‘Café com Notícias’ discute aumento no número de fumantes após duas décadas de queda

Agência Assembleia/ Foto: JR Lisboa

O programa ‘Café com Notícias’, exibido nesta terça-feira (28) na TV Assembleia, abordou o aumento do número de fumantes no Brasil após 20 anos de queda. A convidada foi a psicóloga Dayane Fernandes, mestranda em Saúde do Adulto pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), que explicou os impactos do hábito para a saúde mental e física.

Nas últimas décadas, o Brasil demonstrava redução no consumo de tabaco graças a campanhas de conscientização e políticas públicas de controle, mas o cenário mudou. “O país voltou a apresentar aumento significativo no número de fumantes e é um fenômeno atribuído, em parte, ao período pós-pandemia e ao uso do cigarro eletrônico”, afirmou Dayane Fernandes.

Segundo a psicóloga, o cigarro traz sérias consequências para o organismo e não deve ser banalizado. “O cigarro causa dependência química e está diretamente relacionado a doenças graves, como câncer de pulmão e problemas cardíacos. O eletrônico também vicia e prejudica da mesma forma, devido à atuação da nicotina no cérebro”, explicou.

Dayane Fernandes acrescentou que fatores emocionais e sociais, como ansiedade, isolamento e desemprego, têm influenciado o aumento do consumo. “No isolamento, muitos buscam no cigarro uma forma de aliviar a tensão, mas acabou se perpetuando. O cigarro eletrônico, que surgiu como uma suposta alternativa menos nociva, acabou se consolidando entre os jovens”.

Para ela, o cigarro eletrônico veio para ficar e representa um grande desafio para a saúde pública. “É necessário que os órgãos públicos e instâncias governamentais se mobilizem para sensibilizar a população sobre os riscos associados ao tabagismo. A dependência química não se limita apenas ao cigarro tradicional e o prejuízo do vício atinge toda a comunidade”, ressaltou.

A psicóloga reforçou que novas estratégias de conscientização são essenciais, principalmente para atingir os jovens. “É preciso levar a mensagem para os espaços em que eles estão: redes sociais, plataformas digitais e canais de influência. O objetivo é mostrar que, mesmo que o vício pareça socialmente aceitável, ele traz sérios prejuízos físicos, emocionais e sociais”.

Deputada Dra. Vivianne destaca semana de conscientização e combate ao cigarro eletrônico

Agência Assembleia

A última semana de agosto é dedicada à conscientização e combate ao uso do cigarro eletrônico, graças à Lei 12.192/2023, que teve origem em um projeto de autoria da deputada Dra. Vivianne (PDT). Nesta terça-feira (27), a parlamentar fez um pronunciamento para destacar a importância do tema.

A semana é denominada “Diga Não ao Cigarro Eletrônico”, e de acordo com a deputada, tem grande importância, pois alerta para um problema grave, que coloca em risco a saúde e a vida de cada vez mais gente.

Dra. Vivianne justificou sua iniciativa pela preocupação dela como profissional de saúde e mãe. “Sou mãe de dois jovens e jamais poderia tapar os olhos ao que está acontecendo quanto à disseminação dessa droga”, destacou.

A deputada também ressaltou que pretende manter dialogo com as Secretarias de Estado da Saúde e de Educação, para que seja feita uma divulgação mais ampla sobre os males que o cigarro eletrônico pode causar. “Vamos fazer campanhas educativas com palestras de profissionais de saúde, sobretudo nas escolas públicas estaduais, onde funciona o ensino médio”, finalizou a parlamentar.   

‘Café com Notícias’ alerta sobre os riscos do cigarro eletrônico para a saúde

Agência Assembleia

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A polêmica em torno dos cigarros eletrônicos, que surgiram no início dos anos 2000, como alternativa saudável ao cigarro tradicional e hoje têm uso proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi tratada no ‘Café com Notícias’ desta terça-feira (24), na TV Assembleia. A conversa foi com o professor Alcimar Nunes Pinheiro, que é titular da cadeira de pneumologia na UFMA e presidente da Fundação Josué Montello.

“Criaram esse artifício do cigarro eletrônico, com todos esses atrativos que ele traz, sabor, aroma, mas que tem tabaco”, afirmou o docente, ressaltando que o produto foi criado visando atrair o jovem ao oferecer algo mais bonito e supostamente saudável.

E o professor complementou: “Devido ao pouco tempo de uso do cigarro eletrônico, não se tem, ainda, um tempo para avaliar o que que causa a longo prazo, mas dá para induzir porque, se tem tabaco, vai fazer o mesmo malefício que o cigarro tradicional”.

Alcimar Nunes Pinheiro lembrou, inclusive, que o produto surgiu como alternativa também para quem queria largar o hábito de fumar, o que acabou não se confirmando.

“É um engodo porque alguns deles têm nicotina, que é a substância que vicia, e têm tabaco. Então, tem tudo que o cigarro tradicional tem. E, diga-se de passagem, numa concentração de nicotina até maior do que nos cigarros tradicionais, daí o estabelecimento do vício ser muito mais rápido”, ressaltou.

O professor também falou sobre a queda na taxa de tabagismo, de 40% para 19% nos últimos 15 anos, e sobre os riscos para o fumante passivo. “O tabagismo passivo é uma realidade, principalmente porque hoje, por exemplo, a gente vive em ambientes climatizados, fechados e, portanto, se alguém fumar um cigarro eletrônico ou tradicional as pessoas que estão confinadas ali vão ficar expostas a inalar aquela mesma fumaça”, afirmou.

O programa ‘Café com Notícias’ é apresentado pela jornalista Elda Borges e exibido de segunda a sexta-feira, às 9h, na TV Assembleia (canal aberto digital 9.2; Maxx TV, canal17; e Sky, canal 309).