Delegada trata sobre feminicídio e rede de proteção no programa ‘Toda Mulher’

Agência Assembleia/ Foto: Wesley Ramos

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O programa ‘Toda Mulher’ desta quarta-feira (26), na TV Assembleia, recebeu a delegada Wanda Moura, chefe do Departamento de Feminicídio da Polícia Civil do Maranhão. Ela tratou sobre os fatores que têm levado ao aumento dos casos de feminicídio e, também, sobre ações de prevenção e rede de proteção à mulher.

“A partir da Lei de Feminicídio (Lei 13.104/2015), a gente conseguiu dar visibilidade à forma como nós, mulheres, somos mortas e, a partir disso, desenvolver políticas públicas para combater a violência doméstica e familiar contra a mulher e também o feminicídio”, afirmou.

Mesmo com ações de conscientização e fortalecimento da rede de proteção, o Maranhão é um dos nove estados onde uma mulher morre a cada 17 horas em razão de gênero. Em 2024, foram registrados 69 feminicídios e, somente nos três primeiros meses deste ano, 10 mulheres foram assassinadas.

“Que a gente tenha realmente uma educação pautada na igualdade de gênero, que meninas e meninos sejam educados, e sabendo que nós temos direitos iguais, as diferenças existentes entre homens e mulheres são biológicas e não podem justificar a desigualdade de direitos. É necessário que a gente realmente fortaleça essa Educação pautada na igualdade de gênero”, argumentou.

A delegada também comentou legislação em vigor no Maranhão de proteção à mulher. Uma delas foi a Lei 12.118/2024, de autoria da deputada Daniella (PSB), que proíbe o uso de imagem da vítima pelo acusado do crime.

“É muito importante, a gente consegue enxergar todos esses avanços, vindos principalmente dessas legislações feitas para proteger a mulher em situação de violência”, destacou.

Apresentado pela jornalista Márcia Carvalho, o programa ‘Toda Mulher’ é exibido às quartas-feiras, às 15h, na TV Assembleia (canal aberto digital 9.2; Maxx TV, canal 17; e Sky, canal 309).

‘Café com Notícias’ – Delegada Wanda Moura fala sobre casos de feminicídio no Maranhão

Agência Assembleia/ Foto: Miguel Viegas

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A delegada Wanda Moura, diretora da Casa da Mulher Brasileira e chefe do Departamento de Feminicídio do Maranhão, foi a convidada do programa ‘Café com Notícias’ desta quarta-feira (2), na TV Assembleia. Entre outros temas, ela falou sobre a crescente nos casos de feminicídios registrados no estado.

Wanda Moura informou que já foram registrados 52 feminicídios no estado este ano, número que supera o total de casos de todo o ano de 2023, quando houve 50 crimes do tipo. Ela destacou que o governo do Estado intensifica ações para a prevenção dessas ocorrências e que o problema também tem origem cultural.

“A violência atinge mulheres de todas as classes sociais, de todas as faixas etárias, de todas as condições financeiras, níveis de instrução e isso está muito ligado à nossa cultura e à nossa educação. Nós, mulheres, somos ensinadas desde sempre a sermos mais tolerantes, a sermos mais permissivas”, ressaltou a delegada.

A diretora da Casa da Mulher Brasileira afirmou que é fundamental que as vítimas de violência tenham uma rede de apoio e, principalmente, que denunciem, pois em muitos casos a mulher romantiza aquele relacionamento que já era abusivo, que já dava sinais de violência e não consegue fazer um julgamento real do risco que está correndo.

A delegada destacou, ainda, que no Maranhão a maioria das mulheres são mortas por seus companheiros, principalmente quando tentam romper o relacionamento, que já era abusivo. Outra característica comum é que a maioria das vítimas nunca pediu ajuda ou registrou um boletim de ocorrência, nem pediu medida protetiva de urgência.

Denúncia

Wanda Moura reforçou a importância de pessoas próximas àquela mulher que está sendo vítima de violência fazerem a denúncia, seja um familiar, um amigou ou um vizinho, a pessoa deve denunciar, inclusive de maneira anônima. A partir daí é iniciada uma investigação policial. Para denunciar, basta ligar para os números 181 ou 180.

Como medida para combater os casos de violência contra a mulher e o crescente número de feminicídios registrados Wanda Moura ressaltou que o governo do Estado, por meio de órgãos como a Casa da Mulher Brasileira, Polícias Militar e Civil, tem trabalhado com a prevenção realizando palestras e levando informação para bairros, escolas, comunidades de todo o estado.

O ‘Café com Notícias’, apresentado pela jornalista Elda Borges, é exibido de segunda a sexta-feira, às 8h30, na TV Assembleia (canal aberto digital 9.2; Maxx TV, canal 17; e Sky, canal 309).

‘Café com Notícias’ – Delegada Wanda Moura fala da missão de dirigir Casa da Mulher Brasileira

Agência Assembleia

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Chefe do Departamento de Feminicídio da Polícia Civil, a delegada Wanda Moura assumiu recentemente também a direção da Casa da Mulher Brasileira em São Luís. Em entrevista ao programa ‘Café com Notícias’ desta quarta-feira (17), na TV Assembleia, ela falou sobre a nova função, a marca que pretende deixar no órgão e ações de segurança.

“Na verdade, enquanto chefe do Departamento de Feminicídio, eu já estava à frente, juntamente com a delegada Kazumi Tanaka, de várias ações de prevenção da violência contra a mulher. Porque o feminicídio só é combatido se a gente trabalhar de forma educativa, levando informação. Não basta apenas as ações de repressão. A Polícia Civil já fazia esse trabalho de prevenção e, agora, assumindo essa nova missão, a gente vai intensificar ainda mais essas ações”, observou.

A meta do trabalho, a delegada deixa clara: “O nosso objetivo é alcançar mais mulheres e proteger mais mulheres”.

Wanda Moura afirmou que, segundo estudos, a mulher leva de 7 a 10 anos dentro de um relacionamento abusivo até que ela venha a denunciar. “Um caso típico desse foi o feminicídio que ocorreu semana passada aqui em São Luís, o da Idelany. Ela estava há 10 anos em um relacionamento abusivo. Uma menina muito jovem, de apenas 29 anos, e não convivia com o namorado, não tinha essa convivência marital, mas já sofria violência psicológica, várias traições e acabou sendo morta dentro da casa dela”, relatou sobre a morte de Idelany do Nascimento Pestana, na área Itaqui-Bacanga.

A delegada reforçou que o problema da violência contra a mulher é reflexo de uma sociedade patriarcal, que ainda não garante direitos plenos ao feminino.

“A gente vive numa sociedade machista, na qual todas essas violências contra nós, mulheres, são invisibilizadas, são naturalizadas, e nós somos ensinadas, desde sempre, a aceitar o mínimo, a não reclamar de nada, a silenciar, a abrir mão de nossos desejos para servir ao homem”, assinalou Wanda Moura.

Serviços

A diretora da Casa da Mulher Brasileira destacou, também, os serviços oferecidos no espaço. “Estão ali concentrados os principais órgãos que trabalham no enfrentamento da violência contra a mulher. Temos a Delegacia da Mulher, com funcionamento 24 horas. O psicossocial também já está funcionando 24 horas. A gente pretende intensificar esse fluxo de forma que ela tenha um atendimento cada vez mais humanizado e mais acolhedor”, ressaltou.

Ela elencou órgãos presentes na Casa, como a Defensoria Pública, Ministério Público, Tribunal de Justiça, Patrulha Maria da Penha e Guarda Municipal, que protege o alojamento de passagem. “A mulher que está vivendo um relacionamento abusivo, nos procure o mais rápido possível. Existe saída, existe vida sem violência, existe essa possibilidade”, destacou.

O ‘Café com Notícias’ tem apresentação da jornalista Elda Borges e é exibido de segunda a sexta-feira, às 9h, na TV Assembleia (canal aberto digital 9.2; Maxx TV, canal17; e Sky, canal 309).