Escola do Legislativo promove curso sobre Inteligência Artificial aplicada ao Parlamento Estadual

Agência Assembleia/ Fotos: Kristiano Simas

A Assembleia Legislativa do Maranhão, por meio da Escola do Legislativo Professora Rosa Castro, deu início, nesta quarta-feira (10), à primeira turma do curso Inteligência Artificial Generativa Aplicada ao Poder Legislativo. A capacitação segue até o dia 12, das 8h às 12h.

Voltado para deputados estaduais, assessores legislativos, consultores jurídicos, servidores, analistas legislativos, redatores de proposições e demais profissionais interessados, o curso busca ampliar o uso estratégico da Inteligência Artificial (IA) no cotidiano parlamentar.

De acordo com o professor Emílio Pereira, responsável pela formação, o objetivo principal é compreender os fundamentos da Inteligência Artificial e identificar oportunidades concretas de aplicação no contexto do Poder Legislativo Estadual.

“O Legislativo enfrenta crescentes desafios relacionados ao volume de informações, complexidade das demandas sociais e necessidade de maior eficiência nos processos parlamentares. A IA Generativa oferece oportunidades concretas de modernização que podem transformar significativamente a qualidade e eficiência do trabalho legislativo”, destacou.

Participantes do curso Inteligência Artificial Generativa Aplicada ao Poder Legislativo atentos às explicações do professor

Soluções
O conteúdo do curso também inclui práticas que capacitam os participantes não apenas a utilizar ferramentas de IA, mas a criar suas próprias soluções, desenvolvendo assistentes personalizados para atender às necessidades específicas de cada setor. A proposta, segundo o professor, é democratizar o acesso à tecnologia, estimulando que servidores e parlamentares se tornem criadores de inovação contínua.

Para a servidora Suzamira Moura, a iniciativa é essencial diante das transformações já em curso na administração pública.

“A inteligência artificial já está presente em diversas áreas do serviço público, e é fundamental que saibamos utilizá-la da melhor forma. O curso voltado para o Poder Legislativo é de suma importância, pois facilita a organização, a pesquisa e até a revisão gramatical adequada”, concluiu.

‘Diário da Manhã’ – Juiz Felipe Damous fala sobre inteligência artificial (IA) no Judiciário

Agência Assembleia/ Foto: Miguel Viegas

Assista à íntegra da entrevista

O juiz Felipe Damous, do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ/MA), falou sobre a aplicação da Inteligência Artificial (IA) no Poder Judiciário, em entrevista ao programa ‘Diário da Manhã’, da Rádio Assembleia (96,9 FM), desta sexta-feira (28).

De acordo com o magistrado, a Inteligência Artificial pode ser definida como um campo da ciência que consiste no desenvolvimento de máquinas e programas computacionais capazes de reproduzir o comportamento humano na tomada de decisões e na realização de tarefas e, com o avanço da tecnologia e a popularização dos computadores e smartphones, que as IAs estão presentes no dia a dia de todo mundo.

Na conversa com o jornalista e apresentador Ronald Segundo, ele destacou a importância e aplicação das IAs, além de trazer alertas em relação à aplicação, mas disse que não é possível batalhar contra o avanço da tecnologia.

“A gente não pode impedir o avanço da tecnologia. Temos que estar atuando com segurança e em estado de alerta. Podemos, por exemplo, pedir que a IA faça uma busca sobre processos de empréstimos consignados, que hoje é maioria, que vai apontar os 900 casos em andamento”, explicou.

Em um campo complementar, o juiz disse que já fez a palestra “Aplicação da Inteligência Artificial nas Rotinas Administrativas e Judiciais das Delegacias de Polícia Civil”, a pedido da Associação de Delegados do Maranhão (Adepol-Ma), quando trouxe como exemplo a utilização na produção de texto, já que a rotina de uma delegacia envolve a elaboração de inquéritos, relatórios, pedidos de prisão e ofícios. 

“Os profissionais podem usar a IA para dar mais celeridade ao processo. Outra aplicação é ajudar na transcrição de textos. Por exemplo, o cidadão vai dar um depoimento, seja um investigado ou uma testemunha, e a ferramenta de inteligência artificial vai transcrever o que ele está dizendo. Então, facilita demais a investigação que a Polícia Civil faz”, afirmou.

Por fim, o juiz assegurou que cada vez mais, as instituições precisam abrir os olhos para o tema e conseguir integrar essas ferramentas aos seus sistemas, mas, apesar do grande alcance e das diversas áreas de aplicação, ele pontuou que sua aplicação não pode, jamais, substituir o trabalho realizado pelas pessoas.