‘Sustentabilidade na Prática’ aborda projetos do Sítio de Inteligência Alternativa Panakuí

Agência Assembleia/ Foto: Miguel Viegas

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Os projetos ecológicos desenvolvidos pelo Sítio de Inteligência Alternativa Panakuí, em São Luís, foram o tema abordado, na manhã desta segunda-feira (30), no programa ‘Sustentabilidade na Prática’, da Rádio Assembleia (96,9 FM).

Durante o programa, apresentado pela radialista Maria Regina Telles, o coordenador geral do Sítio de Inteligência Alternativa Panakuí, jornalista Moisés Matias, fez um relato sobre os trabalhos da instituição, criada há 21 anos.  

“Foi em 2003 que nós começamos a construir um laboratório ecológico, em um pequeno espaço de terra, em São Luís, com o objetivo de provar que o Maranhão é rico e que a riqueza pode ser acessada e distribuída através da ecologia. E, assim, surgiu o Sítio Panakuí, um projeto que permite ativar o que chamamos de Felicidade Interna Bruta (FIB), e que, uma vez aplicado como política pública pode transformar o Maranhão em uma potência social e ecológica para o Brasil e o mundo”, declarou Moisés Matias.

Ele acrescentou que, sob inspiração de grandes ecologistas, teve a ideia da criação de um laboratório de ecologia profunda. E em uma área queimada, começou a construir um barraco de taipa, coberto com palha do babaçu.

“E ali fomos roçando, plantando e cuidando. No meio da pandemia, nos preparamos para apresentar ao Maranhão e ao país o Sítio de Inteligência Alternativa, o negócio ecológico. E a principal vedete do projeto é a Universidade Livre Panakui, uma plataforma para a realização de cursos ecológicos do Maranhão para o mundo. Essa nossa proposta está sendo apresentada aos parceiros públicos e privados. Estamos fazendo uma grande obra e não podemos parar. Desta obra depende a preservação da vida. E precisamos de aliados”, assinalou.

Folha de Gaia

Ecologista pioneiro no jornalismo ecológico, Moisés Matias nasceu no Acre, na fronteira com o Peru. Ele disse que chegou ao Maranhão em 1986 e no ano de 1989 passou a editar em São Luís o jornal ecológico Folha de Gaia, um pioneiro no tema no Brasil. Desde então, passou a participar de pesquisas, estudos e eventos de natureza socioambiental.

“Passei vários anos estudando o Maranhão, viajando e publicando denúncias e outros textos sobre o tema. A grande indagação que eu carregava, e ainda carrego, é o fato de o Maranhão apresentar uma fabulosa riqueza ambiental, seu povo carregar uma cultura tradicional de grande valor, algo que é considerado como “valor inestimável”, e o estado apresentar os mais baixos indicadores sociais do Brasil”, frisou Moisés Matias.

O coordenador geral do Sítio de Inteligência Alternativa Panakuí observou que o planeta enfrenta crises simultâneas: a financeira, a energética e o aquecimento global e acabou de passar por uma pandemia.

“São fenômenos interligados, se retroalimentam e não serão resolvidos separadamente. Precisamos da ousadia ecológica. Essa é a visão do paradigma emergente, que pensa a crise global como uma oportunidade de solução. No Maranhão, para além da crise, há um cenário de possibilidades. O estado conserva um paradigma tradicional, saber imaterial das grandes tradições da humanidade, os povos indígenas, os afrobrasileiros, as categorias de trabalhadores tradicionais, como pescadores, extrativistas, assim como o estado conserva um grande patrimônio natural. É essa a nossa mensagem mais importante”, ressaltou o ecologista.