‘Sustentabilidade na Prática’ aborda sistemas agroflorestais da Embrapa

Agência Assembleia/ Foto: Kristiano Simas

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O programa ‘Sustentabilidade na Prática’, da Rádio Assembleia (96,9 FM), recebeu, na manhã desta segunda-feira (18), o engenheiro agrônomo Carlos Eugênio Vitoriano Lopes, analista da Embrapa Cocais. Ele discorreu sobre sistemas de produção de referência em territórios indígenas e em assentamentos rurais no combate à fome e diminuição dos impactos ambientais.

Entrevistado pela radialista Maria Regina Telles, Carlos Vitoriano fez um relato sobre tecnologias desenvolvidas pela Empesa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que permitem que famílias de baixa renda se alimentem do que produzem e ainda possibilitam a comercialização do que sobra dessa produção.

Carlos Vitoriano informou que uma das iniciativas mais importantes da Embrapa é o projeto “Sistemas Agroflorestais para mitigação do clima e da fome”, que tem o objetivo de construir, de forma conjunta, sistemas produtivos de referência em terras indígenas – especificamente no Território Indígena Araribóia – de 413 mil hectares e cerca de 251 aldeias – com foco na produção de alimentos com qualidade nutricional e na conservação ambiental.

Segundo Vitoriano, o projeto é coordenado pela Embrapa Florestas com ações que vão subsidiar o Plano de Gestão Territorial (PGTA) de terras indígenas no Maranhão, que está sendo planejado de forma participativa com os indígenas e parceiros diversos.

Para prospectar demandas, identificar os principais desafios de produção no território indígena e construir conjuntamente as ações, a Embrapa tem realizado encontros periódicos em que são também conhecidas as experiências locais em sistemas agropecuários e conservação florestal, considerando o conhecimento indígena tradicional para implantação de sistemas de referência em produção de alimentos sustentáveis.

Demandas

De acordo com Carlos Vitoriano, as principais demandas das comunidades indígenas são por sistemas agroflorestais envolvendo espécies frutíferas (açaí, cupuaçu, banana) com adaptação climática e crescimento na região, devido ao potencial na alimentação e comercialização. Também por sistemas com plantas de lavoura, como milho, arroz, feijão e mandioca, sendo o cultivo de mandioca o principal destaque, além da apicultura e piscicultura como atividades complementares.

Questões ambientais em relação à proteção do território e à importância da conservação de matas ciliares e nascentes e ainda reflorestamento de áreas degradadas também são temas presentes, assim como a proteção da floresta e a valorização da tradição e da cultura indígena.

“O nosso objetivo agora é o de referendar sistemas de produção de referência possíveis para o Território Indígena Araribóia. Buscamos dialogar, mostrar alternativas e indicar sistemas sustentáveis mais apropriados para amenizar as mudanças climáticas e a fome, e apresentar tecnologias alternativas contra o uso do fogo”, frisou. Para ele, entender o processo de produção indígena nesse território com a participação deles é o que vai garantir resultados promissores.

“No primeiro momento da nossa chegada na comunidade indígena, entendemos como eles produzem, suas práticas culturais, colheita, consumo familiar, comercialização etc, de acordo com a descrição feita por eles, e pudemos identificar gargalos e pontos de melhoria. Temos muitas tecnologias e formas de manejo que podem contribuir para minimizar ou eliminar a fome da comunidade com a possibilidade de manter as características ambientais. Para o futuro, a partir dos sistemas melhorados para as condições locais das comunidades indígenas, vamos pôr em prática a produção de alimentos por meio de Unidades e medir os efeitos ao longo do tempo”.

Carlos Vitoriano acrescentou que considera muito bom e produtivo esse planejamento da agricultura familiar do território Arariboia. O projeto tem a iniciativa da Embrapa, Ministério dos Povos Indígenas (MPI), Instituto Tukàn, Comissão de Cacique e Liderança do Território Aribóia (Cocalitia), Funai e Fundo Vale.

Vitoriano explicou que sistemas agroflorestais são tecnologias desenvolvidas na Embrapa no Maranhão que otimizam o uso da terra com produção diversificada de alimentos numa mesma área. Integram árvores, culturas agrícolas, como milho, macaxeira e banana nos primeiros anos, e cupuaçu, açaí, acerola e taperebá (cajá) nos anos seguintes. Também compõem o sistema plantas forrageiras e, às vezes, animais, de maneira simultânea ou sequencial. Para Vitoriano, os impactos sociais, econômicos e ambientais da tecnologia são bastante positivos.

‘Sustentabilidade na Prática’ aborda projetos sociais e educacionais do Instituto Mariana

Agência Assembleia/ Foto: Miguel Viegas

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Os projetos sociais e educacionais desenvolvidos em São Luís pelo Instituto Mariana foram o tema abordado, na manhã desta segunda-feira (4), no programa ‘Sustentabilidade na Prática’, da Rádio Assembleia (96,9 FM). A diretora geral, psicopedagoga Neuza Ribeiro, fez um relato sobre os trabalhos da entidade, criada no bairro Cidade Operária, no dia 2 de março de 1990.

Na conversa com a radialista Maria Regina Telles, Neuza Ribeiro explicou que o Instituto Mariana nasceu como uma escola comunitária, que hoje abrange diversas políticas públicas especialmente na área da educação.

“Nós começamos o nosso trabalho com uma pequena sala de aula para atender crianças e adolescentes que, na época, estavam fora da escola. Nossa entidade se ampliou e, hoje, 34 anos após a nossa instalação na Cidade Operária, faz um amplo trabalho de assistência a jovens e crianças com educação, arte, cultura e, agora, com um foco mais voltado para a profissionalização e empregabilidade de nossos jovens”, declarou Neuza Ribeiro.

Com sede localizada na Unidade 101 da Cidade Operária, Rua 11, casa 38, o Instituto Mariana, com uma metodologia diferenciada, administra a Escola Manair e a Biblioteca Comunitária Monteiro Lobato, tendo como gestoras muitas de suas ex-alunas. Um dos principais projetos da instituição está voltado para a oferta de vagas de emprego para jovens tanto da Cidade Operária quanto dos bairros do entorno.

“Fazemos um trabalho inspirado na metodologia da educação socioemocional com uma equipe de mediadores de leitura e contadores de histórias, que apoia crianças na leitura e na escrita e, além desse propósito de formar leitores, buscamos ampliar nossos projetos que visam geração de renda e emprego para toda a nossa clientela”, frisou Neuza Ribeiro.

Campanha

Durante a entrevista, a psicopedagoga falou, também, sobre a campanha “Dia de Doar São Luís”, que acontecerá ao longo deste mês de novembro, com o objetivo de fomentar a solidariedade na capital maranhense.

“Esta campanha tem o objetivo de promover e mobilizar o Brasil para ser mais solidário e generoso. Buscamos estimular a doação por pessoas físicas, empresas, poder público e organizações. Tem um papel fundamental ao mostrar que todos podem participar, fortalecendo o hábito de doar como parte do cotidiano das pessoas. Já as organizações sem fins lucrativos, podem realizar ações para receber doações, virtuais ou presenciais”, explicou a psicopedagoga.

Articuladora e coordenadora do Dia de Doar São Luís, Neuza Ribeiro informou que as mais de 60 instituições sociais da cidade, integrantes do movimento, atuam em áreas como saúde, educação, cultura, esporte e meio ambiente.

Neuza Ribeiro disse que a expectativa é que milhões de pessoas sejam estimuladas no país para realizar ações de generosidade, em uma grande onda de solidariedade.

‘Sustentabilidade na Prática’ – Especialista da UFMA fala sobre preservação dos manguezais

Agência Assembleia 

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Em entrevista, nesta segunda feira (21), ao programa ‘Sustentabilidade na Prática’, da Rádio Assembleia (96,9 FM), o professor Denilson da Silva Bezerra, do Departamento de Oceanografia e Limnologia, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), abordou a preservação dos manguezais no contexto de mudanças climáticas.

“Manguezal é um sistema de transição entre o mar e terra firme que serve como berçário para várias espécies marinhas e de água doce. Tem uma importância muito grande na questão da segurança alimentar, por fornecer muitas espécies, além do sequestro de muito carbono, o que importa no combate das mudanças climáticas”, explicou durante a conversa com a radialista Maria Regina Telles.

Além de pesquisa na área, o professor Denilson Bezerra, que possui graduação em Ciências Aquáticas e Doutorado em Ciência Terrestre, lembrou que o Maranhão possui a maior área de manguezais do país, ao defender ações de combate ao desmatamento.

O especialista defendeu, também, a ampliação das pesquisas, colocou o Departamento de Oceanografia à disposição das empresas, da Assembleia Legislativa e sociedade civil, para debater a questão.

Por causa do aumento da poluição, destruição de áreas e crescimento da população, principalmente na Ilha de São Luís, o professor Denilson da Silva Bezerra fez um alerta para as consequências sofridas pelos manguezais e para o período que estes poderão suportar o sequestro de carbono e fazer o seu papel na natureza.

‘Sustentabilidade na Prática’ destaca maranhenses na Fenacce 2024

Agência Assembleia/ Foto: JR Lisboa

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O programa ‘Sustentabilidade na Prática’, da Rádio Assembleia (96,9 FM), nesta segunda-feira (7), recebeu o diretor do Centro de Comercialização de Produtos Artesanais do Maranhão (Ceprama), Jorge Beckman. Ele fez um relato sobre a participação de artesãos maranhenses na Feira Nacional de Artesanato e Cultura (Fenacce) 2024, realizada em Fortaleza (CE), entre os dias 20 e 29 de setembro.

Durante o programa, apresentado pela radialista Maria Regina Telles, Jorge Beckman declarou que o Maranhão tem se destacado cada vez mais pelo seu rico artesanato, ganhando notoriedade em eventos nacionais e internacionais.

Beckman frisou que, com o apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado do Turismo (Setur-MA), o Maranhão esteve presente no Centro de Eventos do Ceará e pode expor e comercializar peças exclusivas no estande maranhense.

“É com grande satisfação que celebramos o sucesso dos artesãos maranhenses na Fenacce 2024. A presença do Maranhão neste evento comprova o nosso empenho em promover e valorizar o artesanato local. Cada peça exposta no estande do Maranhão representa nossa cultura, história e as mãos talentosas dos nossos artistas”, expressou Jorge Beckman.

Diversidade

Segundo ele, o estande maranhense destacou-se pela diversidade e riqueza cultural das peças, refletindo a identidade única do artesanato local. Os visitantes encontraram produtos variados, como biojoias de sementes, bolsas, luminárias, toalhas de mesa feitas com fibra de buriti, colares, consoles, bandejas e abajures de madeira reaproveitada.

Jorge Beckman salientou também a importância do evento para o fortalecimento do artesanato maranhense: “A Fenacce é uma vitrine para nossos artesãos. É fundamental que possamos mostrar a qualidade e a singularidade do nosso trabalho, além de fomentar a economia maranhense”.

O diretor do Ceprama disse, ainda, que, com essa participação, o Maranhão não apenas promoveu sua cultura local, mas também incentivou o desenvolvimento sustentável e a valorização dos artesãos, fundamentais para a preservação da identidade cultural do estado.

No Ceprama, fundado em 1989, é possível encontrar produtos de todas as regiões do estado produzidos a partir das matérias-primas, em sua maioria, tiradas do bioma local e transformadas em obras de arte e de expressividade do cotidiano e do modo de ser do povo maranhense.

Os artesãos do Ceprama usam sementes, barro, cerâmica, madeira, ossos, pedras, fibras, palha, azulejos, couro e rendas de bilro em peças carregadas de significado. O Centro atrai turistas de várias partes do mundo, durante o ano inteiro, em busca da diversidade das peças.

‘Sustentabilidade na Prática’ aborda projetos do Sítio de Inteligência Alternativa Panakuí

Agência Assembleia/ Foto: Miguel Viegas

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Os projetos ecológicos desenvolvidos pelo Sítio de Inteligência Alternativa Panakuí, em São Luís, foram o tema abordado, na manhã desta segunda-feira (30), no programa ‘Sustentabilidade na Prática’, da Rádio Assembleia (96,9 FM).

Durante o programa, apresentado pela radialista Maria Regina Telles, o coordenador geral do Sítio de Inteligência Alternativa Panakuí, jornalista Moisés Matias, fez um relato sobre os trabalhos da instituição, criada há 21 anos.  

“Foi em 2003 que nós começamos a construir um laboratório ecológico, em um pequeno espaço de terra, em São Luís, com o objetivo de provar que o Maranhão é rico e que a riqueza pode ser acessada e distribuída através da ecologia. E, assim, surgiu o Sítio Panakuí, um projeto que permite ativar o que chamamos de Felicidade Interna Bruta (FIB), e que, uma vez aplicado como política pública pode transformar o Maranhão em uma potência social e ecológica para o Brasil e o mundo”, declarou Moisés Matias.

Ele acrescentou que, sob inspiração de grandes ecologistas, teve a ideia da criação de um laboratório de ecologia profunda. E em uma área queimada, começou a construir um barraco de taipa, coberto com palha do babaçu.

“E ali fomos roçando, plantando e cuidando. No meio da pandemia, nos preparamos para apresentar ao Maranhão e ao país o Sítio de Inteligência Alternativa, o negócio ecológico. E a principal vedete do projeto é a Universidade Livre Panakui, uma plataforma para a realização de cursos ecológicos do Maranhão para o mundo. Essa nossa proposta está sendo apresentada aos parceiros públicos e privados. Estamos fazendo uma grande obra e não podemos parar. Desta obra depende a preservação da vida. E precisamos de aliados”, assinalou.

Folha de Gaia

Ecologista pioneiro no jornalismo ecológico, Moisés Matias nasceu no Acre, na fronteira com o Peru. Ele disse que chegou ao Maranhão em 1986 e no ano de 1989 passou a editar em São Luís o jornal ecológico Folha de Gaia, um pioneiro no tema no Brasil. Desde então, passou a participar de pesquisas, estudos e eventos de natureza socioambiental.

“Passei vários anos estudando o Maranhão, viajando e publicando denúncias e outros textos sobre o tema. A grande indagação que eu carregava, e ainda carrego, é o fato de o Maranhão apresentar uma fabulosa riqueza ambiental, seu povo carregar uma cultura tradicional de grande valor, algo que é considerado como “valor inestimável”, e o estado apresentar os mais baixos indicadores sociais do Brasil”, frisou Moisés Matias.

O coordenador geral do Sítio de Inteligência Alternativa Panakuí observou que o planeta enfrenta crises simultâneas: a financeira, a energética e o aquecimento global e acabou de passar por uma pandemia.

“São fenômenos interligados, se retroalimentam e não serão resolvidos separadamente. Precisamos da ousadia ecológica. Essa é a visão do paradigma emergente, que pensa a crise global como uma oportunidade de solução. No Maranhão, para além da crise, há um cenário de possibilidades. O estado conserva um paradigma tradicional, saber imaterial das grandes tradições da humanidade, os povos indígenas, os afrobrasileiros, as categorias de trabalhadores tradicionais, como pescadores, extrativistas, assim como o estado conserva um grande patrimônio natural. É essa a nossa mensagem mais importante”, ressaltou o ecologista.

‘Sustentabilidade na Prática’ aborda ações de preservação de mares, rios e mangues

Agência Assembleia/ Foto: Miguel Viegas

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O programa ‘Sustentabilidade na Prática’, da Rádio Assembleia (96,9 FM), recebeu na manhã desta segunda-feira (23) a professora Flávia Mochel, do Departamento de Oceanografia e Limnologia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Ela fez uma explanação sobre projetos socioambientais voltados para a preservação de mares, rios e mangues no litoral maranhense.

Durante o programa, apresentado pela radialista Maria Regina Telles, Flávia Mochel destacou a importância do método de recuperação de manguezais desenvolvido na UFMA.

Depois de mais de 20 anos dedicados à ciência básica, que lhe renderam conhecimentos sobre a dinâmica dos manguezais, a pesquisadora maranhense, que é doutora em Geociência, conseguiu desenvolver um processo mais rápido de recuperação dos mangues.

Fundadora e coordenadora do Cermangue (Centro de Recuperação de Manguezais na UFMA), Flávia Mochel alertou para a necessidade de preservação dos mangues, um dos responsáveis, por exemplo, pelo controle do fluxo de marés. “Já conseguimos comprovar que o manguezal evita que o excesso de água avance pelo continente”, assinalou.

“A recuperação de manguezais degradados luta contra a preocupante informação de que os mangues estão sendo destruídos quatro vezes mais rapidamente do que as demais florestas do mundo. Os impactos ambientais advêm de desmatamentos, canalizações, queimadas e barragens. As barragens, especialmente, tiram uma quantidade ou modificam a dinâmica de sedimentos que vêm para zona costeira, dos quais os manguezais são dependentes”, ressaltou a pesquisadora.

Manutenção de densidade

Flávia Mochel explicou ainda que esse ecossistema só consegue cumprir sua função de proteger a costa de problemas como a erosão, assoreamento, enchentes e ventos se houver a manutenção de densidade, espécies e uma faixa extensa de manguezal.

Além dos bens e serviços ambientais, com a biodiversidade e o patrimônio genético, os manguezais têm um papel importante na dieta humana. “Mais de 100 mil famílias maranhenses vivem do recurso do caranguejo. A perda desse patrimônio não é só uma perda ambiental, mas econômica, social e de proteção alimentar”, frisou.

A professora explicou que os manguezais brasileiros estendem-se por 6.800 km da costa do país; e são os mais desenvolvidos do mundo. “Mas cada bosque de mangue funciona de forma diferente. Somente no Maranhão, existem sete espécies distintas de manguezal”, afirmou Flávia Mochel.

Método

A pofessora acrescentou que, com o método desenvolvido na UFMA, propágulos do mangue, que são sementes já germinadas, são coletados em áreas lamosas e alagadas. Em seguida, são cultivados em viveiros, onde recebem acompanhamento constante. Em alguns meses, as plantas são devolvidas aos bosques de mangue.

“São ecossistemas complexos e variados e dependem, também, da preservação de estuários, apicuns, planícies de marés, recifes de coral e praias”, destacou a pesquisadora.

Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Flávia Mochel informou que o Centro de Recuperação de Manguezais (Cermangue) foi criado em 2011 pelo Laboratório de Manguezais do Departamento de Oceanografia e Limnologia.

Flávia Mochel, que acumulou experiência com a restauração de mangues em áreas portuárias na Bacia Hidrográfica do Bacanga desde 2006, possui experiência na área de Ecologia, Oceanografia Biológica e Educação Ambiental, com ênfase em Ecologia e Recuperação Ecológica de Manguezais e Educação Ambiental formal.

‘Sustentabilidade na Prática’ destaca causas e efeitos do desmatamento

Agência Assembleia/ Foto: Biaman Prado

O vice-reitor da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), Paulo Henrique Aragão Catunda, concedeu entrevista na manhã desta segunda-feira (16), ao programa ‘Sustentabilidade na Prática’, da Rádio Assembleia (96,9 FM). Ele fez uma explanação sobre causas e consequências do desmatamento no Brasil, observando que se trata de um problema que está se tornando cada vez mais grave.

Durante o programa, apresentado pela radialista Maria Regina Telles, o vice-reitor da Uema explicou que a principal consequência do desmatamento está atrelada ao desequilíbrio ambiental provocado pela perda da vegetação nativa. Segundo ele, a remoção da vegetação provoca uma grande perda da biodiversidade, assim como a perda do habitat de animais e plantas e ainda impacta diretamente na elevação do número de espécies em extinção.

“O que a gente está vendo agora é um cenário de seca no Brasil todo, temperaturas altas, queimadas, falta de chuvas. Hoje, todos os estados da Federação estão monitorando o clima porque todo mundo está esperando chuva. Os brigadistas, os bombeiros não estão dando conta de combater os incêndios, que são uma consequência de anos de desmatamento. O que se vê são animais mortos, prejuízos para o agronegócio, soja, cana, abacaxi queimados e tudo isto é muito grave”, afirmou o professor Paulo Catunda.

Engenheiro agrônomo, com mestrado e doutorado em produção vegetal, e com especialidade em propagação de plantas nativas, Catunda assinalou que a questão dos desmatamentos requer políticas públicas de longo prazo.

“Acho que a gente tem que se conscientizar e entender que a pauta ambiental não é uma pauta nem de direita, nem de esquerda. Hoje é uma questão de sobrevivência. Por exemplo, aqui na nossa Ilha, aqui no entorno, a gente precisa revegetar as nascentes dos rios. A gente precisa ter água. Se a gente não revegetar, é claro que vamos ter problemas lá na frente”, observou.

Paisagens de volta

Paulo Catunda disse, ainda, que desmatamento consiste na retirada total ou parcial da cobertura vegetal em um local. E a retirada da cobertura vegetal pode desencadear diversos problemas, como perda da biodiversidade, degradação de habitat e alterações climáticas. O desmatamento é ocasionado principalmente pelas ações humanas, como as expansões agropecuária e urbana.

Precisamos trazer algumas paisagens de volta. Precisamos trazer de volta, principalmente, as áreas de nascentes e as áreas de preservação permanente dos rios; elas têm que voltar porque a nossa população só aumenta, nossa necessidade de água só aumenta, e a gente só maltrata os rios, ocasionando a diminuição da capacidade de os rios se renovarem”, ressaltou.

O vice-reitor da Uema acrescentou que, com o aumento das atividades econômicas, devido ao processo de globalização, e o desenvolvimento de novas tecnologias, a cada dia esse processo tem aumentado de forma descontrolada em diversas regiões, e as áreas antes ocupadas por regiões de florestas vão dando lugar a áreas ocupadas pela agropecuária, pela mineração, pela exploração dos mais diversos recursos, além da urbanização.

Paulo Catunda citou estudos produzidos pela Universidade Estadual do Maranhão e destacou a importância da produção acadêmica.

“Trabalhamos na Universidade com nossos professores e alunos, lá temos um laboratório de sementes, temos viveiros e hoje a gente multiplica as plantas nativas em projetos maiores que a gente tem para devolvê-las ao ambiente. A gente tenta fazer a nossa parte nesse processo”, enfatizou o professor, advertindo ainda que a falta de políticas públicas que garantam a preservação pode influenciar fortemente no processo de desmatamento.

‘Sustentabilidade na Prática’ aborda projeto Alfabetização Ecológica e ecologia integral

Agência Assembleia/ Foto: Miguel Viegas

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O professor Roberto Mauro Gurgel Rocha, membro da coordenação do Fórum Estadual de Educação Ambiental do Maranhão (FEEA/MA), concedeu entrevista, na manhã desta segunda-feira (9), ao programa ‘Sustentabilidade na Prática’, da Rádio Assembleia (96,9 FM).

Na conversa com a radialista Maria Regina Telles, o professor fez uma explanação sobre o projeto Alfabetização Ecológica, explicando que se trata de uma iniciativa que busca inserir práticas de educação ambiental nas escolas e em outros setores da sociedade a partir de 2025.

“A alfabetização ecológica é essencial para conscientizar e engajar a sociedade na preservação ambiental”, afirmou o professor Roberto Mauro Rocha, acrescentando que o Fórum Estadual de Educação Ambiental do Maranhão está engajado em difundir esse tema para que possa interagir e aprofundar o debate com diferentes segmentos da sociedade.

Ao falar sobre a preservação da natureza e o desenvolvimento de uma cultura de paz e responsabilidade ecológica, o professor Roberto Mauro Rocha disse que aborda temas como a Cultura de Paz e a Ecologia Integral, alinhado à Carta Encíclica Laudato Si’, do Papa Francisco.

“Precisamos refletir sobre os efeitos das mudanças climáticas em nossas vidas. Como destaca o Papa Francisco, na Encíclica Laudato Deum, é um problema global que afeta a dignidade humana. No Brasil, as consequências são claras, como as queimadas em São Paulo, enchentes no Rio Grande do Sul e as vossorocas no Maranhão. É urgente que assumamos nossa responsabilidade e adotemos a Alfabetização Ecológica para entender e enfrentar os desafios ambientais de hoje”, frisou.

Ativismo

Professor emérito da UFMA e integrante do Conselho Estadual de Educação do Maranhão, o professor doutor Roberto Mauro Gurgel discorreu, também, sobre sua trajetória profissional e de sua militância como ativista social.

Formado em agronomia pela Universidade Federal do Ceará, com doutorado em Estudos Comparados da América Latina, Roberto Mauro é mestre em Sociologia e, em Israel, fez o curso de Programação Agrícola e Desenvolvimento Regional. Nos anos 1960, ele começou sua caminhada pelo Maranhão, quando ministrou Curso sobre Técnica de Pesquisa, promovido pela UFMA no ano de 1967.

A partir daí sua vida está vinculada à área de Educação em terras do Maranhão. Consagrou-se como seguidor do mestre Paulo Freire e integrou, dessa forma, a Universidade Federal do Maranhão como professor do Departamento de Sociologia e Pedagogia.

Já exerceu a presidência da Organização Mundial para a Educação Pré-Escolar no Estado do Maranhão, foi representante do Instituto Paulo Freire, membro do Fórum para o Desenvolvimento da Educação Infantil e, dentre tantas outras atividades, é um ativista dos movimentos sociais, integrando o Conselho Diretor da Sociedade Maranhense de Defesa dos Direitos Humanos.

Autor de 20 obras publicadas, além de ensaios, estudos e artigos em revistas da comunidade científica do Maranhão e do Brasil, o professor disse ainda que exerceu dezenas de cargos e funções em sua área, entre as quais se destacam o de consultor do Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Brasileiras, coordenador nacional de Extensão Universitária do Ministério da Educação, consultor da Associação das Universidades Amazônicas e membro do Fórum da América Latina.