Programa ‘Pautas Femininas’ fala sobre hanseníase

Agência Assembleia

O programa ‘Pautas Femininas’, que foi ao ar nesta segunda-feira (28), pela Rádio Assembleia (96,9 FM), recebeu a supervisora de Enfermagem do Ambulatório do Hospital Aquiles Lisboa, Cíntia Agostino, que falou sobre o programa da unidade de saúde voltado para o combate à hanseníase. No estúdio também estava a fisioterapeuta Fabiana Barbosa Dias, que integra a equipe do hospital.

A hanseníase é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae, que afeta principalmente a pele, os nervos periféricos e, em alguns casos, as mucosas e os olhos. De acordo com Fabiana Barbosa, o Brasil está na segunda posição no ranking de países com alto índice de hanseníase, perdendo apenas para a Índia.

“No entanto, quando se avaliam pessoas menores de 15 anos, o Brasil sobe para a primeira posição, uma vez que, nesse caso, se sabe que há adultos transmitindo a doença para as crianças”, explicou Fabiana Barbosa.

Cíntia Agostino, por sua vez, disse que, este ano, o governo maranhense, buscando também reverter esses índices no país, coloca em prática uma campanha que se desenrolará o ano inteiro. O tema é “De janeiro a janeiro, prevenção o ano inteiro”.

“No início do mês de maio, aliás, nós estaremos no Terminal de Cujupe. Além dessa localidade, nós estaremos também na UPA do Itaqui Bacanga. Ou seja, buscamos sair do ambiente hospitalar para levar informações a outras áreas”, frisou Cíntia Agostino.

Entre outras coisas, as entrevistadas ressaltaram que o contágio independe de classe social, podendo a doença atingir qualquer pessoa. Elas também abordaram a importância do tratamento precoce, falaram sobre os sinais da doença no corpo e as ações realizadas nos postos de saúde dos municípios para atender aos pacientes.

Assista ao programa na íntegra:

Carlos Lula defende indenização para filhos separados dos pais por causa da hanseníase

Assecom / Dep. Carlos Lula

O deputado estadual Carlos Lula (PSB) participou, nesta sexta-feira (28), de uma reunião com filhos e filhas que foram separados dos pais devido à política de isolamento de pessoas com hanseníase no Maranhão. O encontro contou também com a presença do deputado Júlio Mendonça (PCdoB), representantes do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), do Ministério da Saúde e de vítimas diretas dessa política.

O encontro foi realizado no auditório do Hospital Aquiles Lisboa, unidade referência no tratamento da hanseníase no Maranhão, que foi ampliada durante a gestão de Carlos Lula como secretário de Saúde. Na reunião, o Ministério da Saúde orientou as vítimas sobre a documentação necessária para dar entrada na pensão vitalícia prevista pela nova regulamentação do Governo Federal, que busca reparar parte dos danos históricos causados.

A medida é regulamentada pelo Decreto 12.312/2024, que garante indenização e pensão especial para os chamados “filhos separados”, que foram afastados dos pais durante décadas devido à política de internação compulsória.

“Se houve um crime de Estado contra quem foi isolado nas colônias, houve também contra seus filhos, que tiveram suas famílias destruídas”, afirmou Arthur Custódio, assessor do Ministério da Saúde.

A expectativa é que cerca de 20 mil pessoas em todo o país recebam a indenização. A professora Maria das Dores Feiras, conhecida como Dorinha, que integra o Morhan, foi uma das crianças separadas na época e comemorou a notícia.

“É uma reparação histórica para quem cresceu sem o carinho e a presença dos pais. É um dia muito importante para todos nós”, destacou emocionada.

Além de apoiar a ação nacional, o deputado Carlos Lula propôs que o Maranhão avance e reconheça a responsabilidade local. Ele colocou a equipe jurídica de seu gabinete à disposição das vítimas para ajudar gratuitamente na organização da documentação.

“O Estado do Maranhão também deve reconhecer e reparar esse sofrimento. Vamos articular uma proposta pronta para que o governo estadual possa encaminhar à Assembleia. Esse é um passo de justiça que o Estado precisa dar”, reforçou o deputado.

O vereador Floresmar Gomes, de Matinha, que também é um dos filhos separados, reforçou a importância da reparação local.

“Agradecemos ao presidente Lula pela lei federal, mas precisamos que o Estado também reconheça essa luta. Contamos com os deputados nessa caminhada.”

Entenda o caso

Entre as décadas de 1930 e 1980, milhares de pessoas diagnosticadas com hanseníase no Brasil foram isoladas à força em hospitais-colônias. Seus filhos foram levados, sem escolha, para internatos ou entregues para adoção, rompendo laços familiares e causando traumas profundos. Essa política de segregação foi sustentada por preconceito e falta de informação, já que a hanseníase tem tratamento e o risco de contágio é controlável.

A nova regulamentação do Governo Federal reconhece a injustiça histórica e busca reparar minimamente o sofrimento causado.

‘Café com Notícias’ detalha campanha de conscientização sobre a hanseníase

Agência Assembleia/ Foto: Miguel Viegas

Assista à entrevista na íntegra

No programa ‘Café com Notícias’ desta terça-feira (4), na TV Assembleia, o tema abordado foi o Janeiro Roxo, campanha de conscientização sobre a hanseníase realizada neste mês. A jornalista e apresentadora Elda Borges recebeu a supervisora de Enfermagem do Hospital Aquiles Lisboa, Cinthya Agostino.

O objetivo da campanha, segundo a gestora, é informar a população sobre a doença e incentivar o diagnóstico precoce. Atualmente, o Brasil ocupa a segunda posição mundial em número de novos casos de hanseníase diagnosticados anualmente.

Cinthya Agostino enfatizou que a hanseníase ainda é uma doença em que os acometidos sofrem muito preconceito e estigmas. Por isso, a importância de campanhas como o Janeiro Roxo.

Sobre os sintomas da doença, Cinthya Agostino destacou o aparecimento de manchas na pele, de cor esbranquiçada, avermelhada ou acastanhada; alteração de sensibilidade nas manchas; sensação de choque, dormência ou fisgada nos pés e mãos; a diminuição da força muscular das mãos, pés ou face e Nódulos (caroços) no corpo, avermelhados e dolorosos.

A supervisora de Enfermagem do Hospital Aquiles Lisboa alertou que, em alguns casos, os sintomas podem ser confundidos com outras doenças, como má circulação e outros problemas vasculares.

A hanseníase é transmitida pelas vias aéreas superiores (espirro, tosse ou fala), geralmente após contato prolongado com pacientes não tratados na forma contagiosa (multibacilar). Objetos pessoais não transmitem a doença. 

Sobre o diagnóstico da doença, Cinthya Agostino explicou que é feito de forma clínica, através de exames dermatológicos e neurológicos. Ela reforçou que, após iniciado o tratamento, a transmissão é interrompida nos primeiros dias de uso de medicamentos.

“O tratamento é todo feito pelo SUS. O paciente recebe a medicação, gratuitamente, lá mesmo no Aquiles Lisboa. Quando o paciente é diagnosticado, de imediato, já inicia o tratamento, que pode durar de seis meses a um ano e quem vai determinar o tratamento é a médica e o estágio da doença”, ressaltou Cinthya Agostino.

O ‘Café com Notícias’ é exibido de segunda a sexta-feira, às 8h30, na TV Assembleia (canal aberto digital 9.2; Maxx TV, canal 17; e Sky, canal 309).