Kátia Bogéa aborda patrimônios histórico e cultural de São Luís no ‘Toda Mulher’

Agência Assembleia/ Foto: Biaman Prado

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A presidente da Fundação Municipal de Patrimônio Histórico de São Luís (Fumph), Kátia Bogéa, participou do programa ‘Toda Mulher’, exibido nesta quarta-feira (11), marcando as celebrações aos 412 anos da capital maranhense. 

A gestora reforçou que São Luís é reconhecida como Patrimônio Mundial pela Unesco desde 1997, em virtude de seu notável conjunto arquitetônico português colonial do século XVII, preservado ao longo dos séculos, apesar dos desafios do tempo. 

“São Luís é uma cidade única, com uma identidade cultural e histórica riquíssima. Preservar esse patrimônio é essencial para que as futuras gerações possam continuar desfrutando da beleza e das histórias que fazem parte do nosso cotidiano,” afirmou.

Durante a entrevista, Kátia Bogéa destacou as muitas facetas que tornam São Luís uma cidade singular, reconhecida como Cidade dos Azulejos, Jamaica Brasileira, Ilha do Amor, Upaon-Açu, Cidade dos Poetas e Athenas Brasileira.

Além do patrimônio arquitetônico, Kátia Bogéa enfatizou a riqueza e a diversidade cultural de São Luís, que contribuem para sua distinção global. Segundo a gestora, a cidade é um caldeirão de influências africanas, indígenas, europeias e caribenhas, manifestadas em suas tradições, festas populares, culinária e expressões artísticas. 

Do tambor de crioula ao bumba meu boi, passando pelo reggae – que rendeu à cidade o título de Jamaica Brasileira – São Luís é um exemplo vibrante de convivência e intercâmbio cultural.

Esforço coletivo

Kátia Bogéa destacou que o título de Patrimônio Mundial vai muito além de um reconhecimento honorífico, exigindo um compromisso contínuo com a preservação, que envolve a Fumph, a comunidade, o poder público e diversas instituições. 

“Manter essa distinção exige um esforço coletivo, desde a conservação dos edifícios históricos até a valorização das tradições culturais. Todos nós, ludovicenses, temos um papel crucial na proteção dessa herança, para que ela continue a ser um motivo de orgulho e uma fonte de identidade para nossa cidade,” enfatizou.

Kátia Bogea reforçou, ainda, a importância do trabalho da Fumph na preservação dos bens históricos e culturais de São Luís, destacando que a continuidade do título de Patrimônio Mundial depende do comprometimento de todos os envolvidos. 

“Nosso patrimônio vai além das construções; ele está vivo nas tradições, na música, na dança e na maneira como celebramos nossa identidade. Preservá-lo é garantir que São Luís continue sendo um símbolo de riqueza cultural e histórica no cenário global,” concluiu.

Historiador Euges Lima destaca os 412 anos de São Luís no ‘Café com Notícias’

Agência Assembleia/Foto: Miguel Viegas 

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Única capital do Brasil fundada por franceses – pelo menos essa a versão contada oficialmente nos livros – São Luís completa 412 anos de história neste domingo (8). Em alusão à data, o programa ‘Café com Notícias’ desta sexta-feira (7), na TV Assembleia, recebeu o historiador e professor Euges Lima, que falou sobre a história da fundação da capital maranhense.

‘Cidade dos Azulejos’, ‘Athenas Brasileiras’, ‘Jamaica Brasileira’ e ‘Ilha do Amor’ são alguns nomes atribuídos a São Luís, cada um remetendo a um significado específico. Justamente essas diversas versões sobre a história da capital maranhense foram explicadas por Euges Lima durante a entrevista.

Ele também falou que, além de ‘ludovicense’ e ‘são-luisense’, a pessoa que nasce em São Luís também pode ser chamado de ‘Gonçalvino’, expressão essa que já não é tão conhecida e utilizada. “Essa é uma forma também de se diferenciar, de ser singular. Isso esteve muito presente em nossa cultura, sobretudo no século XX, e perdura até os dias de hoje”, explicou o professor.

Fundação da cidade

Sobre a fundação da cidade por franceses, o pesquisador também destacou que há controvérsias na temática. “Há uma controvérsia que não começou hoje, mas já tem um certo tempo. Ela se intensificou nas últimas décadas com o lançamento de um livro de uma historiadora local, a professora Maria de Lourdes Lacroix, questionando a fundação francesa. Ela faz isso com bastante fundamentação, propriedade e de forma muito convincente. Esse trabalho causou uma polêmica muito grande e abalou a certeza que os historiadores e a sociedade ludovicense tinha sobre a fundação da cidade”, disse.

Euges Lima pontuou ainda que outros historiadores e pesquisadores, em décadas passadas, também já haviam questionado a fundação francesa da capital maranhense com base em argumentos parecidos com o da professora Maria de Lourdes Lacroix.

Euges Lima é graduado em História pela Universidade Estadual do Maranhão (Uema) com pós-graduação em Teoria e Metodologia para o Ensino da História. Historiador, pesquisador, bibliófilo, palestrante e professor da rede pública de ensino, ele foi presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM) nos biênios 2014/2016 e 2016/2018.

O programa ‘Café com Notícias’, apresentado pela jornalista Elda Borges, é exibido de segunda a sexta-feira, às 9h, na TV Assembleia (canal aberto digital 9.2; Maxx TV, canal 17; e Sky, canal 309).

‘Diário da Manhã’ – Professor Manoel Martins fala sobre a fundação de São Luís

Agência Assembleia/ Foto: Miguel Viegas 

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O professor do Departamento de História da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Manoel Martins, falou, em entrevista ao programa ‘Diário da Manhã’, da Rádio Assembleia (96,9 FM), nesta sexta-feira (6), sobre os 412 anos de fundação de São Luís, cujo aniversário ocorrerá neste domingo (8).

Na conversa com o apresentador e jornalista Ronald Segundo e com a participação do jornalista Gregório Dantas, o professor tratou, também, sobre a polêmica em torno dos verdadeiros fundadores de São Luís.

“A fundação nutre uma controvérsia na historiografia regional. Um fato histórico é a questão da França Equinocial, estabelecida aqui em 1612. É um fato histórico que não tem como se tirar. Chegaram e passaram três anos, na Ilha de Upoan-Açu; ainda não tinha cidade, só a povoação. Como tinha ocorrido há uns 60 anos, no Rio de Janeiro, mas foram logo expulsos pelos portugueses. A partir do século XX é que passaram a utilizar como uma singularidade em relação às outras cidades brasileiras, mas eu não entro muito nessa discussão”, afirmou.

De acordo com o docente, sendo fundada em 8 de setembro de 1612, pelos franceses Daniel de La Touche e Fraçois de Rasilly, cujo objetivo comum, dentro do contexto da economia mercantilista, era estabelecer a França Equinocial, a capital maranhense encontra na homenagem ao então Rei da França, Luís XIII, as raízes do seu nome. O professor reforçou que a cidade  formou-se na península que avança sobre o estuário dos rios Anil e Bacanga.

Manoel Martins lembrou ainda, entre outros pontos, que a cidade sucumbiria, ainda no decorrer do século XVII, ao domínio holandês. E, assim como acontecera com os franceses, também os holandeses, batidos em guerra pelos portugueses, seriam expulsos decorridos três anos da invasão, em 1645, inicia-se, de fato em definitivo, a colonização portuguesa da antiga Upaon Açu ou Ilha Grande, segundo a denominação tupinambá para a Ilha de São Luís.