Professor aborda relação entre manguezais e mudança climática no ‘Café com Notícias’

Agência Assembleia/ Foto: Miguel Viegas

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O ‘Café com Notícias’ desta quinta-feira (7), na TV Assembleia, recebeu o professor Denilson Bezerra, do Departamento de Oceanografia e Limnologia da UFMA. Ele tratou sobre a relação entre os manguezais e as mudanças climáticas.

O Brasil detém a maior quantidade de áreas de manguezais do mundo e o Maranhão, sozinho, responde por 47% da área de manguezais do Brasil.

“O Brasil, apesar de possuir uma das maiores áreas de manguezais do planeta, a maior faixa contínua inclusive, não tem um sistema de monitoramento oficial eficiente. O governo brasileiro lançou, agora, o programa Pro Manguezal que promete fazer um acompanhamento sistêmico e eficiente do manguezal, mas até então não existia”, explicou Denilson Bezerra.

Sobre o potencial dos manguezais, o professor afirmou que esse ecossistema é mais eficiente que a própria Amazônia no sequestro de carbono, pois o carbono que ele captura fica inerte na biomassa das plantas e nos bolsões de lama. Inclusive de 50% a 90% do carbono sequestrado pelos manguezais está preso na lama.

O professor ressaltou, ainda, ser fundamental que a importância e eficiência dos manguezais entrem nas discussões sobre mudanças climáticas que o Brasil está à frente e destacou que em 2025 o Brasil sediará a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Conferência das Partes), em Belém. Para ele, o Maranhão deve levantar essa discussão, já que é o estado brasileiro que tem praticamente 50% dos manguezais do país.

“Essa capacidade de sequestro de carbono por parte do manguezal e outros ecossistemas costeiros, a gente chama de carbono azul. Então é preciso que o Brasil chame essa responsabilidade para si, porque o Brasil é um dos maiores hotspots de carbono azul do planeta. Nós vamos ser líderes dessa ação climática se o Brasil realmente pegar o conhecimento científico e os tomadores de decisão, quem propõe as políticas públicas brasileiras, trouxerem essa discussão”, afirmou.

O programa ‘Café com Notícias’ é apresentado pela jornalista Elda Borges e exibido de segunda a sexta-feira, às 8h30, na TV Assembleia (canal aberto digital 9.2; Maxx TV, canal 17; e Sky, canal 309).

‘Sustentabilidade na Prática’ – Especialista da UFMA fala sobre preservação dos manguezais

Agência Assembleia 

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Em entrevista, nesta segunda feira (21), ao programa ‘Sustentabilidade na Prática’, da Rádio Assembleia (96,9 FM), o professor Denilson da Silva Bezerra, do Departamento de Oceanografia e Limnologia, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), abordou a preservação dos manguezais no contexto de mudanças climáticas.

“Manguezal é um sistema de transição entre o mar e terra firme que serve como berçário para várias espécies marinhas e de água doce. Tem uma importância muito grande na questão da segurança alimentar, por fornecer muitas espécies, além do sequestro de muito carbono, o que importa no combate das mudanças climáticas”, explicou durante a conversa com a radialista Maria Regina Telles.

Além de pesquisa na área, o professor Denilson Bezerra, que possui graduação em Ciências Aquáticas e Doutorado em Ciência Terrestre, lembrou que o Maranhão possui a maior área de manguezais do país, ao defender ações de combate ao desmatamento.

O especialista defendeu, também, a ampliação das pesquisas, colocou o Departamento de Oceanografia à disposição das empresas, da Assembleia Legislativa e sociedade civil, para debater a questão.

Por causa do aumento da poluição, destruição de áreas e crescimento da população, principalmente na Ilha de São Luís, o professor Denilson da Silva Bezerra fez um alerta para as consequências sofridas pelos manguezais e para o período que estes poderão suportar o sequestro de carbono e fazer o seu papel na natureza.

‘Sustentabilidade na Prática’ aborda ações de preservação de mares, rios e mangues

Agência Assembleia/ Foto: Miguel Viegas

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O programa ‘Sustentabilidade na Prática’, da Rádio Assembleia (96,9 FM), recebeu na manhã desta segunda-feira (23) a professora Flávia Mochel, do Departamento de Oceanografia e Limnologia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Ela fez uma explanação sobre projetos socioambientais voltados para a preservação de mares, rios e mangues no litoral maranhense.

Durante o programa, apresentado pela radialista Maria Regina Telles, Flávia Mochel destacou a importância do método de recuperação de manguezais desenvolvido na UFMA.

Depois de mais de 20 anos dedicados à ciência básica, que lhe renderam conhecimentos sobre a dinâmica dos manguezais, a pesquisadora maranhense, que é doutora em Geociência, conseguiu desenvolver um processo mais rápido de recuperação dos mangues.

Fundadora e coordenadora do Cermangue (Centro de Recuperação de Manguezais na UFMA), Flávia Mochel alertou para a necessidade de preservação dos mangues, um dos responsáveis, por exemplo, pelo controle do fluxo de marés. “Já conseguimos comprovar que o manguezal evita que o excesso de água avance pelo continente”, assinalou.

“A recuperação de manguezais degradados luta contra a preocupante informação de que os mangues estão sendo destruídos quatro vezes mais rapidamente do que as demais florestas do mundo. Os impactos ambientais advêm de desmatamentos, canalizações, queimadas e barragens. As barragens, especialmente, tiram uma quantidade ou modificam a dinâmica de sedimentos que vêm para zona costeira, dos quais os manguezais são dependentes”, ressaltou a pesquisadora.

Manutenção de densidade

Flávia Mochel explicou ainda que esse ecossistema só consegue cumprir sua função de proteger a costa de problemas como a erosão, assoreamento, enchentes e ventos se houver a manutenção de densidade, espécies e uma faixa extensa de manguezal.

Além dos bens e serviços ambientais, com a biodiversidade e o patrimônio genético, os manguezais têm um papel importante na dieta humana. “Mais de 100 mil famílias maranhenses vivem do recurso do caranguejo. A perda desse patrimônio não é só uma perda ambiental, mas econômica, social e de proteção alimentar”, frisou.

A professora explicou que os manguezais brasileiros estendem-se por 6.800 km da costa do país; e são os mais desenvolvidos do mundo. “Mas cada bosque de mangue funciona de forma diferente. Somente no Maranhão, existem sete espécies distintas de manguezal”, afirmou Flávia Mochel.

Método

A pofessora acrescentou que, com o método desenvolvido na UFMA, propágulos do mangue, que são sementes já germinadas, são coletados em áreas lamosas e alagadas. Em seguida, são cultivados em viveiros, onde recebem acompanhamento constante. Em alguns meses, as plantas são devolvidas aos bosques de mangue.

“São ecossistemas complexos e variados e dependem, também, da preservação de estuários, apicuns, planícies de marés, recifes de coral e praias”, destacou a pesquisadora.

Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Flávia Mochel informou que o Centro de Recuperação de Manguezais (Cermangue) foi criado em 2011 pelo Laboratório de Manguezais do Departamento de Oceanografia e Limnologia.

Flávia Mochel, que acumulou experiência com a restauração de mangues em áreas portuárias na Bacia Hidrográfica do Bacanga desde 2006, possui experiência na área de Ecologia, Oceanografia Biológica e Educação Ambiental, com ênfase em Ecologia e Recuperação Ecológica de Manguezais e Educação Ambiental formal.