Agência Assembleia / Foto: Kristiano Simas
O programa “Café com Notícias”, da TV Assembleia, abordou, nesta terça-feira,20, o tema reprogramação epigenética, com o médico ginecologista e obstetra José de Ribamar Bogeá.
À jornalista e apresentadora Elda Borges, José Ribamar Bogeá esclareceu que sua abordagem é diferenciada porque considera que se pode mitigar fatores associativos do autismo na gestação, ou seja, no período pré-gestacional.
“Sabemos que o DNA é imutável. A gente nasce e morre com ele. Porém, na década de 1970, alguns pesquisadores perceberam que o meio ambiente exerce influência na formação dos indivíduos, ou seja, o ambiente faz a modulação genética a nível dos genes sem mudar a configuração do DNA. E o período gestacional é uma fase de intensa modulação epigenética”, esclareceu Dr. Ribamar Bogéa.
O médico explicou que os genes, a formação das células, a formação do sistema nervoso central e o tubo neural são fases fundamentais para a formação dos indivíduos.
Reprogramação epigenética
“É a partir da formação do tubo neural que o sistema nervoso começa a ser diferenciado, o que permite a diferenciação das células para a formação dos demais órgão como, por exemplo, o cérebro, a coluna. Então, quando a gente fala de gestação, a gente está falando de um ambiente adequado, no qual a gente pode intervir e mitigar muitas doenças como, por exemplo, o risco de um bebê nascer com o Transtorno do Espectro do Autismo [TEA]”, afirmou o obstetra.
José Ribamar Bogeá esclareceu que a causa do autismo não advém de fatores puramente genéticos, mas também associativos. “O que estou dizendo é que duas gestantes submetidas ao mesmo ambiente seus bebês podem ou não adquirir o espectro autista de acordo com a intervenção que seja feita no período gestacional buscando interferir no processo de modulação genética. De forma que uma gestante pode ter, a que não sofreu intervenção de modulação genética pode não ter o espectro autista”, explicou.
Por fim, José Ribamar Bogéa disse que o risco global de se adquirir o transtorno do espectro autista, por exemplo, se tiver mil gestantes, ou seja, mil crianças, é de 1 a 2%, se colocando a individualidade de cada uma.
“Estou falando sobre o risco absoluto de 1% a 2%. Agora, se eu separo esse grupo de gestante, por exemplo, as com obesidade e sem obesidade vão ter um risco adicional de 50% em cima desse risco absoluto. Em geral, o risco do TEA é baixo, mas os fatores associativos é que vão diferenciar uma grávida de outra”, detalhou José Ribamar Bogéa.
O programa ‘Café com Notícias’ é apresentado pela jornalista Elda Borges e exibido de segunda a sexta-feira, às 8h30, na TV Assembleia (canal aberto digital 9.2; Maxx TV, canal 17; e Sky, canal 309).
