Transcrição

O SENHOR DEPUTADO NETO EVANGELISTA (sem revisão do orador) – Senhora Presidente, senhores deputados, senhoras deputadas, eu venho, infelizmente, à tribuna, nesse momento, porque… Até pensar em como é que começo, Presidente, porque eu lembro quando eu entrei nessa luta contra a violência à mulher, quando uma então funcionária minha foi vítima de 16 facadas do seu ex-marido. Ela sobreviveu, é uma sobrevivente. E dali, de 2016 para cá, eu venho militando nesta causa. É muito bom ver que nós temos deputadas aqui nessa Casa que se preocupam também com essa pauta. E agora o deputado Dr. Yglésio também, que, talvez por ser neófito na causa, defende atacando. Então, queria primeiro fazer justiça a cada uma das deputadas que aqui estão: deputada Vivianne, deputada Daniella, deputada Janaína, deputada Claúdia, deputada Andreia, deputada Edna, faltei com alguém? Deputada Ana do Gás, deputada Mical e a nossa Presidente. E recordo-me quando, no início dessa legislatura inclusive, houve uma repercussão de um caso que aconteceu no município de Dom Pedro com a soltura do acusado de feminicídio, e nós nos mobilizamos e todas vocês mulheres foram as primeiras a se mobilizarem junto comigo, para que a gente fizesse uma representação junto à Corregedoria do Ministério Público, para que fosse corrigido o que estava sendo feito naquele caso. Quando a Presidente Iracema foi vítima de violência política contra a mulher, esta Casa aqui também se mobilizou. Todos os deputados, encabeçados pelas deputadas. Então aqui eu quero deixar muito claro a minha solidariedade a cada uma de vocês. Não se faz defesa da mulher atacando mulher. Portanto, eu parabenizo inclusive o trabalho que V. Exas., mulheres, têm feito aqui nesta Casa, Deputada Viviane.

A SENHORA DEPUTADA DANIELLA – Deputado Neto, gostaria também de apartear em seguida.

A SENHORA DEPUTADA DRA. VIVIANNE (aparte) – Deputado Neto, muito obrigada. Eu já iria subir à tribuna amanhã, porque hoje teve muitas falas. E queria dizer para você que, atrás sempre de um homem covarde, de uma fala covarde contra as mulheres, como você diz, até para defender uma bandeira, ele tem que atacar covardemente, vai se levantar a voz de muitas mulheres corajosas. Amanhã, eu subirei à tribuna para falar sobre isso, porque é uma pena que deputados que não têm brilho próprio fiquem querendo aparecer com polêmicas, querendo tomar o brilho dos outros, trazer os holofotes para si. É, como todos sabem aqui na Casa, que é tido como polêmico. Uma hora ele defende a direita, mas já pertenceu ao Partido dos Trabalhadores, uma hora ele é deputado, outra hora ele é boxeador, para chamar atenção. Então, gente, é uma tristeza a gente ver deputados que trouxeram o Ex-Presidente Jair Bolsonaro para ver se tem brilho e votos através do Presidente Jair Bolsonaro, e foi um fracasso nas urnas. A gente vê que Imperatriz, teve a candidata de Imperatriz que foi apoiada, que não iria para o segundo turno, foi, mas infelizmente o deputado é tão desacreditado, que nem trazendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, consegue alguma coisa, e pior, que amanhã eu vou falar, quando ele se separou, foi amplamente noticiado que ele agrediu a sua ex-mulher.

O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO – Presidente, aqui é direito de resposta, é mentira…

A SENHORA PRESIDENTE DEPUTADA IRACEMA VALE – Deputado Yglésio, aguarde a Deputada concluir.

A SENHORA DEPUTADA DRA. VIVIANNE – Aí eu acredito que um homem desse não tem nenhuma condição de querer agora levantar a bandeira da mulher, a não ser que, mais uma vez, ele não tem base, ele quer brilhar em cima de polêmica e aí ele agora quer polemizar e dizer que as mulheres, que as mães de famílias, que as deputadas dessa Casa não levantam bandeira feminina. É mais uma causa, porque ele viu que a causa do Bolsonaro não colou com ele, ele agora está querendo defender uma causa que, inclusive, Deputado Neto, V. Exa., em época ou não de eleição, sempre defendeu, e todas nós mulheres; se tiver um homem aqui nessa Casa que sempre defendeu essa causa com a gente, foi ele. Eu acho que ele está vendo que a causa da direita não vai rolar para ele, ele agora quer inventar outra causa para ele ter ibope e holofote.

O SENHOR DEPUTADO NETO EVANGELISTA – Obrigado, Deputada Vivianne, em sequência.

O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO – Eu preciso. Na verdade, é porque eu estou pedindo aqui um direito de resposta.

O SENHOR DEPUTADO NETO EVANGELISTA – Mas eu estou no meu pronunciamento aí…

A SENHORA PRESIDENTE DEPUTADA IRACEMA VALE – Deputado Yglésio, eu vou lhe conceder, no momento certo, só um minuto.

O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO – Isso é Questão de Ordem, a deputada.

O SENHOR DEPUTADO NETO EVANGELISTA – Mas está no meu pronunciamento, Deputado Yglésio.

A SENHORA PRESIDENTE DEPUTADA IRACEMA VALE – Está no pronunciamento do Deputado Neto.

O SENHOR DEPUTADO NETO EVANGELISTA – Mas não durante meu pronunciamento. É após o meu pronunciamento.

A SENHORA PRESIDENTE DEPUTADA IRACEMA VALE – Continue a fala, Deputado Neto, conclua. Eu vou lhe conceder.

O SENHOR DEPUTADO NETO EVANGELISTA – Deputada Daniella.

A SENHORA PRESIDENTE DEPUTADA IRACEMA VALE – Eu vou lhe conceder, V.Exa. vai aguardar o Deputado Neto concluir a fala.

O SENHOR DEPUTADO DR. YGLÉSIO – Isso é um absurdo!

O SENHOR DEPUTADO NETO EVANGELISTA – Deputada Daniella.

A SENHORA DEPUTADA DANIELLA (aparte) – Deputado Neto, muito obrigada por conceder o tempo. Eu acho que absurdo, Deputado Yglésio, é V.Exa., subir a essa tribuna. É V.Exa., subir a essa tribuna para fazer ataque à bancada feminina dessa Casa. Respeite as Deputadas dessa Casa, fale com propriedade, busque falar com propriedade, busque conhecer o trabalho de todas nós, Deputadas, porque nós temos não só defendido, mas nós temos dado suporte para as mulheres que têm buscado o Parlamento feminino da Assembleia Legislativa do Maranhão. Então, fala, respeitem, tenha pelo menos respeito, por favor! Então, respeite as mulheres dessa Casa, respeite as mulheres do Maranhão, porque V.Exa., não nos representa nós não nos sentimos representadas por V.Exa., e aí, Deputada Vivianne, eu me solidarizo e faço da sua fala a minha fala também. Nós não nos sentimos representadas por um homem que não tem uma pauta definida, dentro da Casa, dentro dessa Casa Legislativa. Então, deixo aqui, Neto, meu agradecimento a ti, porque V.Exa., sim, tem defendido a pauta feminina, V.Exa., sim, tem nos dados todo o apoio necessário, V. Exa., sim, nos representa como deputado dentro desse Parlamento, assim como os demais colegas também que têm lutado e que têm brigado por essa causa. E eu sempre digo que quem não tem o que mostrar prefere ir para o ataque e chegar nessa tribuna e atacar o Parlamento feminino é mais fácil do que mostrar trabalho, porque trabalho para as mulheres do Maranhão, V.Exa. não tem, muito obrigada, Neto.

O SENHOR DEPUTADO NETO EVANGELISTA – Obrigado, Deputado Daniella, Senhora Presidente, eu inclusive nesse período agora do mês de setembro, eu fiz ampla divulgação de projetos de lei, de leis já que são existentes, aqui no estado do Maranhão, que trabalham a respeito na luta contra a violência às mulheres. Uma delas foi que está inclusive estampada em alguns outdoors de que é no Maranhão vedada a nomeação em cargos públicos de homens que tenham violentado mulheres, que tenham sido condenados por crimes relacionados à lei da Maria da Penha. Não só violência física, mas violência psicológica, violência patrimonial, ou seja, todos os tipos de violência. Homens condenados por lei, pela lei Maria da Penha não têm direito a nomeação em cargos públicos, aqui no estado do Maranhão. Então é um trabalho que a gente vem desenvolvendo que, apoiado pelas deputadas desta Casa aqui, que como já disse e repito: tem minha total solidariedade nesse momento aqui e sobre esse pronunciamento, sobre essa causa. No mais, Senhora Presidente, a minha solidariedade de sempre a Vossa Excelência, porque sei, no mundo em que a gente vive uma primeira presidente mulher desta Assembleia Legislativa, praticamente, todos os dias, de algum modo, Vossa Excelência sofre algum tipo de violência contra a mulher, seja ele da maneira mais simples, ou seja, ele da maneira mais absurda, como eu mesmo já presenciei em outro Poder outrora, que nós estávamos. Sei que não é fácil e, como disse, nós não podemos é tratar sobre a violência contra a mulher atacando outras mulheres. Então, minha solidariedade, mais uma vez, a cada uma de vocês. Era isso, Presidente.