‘Maranhão no Campo’ destaca trabalho do Ministério Público em favor da causa animal

Agência Assembleia

O programa ‘Maranhão no Campo’, levado ao ar neste sábado (19), na TV Assembleia, destacou o trabalho do Ministério Público do Estado em favor da causa animal.

Com uma programação ampla de debates, painéis e palestras acerca do tema, o MPMA realizou em São Luís, nesta semana, um evento que reuniu membros e servidores do Ministério Público, operadores do Direito e defensores da causa animal.

A reportagem do ‘Maranhão no Campo’ abordou o evento intitulado II Ciclo da Causa Animal, realizado pela Escola Superior do Ministério Público do Estado do Maranhão em parceria com a 2ª Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente de São Luís.

Ao ser entrevistado, o promotor de justiça Cláudio Rebêlo Alencar, um dos idealizadores do encontro, enfatizou que o objetivo é manter o evento permanentemente todos os anos neste mês, em razão do Abril Laranja, campanha que sensibiliza a sociedade contra os maus-tratos aos animais.

“É importante a gente se posicionar, promovendo eventos como esse para não ser tão antropocentrista. Afinal, o ser humano está inserido no contexto de vida do nosso planeta e não como soberano, dispondo das demais formas de vida”, afirmou o titular da 2ª Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente.

A promotora de Justiça auxiliar da ESMP, Maria de Jesus Araújo Heilmann, também ressaltou a importância do ciclo de debates.

“Essa iniciativa é mais uma atividade de conscientização e de atuação da política de meio ambiente. A causa animal se insere no contexto da proteção ambiental pelo fato de que os animais compreendem um capítulo que diz respeito à fauna”, assinalou.

O coordenador do Centro de Apoio Operacional de Meio Ambiente, Urbanismo e Patrimônio Cultural, Fernando Barreto Júnior, elogiou a trajetória em defesa de meio ambiente de todos os membros do Ministério Público, incluindo o promotor de justiça Cláudio Alencar. 

A ouvidora do Ministério Público do Maranhão, Sandra Elouf, comentou sobre a criação da Ouvidoria do Animal, serviço para o recebimento de reclamações sobre maus-tratos a animais.

Entrevista

No quadro de entrevista, o apresentador Mário Porto recebeu no estúdio da TV Assembleia a secretária municipal de Agricultura e Pesca da Prefeitura de Paço do Lumiar, Carla Graziela Costa Garcês.

Ela fez uma explanação sobre as políticas públicas realizadas, nos primeiros 100 dias da gestão do prefeito Fred Campos, com o objetivo de planejar, coordenar, controlar e executar programas e atividades relacionadas com as áreas de produção, comercialização e desenvolvimento da aqüicultura e pesca em Paço do Lumiar.

O ‘Maranhão no Campo’ exibiu também uma reportagem sobre o Dia Mundial dos Animais de Rua e, no quadro Arte do Mará, foi exibida uma reportagem sobre ecobags – sacolas reutilizáveis feitas de materiais sustentáveis, como algodão, TNT e outros tecidos – feitas de artesanato pela design de moda Emanuele Maia.

Ela explicou que as ecobags são uma alternativa às sacolas plásticas descartáveis, que poluem o meio ambienteEmanuele, ou Manu, como é mais conhecida, disse que viu na sustentabilidade uma forma de contribuir para a redução do desperdício e para melhor aproveitamento dos tecidos, em seu próprio ateliê em São Luís.

A história da Manu com a moda começou ainda na infância, quando fazia pequenas costuras. Uma brincadeira que virou um negócio sério, quando ela decidiu estudar moda. Formada em design de moda pela Universidade Federal de Minas Gerais, começou a fazer as ecobags em 2016 e resolveu prosseguir com este trabalho mesmo após um intervalo no período da pandemia.

‘Sustentabilidade na Prática’ – Fundadora de ONG aborda questão da causa animal

Agência Assembleia

Clique aqui e assista à íntegra da entrevista

O programa ‘Sustentabilidade na Prática’, da Rádio Assembleia (96.9 FM), entrevistou, nesta segunda-feira (15), a protetora independente da causa animal e fundadora da organização não governamental (ONG) Dindas Formiguinhas, Karina Leda Borjas. A conversa, conduzida pelas apresentadoras Maria Regina Telles e Adriana Paiva, abordou a questão da causa animal em São Luís.

Inicialmente, Karina Borjas relatou sua luta em defesa da causa animal, que já tem 37 anos, e a criação da ONG Dindas Formiguinhas há 12 anos, e o trabalho que desenvolve.

“Ao longo desse tempo, a Dindas Formiguinhas já doou mais de 3 mil filhotes. Não atendemos só cães e gatos, mas uma gama de animais. Não temos abrigo. O abrigo é dentro de minha casa. Normalmente, os animais chegam para a gente oriundos de abandono. Não existem animais de rua; existem animais que são abandonados pela sociedade nas ruas. Fazemos um trabalho de formiguinha que consiste em resgatar o animal e, por um período de 60 dias, entre resgatar, tratar, cuidar e doar”, esclareceu.

Karina Borjas destacou alguns projetos desenvolvidos pela Dindas Formiguinhas como, por exemplo, o mutirão de castração.

“O mutirão de castração é resultado de uma parceria com médicos veterinários e implicou na criação de toda uma estrutura. Teve início em 2015 e durou dois anos. Tem todo um caminhar. O maior problema enfrentado era o valor muito alto das castrações. Castramos mais de 6 mil animais, a maioria cães vira latas, e demos uma parada. E retornamos, agora, com o uso da cota social e direcionado para dentro das clínicas”, afirmou.

Castra Móvel

A fundadora da Dindas Formiguinhas esclareceu que o Castra Móvel, doado pelo Governo do Estado, encontra-se na Unidade de Vigilância em Zoonose (UVZ) de São Luís e que está dependendo da contratação da equipe de veterinários para iniciar o trabalho.

“O plano piloto do projeto do Castra Móvel é iniciar pela Cidade Operária, e só com animais machos, porque a cirurgia é mais rápida e o período de cicatrização é maior. O hospital municipal veterinário já está construído e só falta a licitação para a montagem dos equipamentos, para poder entrar em funcionamento”, revelou.

Maus tratos

Karina Borjas revelou que a maior incidência de maus tratos de animais acontece dentro de casa, e não nas ruas. “Só por meio de denúncias tomamos conhecimento de maus tratos. E qualquer Delegacia de Polícia é obrigada a registrar Boletim de Ocorrência (BO) de maus tratos de animais. Quanto mais denúncias houver, melhor”, frisou.

Segundo Karina Borjas, é preciso que o poder público assuma a responsabilidade de desenvolver uma política pública efetiva de proteção dos animais. “Não temos um abrigo público e as ONGs estão lotadas. A cada animal castrado, teremos 100 animais a menos no ecossistema. O animal é um ser ciente e que sente dor. As leis existentes de proteção animal precisam, efetivamente, ser cumpridas”, acentuou.

Karina Borjas disse que precisa dos braços da sociedade na questão da proteção, do cuidado com esses animais, principalmente em relação à castração. “A sociedade tem que entender que ninguém é salvador da pátria. Uma coisa é ser protetor de animais, outra é ser acumulador, que já vai exigir um tratamento médico psiquiátrico porque sofre o acumulador e os animais”, advertiu.

A dirigente da ONG Dindas Formiguinhas apelou no sentido de que a sociedade adquira mais consciência em relação aos cuidados que se deve ter com os animais. “Alimente um ser humano por 30 anos e ele lhe esquece em três dias. Alimente um cão por três dias que em 30 anos ele não lhe esquece”, afirmou.

Karina Leda Borjas, fundadora da ONG Dindas Formiguinhas, com as radialistas Maria Regina Telles e Adriana Paiva