03 de junho de 2024

‘Sustentabilidade na Prática’ aborda projeto da Embrapa de combate à insegurança alimentar no Maranhão

Luiz Carlos Guilherme, pesquisador da Embrapa e ex-professor de genética da Universidade Federal de Uberlândia, discorreu sobre o assunto

‘Sustentabilidade na Prática’ aborda projeto da Embrapa de combate à insegurança alimentar no Maranhão

Luiz Carlos Guilherme, pesquisador da Embrapa, com as radialistas Maria Regina Telles e Adriane Paiva

Agência Assembleia/ Foto: Miguel Viegas 

Assista à íntegra da entrevista 

O programa ‘Sustentabilidade na Prática’, da Rádio Assembleia (96,9 FM), abordou na manhã desta segunda-feira (3) uma nova tecnologia, desenvolvida pela Empesa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que permite que famílias de baixa renda se alimentem do que produzem e, ainda, possibilita a comercialização do que sobra dessa produção. Isso é possível graças a uma tecnologia social que completou 21 anos. É o Sistema de Produção Integrada de Alimentos, conhecido como ‘Sisteminha’.

O pesquisador da Embrapa Luiz Carlos Guilherme, ex-professor de genética da Universidade Federal de Uberlândia, discorreu sobre o assunto, ao ser entrevistado pelas radialistas Maria Regina Telles e Adriane Paiva. Ele explicou que o Sistema de Produção Integrada de Alimentos, o ‘Sisteminha’, representa atualmente uma das tecnologias sociais de maior sucesso no Brasil e já adotada em diversos outros países. 

“Esta tecnologia permite que famílias de baixa renda possam se alimentar com o que é produzido localmente, por meio de estruturas simples montadas com recursos disponíveis no lugar. A produção excedente pode ser partilhada com vizinhos ou mesmo comercializada”, afirmou Luiz Carlos Guilherme. 

Ele acrescentou que, atualmente, o ‘Sisteminha’ beneficia principalmente os povos de comunidades tradicionais, entre eles os indígenas, quilombolas, povos de terreiro, catadores de caranguejo e de mariscos, entre outros. 

No Maranhão, segundo Luiz Guilherme, o ‘Sisteminha’ está presente nas comunidades familiares mais carentes, que se encontram abaixo da linha da pobreza e em insegurança alimentar, como as pertencentes aos Territórios dos Cocais e Baixo Parnaíba maranhenses.

“São 29 modalidades que nós temos de povos de comunidades tradicionais. E normalmente há uma dificuldade muito grande em relação à produção diária, para suprir proteínas, carboidratos, vitaminas e minerais. O ‘Sisteminha’ promove a produção integrada de alimentos, de origem animal e vegetal, em pequenos espaços. E amplia a interação destas comunidades, porque várias famílias são parceiras na execução e implementação dessa nova tecnologia”, assinalou o pesquisador. 

Desenvolvimento comunitário

Com graduação e mestrado em Zootecnia pela Universidade Federal de Lavras e doutorado em Genética e Bioquímica pela Universidade Federal de Uberlândia, Luiz Guilherme acrescentou que, atualmente, além de contribuir para a segurança alimentar e nutricional da família, quando instalado com ênfase na comunidade, a produção é incrementada para atender ao mercado local, podendo se tornar modelo de empreendedorismo e desenvolvimento comunitário. 

Esse processo de escalonamento da produção do ‘Sisteminha’ está sendo conduzido pela Embrapa Cocais (MA), em algumas comunidades do Maranhão e Piauí, com resultados promissores. O Maranhão adotou a tecnologia em projetos de desenvolvimento social que estão sendo ampliados em comunidades indígenas, quilombolas e áreas periféricas.

Segundo Luiz Guilherme, o ‘Sisteminha’ permite o uso de fontes alternativas de energia e garante às famílias alimentação equilibrada durante o ano todo. A plantação é escalonada, ou seja, o plantio é feito aos poucos; assim a colheita é gradual, para não faltar nem sobrar muitos alimentos. Em cada fase, algo é acrescentado.

“São soluções tecnológicas que consistem na integração do tripé peixe, aves e húmus, em associação ou rodízio com outras atividades da cadeia alimentar, tendo, como ponto central da produção integrada, a piscicultura intensiva. Outro diferencial do Sisteminha é que, por exemplo, a própria produção de peixes em tanques sequestra mais de 60% do carbono que poderia ir para a atmosfera. Tecnologia sustentável social, econômica e ambientalmente”, frisou o pesquisador.

Ele salientou, também, que a inovação desenvolvida e que viabilizou a tecnologia foi a simplificação do biofiltro utilizado no sistema de recirculação da água do tanque de criação de peixes. Este sistema permite a degradação da amônia (tóxica para os peixes), que é transformada em nitrato pela ação bacteriana. Por isso, o tanque, que consegue oferecer água rica em nutrientes para as plantações, é o módulo principal, considerado o “coração” do ‘Sisteminha’.

Mais notícias

Tecnologias da Embrapa de combate à fome em terras indígenas maranhenses são tema de entrevista do ‘Maranhão no Campo’

O chefe-geral do órgão no estado, Marco Bonfim, informou que trabalho visa garantir fortalecimento da agricultura familiar, restaurações…

Com articulação do deputado Catulé Júnior, Governo do Maranhão inaugura sede da Agemleste em Caxias

Escritório da agência atenderá sete municípios da região, dinamizando a gestão de políticas públicas e necessidades de cada…

Participação de alunos do IEMA na Roboworld Cup FIRA, na Coreia,  é destaque no ‘Diário da Manhã’ 

Oito alunos do instituto da rede estadual participarão da competição de robótica, que reúne as melhores equipes do…

Resultados do Busca Ativa Escolar são tema do  ‘Café com Notícias’ desta sexta-feira

A chefe do escritório do Unicef no Maranhão, Ofélia Silva, afirmou que não é normal que uma criança…

O combate à evasão pelo Busca Ativa Escolar é tema do ‘Diário da Manhã’, na Rádio Assembleia

Devido à estratégia do programa, 33 mil crianças já retornaram à escola no estado, segundo a chefe do…

Crescimento da agricultura familiar no Maranhão é destaque no programa ‘Café com Notícias’

O secretário de Políticas Públicas da SAF, Ivaldo Coqueiro, disse, no programa, que os incentivos do Governo do…

Combate ao crime contra mulheres: Deputada Daniella protocola PL para obrigar monitoramento de elevadores

Iniciativa foi motivada pela agressão brutal a Juliana Garcia, que foi alvo de 61 socos no rosto desferidos…

´Toda Mulher´ destaca fim da redução de pena para estupradores jovens e idosos

Por décadas, essa brecha legal serviu para atenuar condenações de jovens e idosos estupradores. A Lei 15.160 impede…