‘Sustentabilidade na Prática’ destaca causas e efeitos do desmatamento

Agência Assembleia/ Foto: Biaman Prado

O vice-reitor da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), Paulo Henrique Aragão Catunda, concedeu entrevista na manhã desta segunda-feira (16), ao programa ‘Sustentabilidade na Prática’, da Rádio Assembleia (96,9 FM). Ele fez uma explanação sobre causas e consequências do desmatamento no Brasil, observando que se trata de um problema que está se tornando cada vez mais grave.

Durante o programa, apresentado pela radialista Maria Regina Telles, o vice-reitor da Uema explicou que a principal consequência do desmatamento está atrelada ao desequilíbrio ambiental provocado pela perda da vegetação nativa. Segundo ele, a remoção da vegetação provoca uma grande perda da biodiversidade, assim como a perda do habitat de animais e plantas e ainda impacta diretamente na elevação do número de espécies em extinção.

“O que a gente está vendo agora é um cenário de seca no Brasil todo, temperaturas altas, queimadas, falta de chuvas. Hoje, todos os estados da Federação estão monitorando o clima porque todo mundo está esperando chuva. Os brigadistas, os bombeiros não estão dando conta de combater os incêndios, que são uma consequência de anos de desmatamento. O que se vê são animais mortos, prejuízos para o agronegócio, soja, cana, abacaxi queimados e tudo isto é muito grave”, afirmou o professor Paulo Catunda.

Engenheiro agrônomo, com mestrado e doutorado em produção vegetal, e com especialidade em propagação de plantas nativas, Catunda assinalou que a questão dos desmatamentos requer políticas públicas de longo prazo.

“Acho que a gente tem que se conscientizar e entender que a pauta ambiental não é uma pauta nem de direita, nem de esquerda. Hoje é uma questão de sobrevivência. Por exemplo, aqui na nossa Ilha, aqui no entorno, a gente precisa revegetar as nascentes dos rios. A gente precisa ter água. Se a gente não revegetar, é claro que vamos ter problemas lá na frente”, observou.

Paisagens de volta

Paulo Catunda disse, ainda, que desmatamento consiste na retirada total ou parcial da cobertura vegetal em um local. E a retirada da cobertura vegetal pode desencadear diversos problemas, como perda da biodiversidade, degradação de habitat e alterações climáticas. O desmatamento é ocasionado principalmente pelas ações humanas, como as expansões agropecuária e urbana.

Precisamos trazer algumas paisagens de volta. Precisamos trazer de volta, principalmente, as áreas de nascentes e as áreas de preservação permanente dos rios; elas têm que voltar porque a nossa população só aumenta, nossa necessidade de água só aumenta, e a gente só maltrata os rios, ocasionando a diminuição da capacidade de os rios se renovarem”, ressaltou.

O vice-reitor da Uema acrescentou que, com o aumento das atividades econômicas, devido ao processo de globalização, e o desenvolvimento de novas tecnologias, a cada dia esse processo tem aumentado de forma descontrolada em diversas regiões, e as áreas antes ocupadas por regiões de florestas vão dando lugar a áreas ocupadas pela agropecuária, pela mineração, pela exploração dos mais diversos recursos, além da urbanização.

Paulo Catunda citou estudos produzidos pela Universidade Estadual do Maranhão e destacou a importância da produção acadêmica.

“Trabalhamos na Universidade com nossos professores e alunos, lá temos um laboratório de sementes, temos viveiros e hoje a gente multiplica as plantas nativas em projetos maiores que a gente tem para devolvê-las ao ambiente. A gente tenta fazer a nossa parte nesse processo”, enfatizou o professor, advertindo ainda que a falta de políticas públicas que garantam a preservação pode influenciar fortemente no processo de desmatamento.

‘Sustentabilidade na Prática’ aborda projeto Alfabetização Ecológica e ecologia integral

Agência Assembleia/ Foto: Miguel Viegas

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O professor Roberto Mauro Gurgel Rocha, membro da coordenação do Fórum Estadual de Educação Ambiental do Maranhão (FEEA/MA), concedeu entrevista, na manhã desta segunda-feira (9), ao programa ‘Sustentabilidade na Prática’, da Rádio Assembleia (96,9 FM).

Na conversa com a radialista Maria Regina Telles, o professor fez uma explanação sobre o projeto Alfabetização Ecológica, explicando que se trata de uma iniciativa que busca inserir práticas de educação ambiental nas escolas e em outros setores da sociedade a partir de 2025.

“A alfabetização ecológica é essencial para conscientizar e engajar a sociedade na preservação ambiental”, afirmou o professor Roberto Mauro Rocha, acrescentando que o Fórum Estadual de Educação Ambiental do Maranhão está engajado em difundir esse tema para que possa interagir e aprofundar o debate com diferentes segmentos da sociedade.

Ao falar sobre a preservação da natureza e o desenvolvimento de uma cultura de paz e responsabilidade ecológica, o professor Roberto Mauro Rocha disse que aborda temas como a Cultura de Paz e a Ecologia Integral, alinhado à Carta Encíclica Laudato Si’, do Papa Francisco.

“Precisamos refletir sobre os efeitos das mudanças climáticas em nossas vidas. Como destaca o Papa Francisco, na Encíclica Laudato Deum, é um problema global que afeta a dignidade humana. No Brasil, as consequências são claras, como as queimadas em São Paulo, enchentes no Rio Grande do Sul e as vossorocas no Maranhão. É urgente que assumamos nossa responsabilidade e adotemos a Alfabetização Ecológica para entender e enfrentar os desafios ambientais de hoje”, frisou.

Ativismo

Professor emérito da UFMA e integrante do Conselho Estadual de Educação do Maranhão, o professor doutor Roberto Mauro Gurgel discorreu, também, sobre sua trajetória profissional e de sua militância como ativista social.

Formado em agronomia pela Universidade Federal do Ceará, com doutorado em Estudos Comparados da América Latina, Roberto Mauro é mestre em Sociologia e, em Israel, fez o curso de Programação Agrícola e Desenvolvimento Regional. Nos anos 1960, ele começou sua caminhada pelo Maranhão, quando ministrou Curso sobre Técnica de Pesquisa, promovido pela UFMA no ano de 1967.

A partir daí sua vida está vinculada à área de Educação em terras do Maranhão. Consagrou-se como seguidor do mestre Paulo Freire e integrou, dessa forma, a Universidade Federal do Maranhão como professor do Departamento de Sociologia e Pedagogia.

Já exerceu a presidência da Organização Mundial para a Educação Pré-Escolar no Estado do Maranhão, foi representante do Instituto Paulo Freire, membro do Fórum para o Desenvolvimento da Educação Infantil e, dentre tantas outras atividades, é um ativista dos movimentos sociais, integrando o Conselho Diretor da Sociedade Maranhense de Defesa dos Direitos Humanos.

Autor de 20 obras publicadas, além de ensaios, estudos e artigos em revistas da comunidade científica do Maranhão e do Brasil, o professor disse ainda que exerceu dezenas de cargos e funções em sua área, entre as quais se destacam o de consultor do Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Brasileiras, coordenador nacional de Extensão Universitária do Ministério da Educação, consultor da Associação das Universidades Amazônicas e membro do Fórum da América Latina.

‘Sustentabilidade na Prática’ aborda ações sociais do Comitê Popular da Praça das Árvores

Agência Assembleia/ Foto: Wesley ramos

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Os dirigentes do Comitê Popular da Praça das Árvores, Camilo Rocha Filho (coordenador) e Dorian Azevedo (secretária), foram os entrevistados do programa ‘Sustentabilidade na Prática’, da Rádio Assembleia (96,9 FM), nesta segunda-feira (26). Na conversa com a radialista Maria Regina Telles, eles fizeram uma explanação sobre os projetos sociais desenvolvidos pela entidade em São Luís.

Graduado em Pedagogia e Ciências Contábeis, pós-graduado em contabilidade das organizações do terceiro setor e bancário aposentado, Camilo Rocha Filho informou que utilizou sua experiência profissional para ajudar a criar o Comitê da Praça das Árvores, fundado no dia 14 de julho de 2014.

“Já são 10 anos que estamos nesta luta. E, com ela, nós conseguimos inaugurar em São Luís um novo paradigma social de cuidado e usufruto do espaço público”, afirmou Camilo Filho, que também é diretor regional da Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (ANABB).

Ele explicou que o Comitê da Praça das Árvores funciona no Cohatrac IV, onde se iniciou o trabalho inspirado na necessidade de organização popular nos territórios da cidade. “Os cidadãos precisam de uma cidade organizada, e organizada na base. E nós, então, olhando aquele espaço público livre, que são as praças, visualizamos que elas precisam ser ocupadas para o usufruto social”, assinalou Camilo Filho.

Aniversário da cidade

A secretária do Comitê, Dorian Azevedo, informou que no próximo dia 8 de setembro, por ocasião das comemorações do aniversário de fundação de São Luís, será realizado um almoço compartilhado na Praça das Árvores.

“A gente chama de partilha das panelas. Nós temos uma agenda de quatro almoços anuais, que são uma partilha, uma convivência harmoniosa. Na agenda do almoço compartilhado deste 8 de setembro, haverá também a presença de um especialista que participará de um bate-papo, uma roda de conversa, sobre a história da cidade de São Luís”, assinalou.

Dorian Azevedo, que é assistente social, mestra em Desenvolvimento Socioespacial e Regional, historiadora, professora de História e especialista em História do Maranhão, afirmou que, na condição de secretária do Comitê da Praça das Árvores, sente-se muito feliz por perceber que o trabalho comunitário rende bons frutos.

“Nós temos uma agenda anual, que inclui planejamento, reuniões periódicas, almoços compartilhados e empórios sociais. A gente faz atividades socioculturais e de cuidados socioambientais. Nós temos um projeto chamado Jardinagem Pedagógica, que foi criado, escrito e fundamentado em 2015 e que até hoje está em vigência”, afirmou a professora Dorian Azevedo.

Tanto ela quanto o coordenador do Comitê, Camilo Rocha Filho, são integrantes da equipe que produz o programa ‘Fala Comunidade’, na Rádio Comunitária Ilha do Amor FM.

‘Sustentabilidade na Prática’ – Professor aborda Agência de Inovação e Empreendedorismo

Agência Assembleia/ Foto: Biaman Prado

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O programa ‘Sustentabilidade na Prática’, da Rádio Assembleia (96.9 FM), recebeu na manhã desta segunda-feira (15) o professor Márcio Eduardo Nogueira Tavares, analista de Inovação da Agência de Inovação e Empreendedorismo da Universidade Estadual do Maranhão (Uema).

Mestrando em propriedade intelectual e transferência de tecnologia para inovação, Márcio Eduardo Tavares fez uma explanação sobre a Agência de Inovação e Empreendedorismo, criada na Uema em 2019, e batizada de Agência Marandu, para fomentar projetos de inovação e empreendedorismo na Uema.

Em conversa com o apresentador e jornalista Ronald Segundo, o professor Márcio Tavares informou que a Agência Marandu acaba de criar a startup MACarbon na área das ciências agrárias. Segundo ele, essa startup terá a missão de identificar problemas que ainda não foram solucionados de forma satisfatória no mercado e desenvolver produtos e serviços inovadores que atendam às necessidades do povo maranhense.

Márcio Tavares explicou que a Startup MACarbon foi criada graças a um trabalho conjunto que contou também com o trabalho do professor e pesquisador Luciano Muniz e das doutoras em agronomia Bruna Penha Costa e Ilka Cantanhêde (IFMA).

“Como uma empresa jovem e inovadora, acoplada a um modelo de negócio escalável e repetitivo, que busca soluções para problemas reais da sociedade, esta nossa MACarbon surgiu como uma iniciativa estratégica para impulsionar o ecossistema de inovação e empreendedorismo no estado, por meio da transferência de tecnologia oriunda de pesquisas aplicadas, realizadas nos laboratórios da Uema”, afirmou o professor Márcio Tavares.

Fomento

Ele acrescentou que esta iniciativa será de grande importância técnico-científica para os estudantes da Uema no que concerne ao fomento à cultura do empreendedorismo, o aprimoramento da formação acadêmica, a criação de oportunidades de pesquisa e desenvolvimento e o fortalecimento da relação entre a universidade e o mercado, e ainda impulsionará o agricultor no acesso às novas tecnologias e soluções inovadoras, o aumento da produtividade e da renda, bem como a melhoria da qualidade de vida e promoção da sustentabilidade. 

O professor esclareceu que, dentro de suas expertises, a Startup MACarbon é inovadora e impulsiona a agricultura sustentável no Maranhão, ao oferecer pagamento pelos serviços ambientais para o produtor, por meio da adoção das tecnologias ABC (Agricultura de Baixo Carbono).

Segundo ele, isso não só fortalece a sustentabilidade no estado, mas também combate as mudanças climáticas, reduzindo emissões de gases estufa oriundos da agropecuária.

Márcio Tavares assinalou que a MACarbon já possui a metodologia baseado na Verra para pesquisas dos estoques e das taxas de sequestro de carbono no solo e na biomassa dos manguezais maranhenses. O Maranhão e o Pará possuem juntos a maior área contínua de manguezais do mundo e é no Maranhão onde estão 46% das áreas de mangue de todo o Brasil, seguido do Pará (28%) e do Amapá (16%).

O professor Márcio Tavares frisou que a Marandu é uma agência que faz a conexão da Universidade com a sociedade e setores produtivos por meio da inovação do empreendedorismo.

Ele acrescentou que a Marandu estimula os estudantes a utilizar conhecimentos específicos e, com eles, buscar o desafio de empreender, de montar uma empresa nas áreas de conhecimento que estão recebendo no dia a dia dentro da Universidade.

‘Sustentabilidade na Prática’ aborda projetos educacionais do Instituto Mariana

Agência Assembleia/ Foto: Wesley Ramos

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As ações desenvolvidas pelo Instituto Mariana em São Luís foram o tema abordado, na manhã desta segunda-feira (8), no programa ‘Sustentabilidade na Prática’, da Rádio Assembleia (96,9 FM). A coordenadora de Projetos do Instituto, psicopedagoga Neuza Ribeiro, fez um relato sobre os trabalhos da entidade, criada no bairro Cidade Operária, no dia 2 de março de 1990.

No programa, apresentado pelo jornalista Ronald Segundo e pelo radialista Álvaro Luiz, Neuza Ribeiro explicou que o Instituto Mariana nasceu como uma humilde escola comunitária, que hoje abrange diversas políticas públicas especialmente na área da educação.

“Nós começamos nosso trabalho com uma pequena sala de aula para atender crianças e adolescentes que, na época, estavam fora da escola. Nossa entidade se ampliou e, hoje, 34 anos após a nossa instalação na Cidade Operária, faz um amplo trabalho de assistência a jovens e crianças com educação, arte, cultura e, agora, com um foco mais voltado para a profissionalização e empregabilidade de nossos jovens”, declarou Neuza Ribeiro.

Com sede localizada na Unidade 101 da Cidade Operária, Rua 11, casa 38, o Instituto Mariana, tem uma metodologia diferenciada, administra a Escola Manair e a Biblioteca Comunitária Monteiro Lobato, tendo como gestoras muitas de suas ex-alunas. Um dos principais projetos da instituição está voltado para a oferta de vagas de emprego para jovens tanto da Cidade Operária quanto de bairros do entorno.

“Fazemos um trabalho inspirado na metodologia da educação socioemocional com uma equipe de mediadores de leitura e contadores de histórias, que apoia crianças na leitura e na escrita e, além desse propósito de formar leitores, buscamos ampliar nossos projetos que visam geração de renda e emprego para toda a nossa clientela”, frisou Neuza Ribeiro.

Campanha

Na entrevista, a psicopedagoga falou também sobre a campanha “Dia de Doar São Luís”, que acontecerá no próximo mês de novembro, com o objetivo de fomentar a solidariedade na capital maranhense.

“Esta campanha tem o objetivo de promover e mobilizar o Brasil para ser mais solidário e generoso. Buscamos estimular a doação por pessoas físicas, empresas, poder público e organizações. Tem um papel fundamental ao mostrar que todos podem participar, fortalecendo o hábito de doar como parte do cotidiano das pessoas. Já as organizações sem fins lucrativos, podem realizar ações para receber doações, virtuais ou presenciais”, explicou a psicopedagoga.

Articuladora e coordenadora do Dia de Doar São Luís, Neuza Ribeiro informou que as mais de 60 instituições sociais da cidade, integrantes do movimento, atuam em áreas como saúde, educação, cultura, esporte e meio ambiente.

Neuza Ribeiro disse que a expectativa é que milhões de pessoas sejam estimuladas no país para realizar ações de generosidade, em uma grande onda de solidariedade.

No perfil da campanha no Instagram (@diadedoarsaoluis), serão atualizadas as informações sobre como doar, mas os interessados já podem entrar em contato para saber como ser um agente de melhorias da realidade, desenvolvendo uma sociedade mais justa, igualitária e inclusiva.

‘Sustentabilidade na Prática’ aborda implantação de ações do Programa Lixo Zero no Maranhão

Agência Assembleia

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A implantação de ações do Programa Lixo Zero no Maranhão foi o tema abordado, na manhã desta segunda-feira (24), no programa ‘Sustentabilidade na Prática’, da Rádio Assembleia (96,9 FM). A geóloga Cláudia Martins fez uma explanação sobre educação ambiental e sobre ações sustentáveis na cadeia de reciclagem de resíduos sólidos.

Durante o programa, apresentado pela radialista Maria Regina Telles, a geóloga explicou que, desde o ano de 2021, atua no Maranhão com a função de ‘embaixadora’ do Instituto Lixo Zero Brasil, entidade sem fins lucrativos que a incumbência de formatar propostas viáveis para a destinação correta dos resíduos sólidos no país.

Geóloga e consultora ambiental, Cláudia Martins disse que “as preocupações com a destinação correta dos materiais coletados têm múltiplas motivações e vão desde a preservação do meio ambiente a questões econômicas e geopolíticas”.

Ela acrescentou que outro ponto importante é que o Programa Lixo Zero não se limita a discutir somente reciclagem, mas também o comportamento de utilizar os resíduos que atualmente se tornam rejeitos, além de debater dentro das organizações públicas e privadas a viabilidade de métodos eficientes para que a produção destes resíduos seja reaproveitada em outros tipos de materiais.

Para Cláudia Martins, antes de pensar no reaproveitamento de todo material com a filosofia do lixo zero, é importante ter a reflexão do que é necessário gerar, e a partir deste pensamento praticar o consumo consciente e suficiente e não a geração de resíduos.

Durante a entrevista, a geóloga informou que o Instituto Lixo Zero Brasil (ILZB) é uma organização da sociedade civil autônoma, sem fins lucrativos pioneira na disseminação do conceito Lixo Zero no Brasil.

Fundado em 2010, O ILZB representa no Brasil a ZWIA – Zero Waste International Alliance, movimento internacional de organizações que desenvolvem o conceito e princípios Lixo Zero no Mundo.

Cláudia Martins assinalou que o Instituto Lixo Zero Brasil apoia iniciativas como o filme “Mar de Lixo”, documentário inteiramente maranhense produzido cineasta Taciano Brito através da KatuFilm, que começou a ser gravado em 2015 e foi lançado no Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho, no Cinema Sesc, na unidade Sesc Deodoro, em São Luís. 

De acordo com Cláudia Martins, trata-se de uma obra impactante, que aborda a crescente crise ambiental, também causada pelo descarte inadequado de resíduos.

“O cineasta Taciano Brito apostou em uma captação minuciosa de imagens impactantes e em uma montagem peculiar, resultado de anos de pesquisa e filmagens realizadas em diversas localidades do Maranhão, evidenciando o choque entre a beleza natural da região e os desafios que ela enfrenta devido ao lixo”, frisou Cláudia Martins. 

‘Sustentabilidade na Prática’ aborda política de gestão integrada de resíduos sólidos do MA

Agência Assembleia/ Foto: Biaman Prado

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A advogada Elisabeth Costa de Oliveira, coordenadora da área ambiental da Agência Executiva Metropolitana (Agem), concedeu entrevista, na manhã desta segunda-feira (17), ao programa ‘Sustentabilidade na Prática’, da Rádio Assembleia (96,9 FM), ocasião em que fez uma explanação sobre política de gestão integrada de resíduos sólidos do Maranhão.

No programa, apresentado pela radialista Adryane Paiva, Elisabeth Oliveira detalhou o Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos da Região Metropolitana da Grande São Luís, elaborado entre os anos de 2018 e 2019. “Trata-se de um instrumento de planejamento, elaborado com a devida previsão de que, com o passar dos anos, haveria aumento na produção de resíduos sólidos, que é uma realidade agora”, ressaltou. 

Especialista em saneamento básico, Elisabeth Oliveira explicou que o Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos da Região Metropolitana da Grande São Luís visa auxiliar no planejamento e direcionamento de ações, em um esforço intermunicipal na busca de soluções para os resíduos sólidos, que sejam viáveis sob o ponto de vista econômico, social e ambiental, considerando as particularidades e os desafios locais que se impõem.

A coordenadora da área ambiental da Agem falou sobre a realização da Conferência Metropolitana que, segundo ela, foi de fundamental importância para que se dê a continuidade da implementação da gestão compartilhada. “Com isso, estamos obedecendo aos critérios legais, tanto do Estatuto da Metrópole quanto da Lei Complementar nº 174/2015, em âmbito estadual”, frisou.

Lixões desativados

Ela acrescentou que, anualmente, o Governo do Estado, por meio da Agência Executiva Metropolitana (Agem), realiza um balanço sobre a destinação de resíduos sólidos para o Aterro Sanitário de Titara, em Rosário. A especialista informou que nove municípios da Região Metropolitana da Grande São Luís (Axixá, Bacabeira, Icatu, Morros, Paço do Lumiar, Raposa, Rosário, São José de Ribamar e Santa Rita) já tiveram seus lixões desativados.

Durante a entrevista, a especialista discorreu também sobre o trabalho realizado por associações e cooperativas de reciclagem que funcionam na Grande São Luís. Ela frisou que a utilização de lixões traz diversos prejuízos para o meio ambiente, pois neles os resíduos sólidos (antes chamados de lixo) são depositados a céu aberto, sem nenhum tipo de tratamento adequado.

“No aterro sanitário, por sua vez, o solo recebe uma cobertura, uma impermeabilização”, explicou. A destinação final em Titara faz parte do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos da Região Metropolitana da Grande São Luís (PGIRS/RMGSL). O documento foi concluído em 2019 e visa atender às exigências do Marco Legal do Saneamento Básico, o PL 4162/19, do Poder Executivo, que, dentre outras coisas, trata do fim dos lixões.

‘Sustentabilidade na Prática’ – Professor ressalta importância da Amazônia para o mundo

Agência Assembleia/ Foto: Wesley Ramos

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O professor Celso Henrique Leite Silva Júnior, pesquisador do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, concedeu entrevista, na manhã desta segunda-feira (10), ao programa ‘Sustentabilidade na Prática’, da Rádio Assembleia (96,9 FM), ocasião em que ressaltou a importância da Floresta Amazônica para o Brasil e o mundo.

Durante o programa, apresentado pelas radialistas Maria Regina Telles e Adryane Paiva, Celso Henrique Leite discorreu também sobre aspectos do monitoramento e conservação de florestas tropicais em face das mudanças climáticas que estão ocorrendo no mundo.

Graduado em Engenharia Ambiental, e atualmente professor do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Conservação (PPGBC) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Celso Henrique afirmou que a perda de carbono florestal devido ao desmatamento e à degradação, ações causadas pelos seres humanos, estão superando rapidamente as taxas atuais de recuperação das florestas tropicais.

De acordo com Celso Henrique Leite Silva Júnior, as florestas tropicais são ecossistemas vitais na luta contra as mudanças climáticas, por isso já há importantes estudos de pesquisadores que quantificaram as taxas de recuperação de estoques de carbono acima do solo usando dados de satélite das três maiores florestas tropicais do mundo: Amazônia, da África Central e Bornéo, ilha localizada no sudeste asiático.

Segundo o professor da Ufma, que fez doutorado em sensoriamento remoto no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), as florestas degradadas (que se recuperaram de ações humanas como queimadas e a extração seletiva de madeira) e as florestas secundárias (que crescem em áreas anteriormente desmatadas) removem da atmosfera anualmente 107 milhões de toneladas de carbono, na região tropical.

“Esses dados demonstram o importante valor do carbono na conservação das florestas em recuperação em todos os trópicos do planeta, mas essa quantidade de carbono absorvido no crescimento dessas florestas foi suficiente apenas para equilibrar cerca de 26% das emissões de carbono atuais devido ao desmatamento e à degradação das florestas tropicais”, frisou o professor.

Restauração

Ele acrescentou que pesquisadores também identificaram que cerca de um terço das florestas degradadas por ações humanas foram novamente desmatadas, agravando mais a vulnerabilidade da captura de carbono por elas.  Durante a entrevista, o professor Silva Júnior falou ainda que, além de proteger as florestas maduras que ainda não sofreram os impactos negativos devido a ações humanas, é necessário somar esforços para garantir a restauração das florestas que foram desmatadas ou degradadas.

“A restauração florestal pode garantir a recuperação dos serviços ambientais fornecidos pelas florestas, ao mesmo tempo que traz benefícios econômicos e sociais para a população local das nações tropicais”, afirmou.

O professor Celso Silva Júnior destacou também, durante a entrevista, um trabalho de pesquisa realizado com a participação da UFMA e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

“É importante observar que os resultados encontrados no trabalho conjunto da UFMA com o Inpe vão apoiar os tomadores de decisões no Brasil em estratégias nacionais de combate às mudanças climáticas, o que reforça a necessidade de as autoridades tratarem o investimento em ciência como um projeto de Estado”, ressaltou.