dos desafios que nós precisamos enfrentar nesse Estado. Que possamos canalizar nossas energias para os reais problemas que o Estado está passando. E aqui não é a crítica pela crítica, aqui é uma manifestação do mundo real e que nós precisamos colocar isso à luz do dia. Fico aqui, então, fazendo o apelo mais uma vez, inclusive aos prefeitos da nossa região, que, de fato, possam enxergar o efeito sinérgico que tem uma posição firme em defesa da sua população, buscando reivindicar também nos espaços institucionais, tão importantes para garantir a segurança e a vida com dignidade nos nossos municípios. Este Parlamentar aqui pode e muito pouco, mas irei continuar ocupando os espaços que tenho, institucionais, de fala, para ser a voz dos que não têm voz, dos que estão sendo fuzilados. E é necessário que a gente possa, de fato, continuar nos indignando com as coisas que têm que ser, na verdade, que possamos nos indignar. E aí permaneço nessa trincheira. Serei mais um soldado e conclamo a esta Casa para a gente, de fato, criar essa força em defesa das pessoas que não estão conseguindo sobreviver e ter uma vida digna por falta de segurança, às vezes, por falta de estrada e por problemas que são reais, que são e fazem parte da vida dessas pessoas. Muito obrigado, Senhor Presidente.