Programa ‘Contraplano’ debate o impacto das fake news nas eleições democráticas

Agência Assembleia/ Foto: Biaman Prado 

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O programa ‘Contraplano’, exibido nesta terça-feira (20), pela TV Assembleia, marcou o início de uma série especial de entrevistas sobre as eleições municipais de 2024. Nesse período, a jornalista Glaucione Pedrozo, diretora adjunta de Comunicação da Assembleia Legislativa, se junta ao apresentador João Carvalho na bancada.

O tema tratado nesta edição foi o impacto das fake news nas eleições democráticas. Os convidados foram o juiz eleitoral Ferdinando Serejo e o professor e pesquisador Márcio Carneiro, especialista em Inteligência Artificial e coordenador do Laboratório de Comunicação da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

O conceito e o surgimento do termo fake news pontuaram o início das discussões. O professor Márcio Carneiro destacou que, apesar da força que tem na atualidade, essa prática não é novidade. 

“Hoje, a gente tem uma espécie de indústria da fake news, ou seja, virou um negócio você pensar em manipular a opinião pública utilizando esse tipo de recurso. Lembrando que manipulação, falar mal do adversário para prejudicar ele numa eleição, é uma coisa muito antiga, não foi a IA nem a tecnologia que inventou. Isso é um problema, acho, que vai lá do início da humanidade”, disse, reforçando em outro ponto que o certo seria utilizar o termo “desinformação”.

O agravante, segundo ele, é que atualmente a gente tem o ambiente digital, onde o tráfego das informações é muito rápido. “O efeito de uma notícia falsa ganha muito facilmente escala e pode gerar, sim, dano à imagem de uma pessoa, de um candidato”, disse. 

E o especialista setenciou: “Fake news não é problema de máquina, é problema de gente”.

O juiz Ferdinando Serejo destacou que as fake news são um dos grandes problemas a serem combatidos pela justiça eleitoral, ao lado da corrupção, por exemplo. Ambos, segundo ele, podem ser combatidos com informação, com conhecimento. “Uma orientação é essa: sempre procurar as agências de checagem de fatos”.

E para dar agilidade à apuração de casos desse tipo de crime, de acordo com o juiz, os prazos para análise na Justiça Eleitoral giram em torno de 24 horas. “Têm prazos para os magistrados que são em horas mesmo. São 4, 5 horas. Você tem que resolver tudo, é muito rápido”, ressaltou.

O juiz destacou ainda que o modelo de negócio das grandes plataformas é o que lucra com visualizações, com engajamento, e lucra muito com conteúdos ruins. E reforçou que a Justiça Eleitoral tem buscado instrumentos para combater esse tipo de prática.

“No período eleitoral, há uma legislação específica sobre isso. Se alguém, agora, colocar um vídeo em rede social falando, incentivando, violência física contra um outro candidato, o algoritmo é obrigado a detectar e tirar do ar imediatamente, sem ninguém falar nada”, assinalou.

O programa ‘Contraplano’ vai ao ar às terças-feiras, às 15h, pela TV Assembleia (canal aberto digital.9.2; Max TV, canal 17; e Sky, canal 309).

Neto Evangelista desmonta fake news e pede mais responsabilidade da oposição

Assecom Liderança do Governo / Foto: Wesley Ramos

O deputado Neto Evangelista (União Brasil) ) contestou, na sessão desta quarta-feira (12), postagem veiculada nas redes sociais do deputado Othelino Neto (Solidariedade) com a denúncia de que uma suposta paciente do Hospital Carlos Macieira estaria há quase dois anos esperando por uma cirurgia eletiva.

Na condição de líder do Governo na Assembleia Legislativa do Maranhão, Neto Evangelista foi enfático ao dizer que a denúncia do deputado oposicionista é inverídica.

“Toda fake news deve ser combatida. E essa do deputado Othelino é muito grave. Ele se utilizou de uma data que não corresponde com a do prontuário da paciente. Portanto, olhem a gravidade do que a oposição está fazendo: jogando de qualquer jeito, com informações erradas para tentar atacar o governador Carlos Brandão”, ressaltou Evangelista.

Ele afirmou que o Governo do Estado está fazendo vários mutirões cirúrgicos, porque, no período da pandemia, muitas pessoas não puderam ser submetidas a cirurgias eletivas.

“Gente, não dá para tratar uma coisa séria como a saúde pública usando essa política tupiniquim, fazendo politicagem, tendo um tipo de comportamento que não condiz com quem ocupa uma cadeira nesta Casa Legislativa. Aceita-se fazer oposição com responsabilidade. Mas trazer fake news aqui para o plenário, para as redes sociais, só para atacar o governador Carlos Brandão, não é justo nem com o governo, nem com a população, porque, acima de tudo, nós temos compromisso é com a verdade”, ressaltou Evangelista.

Apartes

Durante seu pronunciamento na tribuna, o parlamentar concedeu apartes aos deputados Jota Pinto (Podemos), Zé Inácio (PT), Ricardo Arruda (MDB), Florêncio Neto (PSB) e Davi Brandão (PSB).

Deputado Jota Pinto disse que fez questão de entrar em contato com a família da paciente citada por Othelino e que constatou que se trata de uma denúncia inverídica. “Enquanto o deputado Othelino estava em frente a um hospital trazendo essa notícia, que não é verdadeira, eu estava em contato com a família dela. Na realidade, essa paciente está oficialmente na fila de espera desde o dia 8 de abril deste ano. E foi a família que me passou essa informação. Ela veio do interior e hoje está muito bem amparada na UPA do Parque Vitória”, afirmou.

O deputado Zé Inácio lembrou que, na sessão anterior, chegou a dizer que o deputado Othelino gosta de fazer oposição por meio de WhatsApp, porque é onde tem o maior número de informações falsas.

Já o deputado Ricardo Arruda declarou que é muito preocupante quando o jogo político passa a ser dominado por fake news. “O que se vê nesse episódio é a construção de uma narrativa de terra arrasada, como se o governo não estivesse trabalhando. Temos que ter responsabilidade nesse Parlamento, até porque o que se fala aqui repercute em todo o Maranhão”, disse.

O deputado Florêncio Neto declarou que os parlamentares devem aproveitar os seus mandatos e sua capacidade de articulação para garantir melhorias à população. “A gente pode utilizar a força do nosso mandato para fazer gestos concretos nesse sentido. Acredito que isso pode ser o movimento de toda esta Casa, inclusive do deputado Othelino, que hoje tem a sua esposa como titular de um mandato no Senado, e que pode sim ajudar nesse diálogo, aproveitando o bom relacionamento com o governo Lula para melhorar a rede de saúde do nosso Estado”, frisou.

O deputado Davi Brandão fez questão de parabenizar o deputado Neto Evangelista por seu pronunciamento em defesa do governo. “Nós estamos aqui para mostrar que, mesmo em face das dificuldades, o governador Brandão tem avançado com resultados positivos na vida da população. Portanto, toda vez que tiver alguma mentira querendo se sobressair à verdade, nós estaremos aqui para mostrar a realidade e as ações de um governador que tem respeitado pelo povo do nosso estado”, enfatizou.

Programa ‘Contraplano’ debate eleições, fake news e inteligência artificial

Agência Assembleia

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Eleições, fake news e inteligência artificial foram assuntos debatidos no programa ‘Contraplano’, da TV Assembleia, nesta terça-feira (6). Os convidados foram o juiz e coordenador do Laboratório de Inovação do Tribunal Regional Eleitoral (TRE/MA), Ferdinando Serejo; a advogada, especialista em Direito Eleitoral, Luciana Sarney; e o comunicólogo e coordenador do Projeto Rumbora Marocar, Kadu Vassoler.

O juiz Ferdinando Serejo ressaltou benefícios trazidos pela tecnologia, como rapidez no resultado, transparência e facilidade de auditagem. Ele ressaltou, também, as vantagens da urna eletrônica.

“A urna veio para libertar toda uma população que, antes, com um coronelismo, um voto de cabresto, sofria violência”, afirmou.

Ele alertou que, em tempos de inteligência artificial, as big techs lucram com a desinformação, a polêmica ou a falsa polêmica, daí a necessidade de regular o setor. “A regulamentação deve vir para desestimular as polêmicas com premissas fáticas, sabidamente falsas e também haja o mínimo de transparência sobre o uso da I.A.”, ressaltou.

A advogada Luciana Sarney assinalou que a tecnologia, se bem utilizada, traz benefícios para a sociedade. No caso do processo eleitoral, na visão dela, as ferramentas tecnológicas deixaram tudo mais transparente.

Ela também defendeu que é preciso criar parâmetros para o uso da IA. “A inteligência artificial precisa ser usada com balizas e regulamentações a fim de proteger a liberdade do voto e o eleitor”, afirmou.

Luciana Sarney destacou a importância e urgência do debate em torno do projeto de lei sobre o tema que tramita no Congresso Nacional e frisou que a dificuldade, nesse contexto, se dá porque mexe com questões como limitações e liberdade de expressão. Também citou que a movimentação nas redes em época eleitoral alavanca os lucros. “Foram mais de R$ 400 milhões, no último pleito, levantados por essas big techs com impulsionamento de notícias”, revelou.

Desafio

A transparência também foi destacada pelo coordenador do Projeto Rumbora Marocar, Kadu Vassoler. Segundo ele, o uso da I.A. será o maior desafio das próximas eleições.

Kadu Vassoler relatou que o uso de informações falsas sempre foi uma prática em eleições. “Muitos candidatos já usaram e vem desde a época da TV”, disse.

Sobre o debate em torno da regularização, ele afirmou que não avança porque não há interesse dos envolvidos. Além disso, de acordo com Kadu Vassoler, a punição para um crime eleitoral não surte o efeito desejado e também chega com atraso, em alguns casos, quando o candidato já está eleito e empossado.

“As medidas de punição que estão sendo discutidas ainda são muito fracas para dizermos que um candidato vai falar: não vou fazer isso, ou meu partido não vai fazer, porque pode me prejudicar muito”, afirmou.

O programa ‘Contraplano’ é exibido todas as terças-feiras, às 15h, pela TV Assembleia (canal aberto digital.9.2; Max TV, canal 17; e Sky, canal 309).